Suposto despejo de idoso por empresa causa polêmica

Suposto despejo de idoso por empresa causa polêmica

Um idoso de 75 anos de idade, residente em uma casa situada na Vila Reis, em Cataguases, teria sido obrigado por funcionários da Companhia Industrial Cataguases, a deixar imediatamente o imóvel onde vive desde que nasceu. O fato aconteceu na noite desta segunda-feira, 31 de agosto. Segundo a denúncia, a empresa não apresentou ordem de despejo judicial nem outro documento para tomar posse do imóvel. Além disso, a casa foi parcialmente destruída, conforme contou ao Site do Marcelo Lopes, o sobrinho da vítima, Márcio Dias, comprovada por vídeos circulando nas redes sociais do imóvel semidestruído. A empresa foi procurada pela reportagem e negou estas acusações e divulgou nota oficial a respeito (veja na íntegra ao final da matéria).

De acordo com Márcio, conhecido na cidade por ter uma empresa de segurança privada, uma mulher dizendo ser funcionária da Companhia Industrial Cataguases, juntamente com outros seis homens, foi à casa de seu tio, Francisco Dias, e o retiraram do imóvel, colocando seus móveis e roupas em um caminhão, dizendo ainda que “quebraram a casa toda”. Ele informou também que ao chegar ao local, boa parte do imóvel havia sido destruída e que ordenou que parasse com o que estavam fazendo. Houve uma discussão entre eles e até acusação de agressão contra a funcionária da Industrial. A Polícia Militar foi acionada e fez um Boletim de Ocorrência (B.O.), mas ninguém foi preso e o morador, segundo consta no documento, continuou no imóvel.

Mais cedo, porém, na tarde daquele mesmo dia, foi registrado o primeiro Boletim de Ocorrência sobre este caso. Segundo consta no documento na última sexta-feira, 28 de agosto, à tarde, uma funcionária da empresa esteve naquele endereço verificando um terreno de propriedade da Companhia Industrial Cataguases onde encontrou um pequeno imóvel desocupado. Porém, nesta segunda-feira, 31, Márcio Dias, esteve na empresa afirmando que a casa naquele terreno lhe pertence e que iria ocupá-lo. A funcionária da empresa então, acionou a PM e foi com os militares até o endereço, onde encontraram o imóvel fechado com cadeado e no seu interior alguns objetos. Os policiais registraram este fato em um Boletim de Ocorrência onde consta que o imóvel pertence à Companhia Industrial Cataguases e que no passado, foi cedido a parentes de Márcio, então funcionários da empresa.

A Industrial, por meio de seu departamento jurídico, divulgou uma Nota Oficial em que afirma seu compromisso com o “bem-estar das pessoas e da nossa comunidade.” Ela também reconhece ter sido “uma prática comum o empréstimo de imóveis da empresa para residência de seus colaboradores, dentre eles a mãe do Senhor ‘Chico Preto’,” e que apesar disso o referido imóvel “nunca deixou de ser propriedade da Companhia Industrial Cataguases.” A nota acrescenta que “nunca na história da empresa, removemos colaboradores e seus familiares de nossas propriedades sem antes garantir que os mesmos teriam outro local de moradia.” A empresa garante que o imóvel que aparece nos vídeos divulgados nas redes sociais “estava desocupado há meses, desde que o Senhor “Chico Preto” optou por residir na casa de familiares.”

A empresa reitera ser a “legítima proprietária, tendo por obrigação legal zelar pela segurança e salubridade do imóvel que lhe pertence. O local, diz o texto, “por estar desocupado, começou a ser alvo de vandalismo e usuários de drogas, estando ainda com excesso de lixo, folhas secas e entulho, com risco de incêndio e desabamento”, o que motivou representantes da empresa irem até o local para fazer a limpeza. Por fim, a Nota repudia “veementemente as falsas informações que estão circulando de forma irresponsável e que não condizem com nossa atuação centenária em prol da comunidade de Cataguases/MG. Também condenamos as ameaças e agressões, físicas e verbais, sofridas por uma de nossas colaboradoras por parte de alguns familiares do Senhor “Chico Preto”.

Leia abaixo a nota na íntegra.

Nota da Companhia Industrial Cataguases em resposta aos vídeos sobre a desapropriação do imóvel onde residia o Senhor Francisco “Chico Preto” Dias

Fundada em 1936, a Companhia Industrial Cataguases é uma das maiores indústrias têxteis do país. Nossa missão é desenvolver produtos e serviços com foco na qualidade e no crescimento sustentável, promovendo, acima de tudo, o bem-estar das pessoas e da nossa comunidade.

Desde nossa fundação, geramos emprego e renda em Cataguases/MG. Em nossos primeiros anos de atividade, também era uma prática comum o empréstimo de imóveis da empresa para residência de seus colaboradores, dentre eles a mãe do Senhor “Chico Preto”.

Destacamos que o imóvel em questão, apesar de ter sido emprestado para a mãe e posteriormente para o Senhor “Chico Preto”, nunca deixou de ser propriedade da Companhia Industrial Cataguases. Ressaltamos ainda que nunca, na história da empresa, removemos colaboradores e seus familiares de nossas propriedades sem antes garantir que os mesmos teriam outro local de moradia.

O imóvel que aparece nos vídeos compartilhados na internet, porém, estava desocupado há meses, desde que o Senhor “Chico Preto” optou por residir na casa de familiares. Uma vez que o imóvel, por estar desocupado, começou a ser alvo de vandalismo e usuários de drogas, estando ainda com excesso de lixo, folhas secas e entulho, com risco de incêndio e desabamento, representantes da empresa foram até o local e iniciaram a limpeza. Reiteramos, uma vez mais, que o imóvel não era mais habitado pelo Sr. “Chico Preto” e que a Companhia Industrial Cataguases é sua legítima proprietária, tendo por obrigação legal zelar pela segurança e salubridade do imóvel que lhe pertence.

Repudiamos veementemente as falsas informações que estão circulando de forma irresponsável e que não condizem com nossa atuação centenária em prol da comunidade de Cataguases/MG. Também condenamos as ameaças e agressões, físicas e verbais, sofridas por uma de nossas colaboradoras por parte de alguns familiares do Senhor “Chico Preto”.

Posto isso, reafirmamos que nossas atividades estão baseadas em princípios e valores que são referência para a conduta de todos os nossos acionistas, clientes, colaboradores, sindicatos, parceiros, fornecedores, concorrentes, sociedade, governo e comunidades onde atuamos.