Prefeitura apresenta estudo sobre transporte coletivo em Cataguases

Prefeitura apresenta estudo sobre transporte coletivo em Cataguases

A Prefeitura de Cataguases realizou na tarde desta quinta-feira, 31 de outubro, Audiência Pública na Câmara Municipal, para apresentar o diagnóstico sobre o transporte coletivo no município. A medida é preparatória para a realização de processo licitatório visando definir quais empresas vão prestar este serviço em Cataguases. Quem explanou o assunto foi a engenheira Liane Nunes Born, membro da equipe técnica da Cidade Viva Engenheiros e Arquitetos Associados, empresa que venceu a licitação para prestar este serviço.

Aberta pelo vereador Vinícius Machado e Betão do Areão, a Audiência foi presidida por Bruno Cunha, coordenador da Catrans, autarquia responsável pelo trânsito e transporte no município. Também estiveram presentes o advogado Soumet Spíndola, representando a Procuradoria Municipal, Marcela de Oliveira, pelo setor de Licitação da Prefeitura e a presidente do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes de Cataguases, Liliane Riguete, além de empresários do setor e vereadores.

Em entrevista exclusiva ao Site do Marcelo Lopes, Liane Born, explicou em detalhes o resultado do estudo feito pela sua equipe. Segundo revelou, o trabalho começou em agosto quando foi feito pesquisa de campo que terminaram há cerca de um mês. A pesquisa apurou o número de passageiros que passa pela catraca, os que sobem e descem do ônibus em cada ponto de parada e origem e destino de cada passageiro. “Depois de todo esse trabalho chegamos a um plano funcional do transporte que seria o ideal para Cataguases, de acordo com a realidade de deslocamento de sua população, sendo ele que vamos apresentar a todos nesta Audiência”, explicou.

Liane expôs também a realidade do sistema atual que, segundo o estudo, “é muito defasado com relação ao que a gente vê por aí. Não tem nenhum sistema inteligente embarcado, sem bilhetagem eletrônica (sistema com cartão ou chip), ou seja, está no papel. Se está no papel você não consegue ter integração entre rotas sem pagar a segunda tarifa para chegar ao destino. Isso te obriga a ter todas as linhas bairro a bairro, e você não consegue fazer a otimização do sistema”, afirma.

A engenheira continua: Mudar esta realidade é a principal necessidade para a melhoria do sistema de transporte coletivo em Cataguases e assim evoluir neste segmento. E também precisamos melhorar a qualidade da informação ao usuário com a adoção de um aplicativo para celular onde ele vai saber se o ônibus está vindo, qual horário ele vai passar. Tudo isso faz o serviço ficar mais atrativo e um sistema mais racional”, disse explicando em seguida a questão tarifária. “O preço da passagem depende muito da realidade de cada cidade. Aqui, por exemplo, há um percentual de gratuidade bem elevado, muito acima da média porque aqui tem gratuidade aos sessenta anos e isso, com certeza, influencia na tarifa”, disse.

As propostas apresentadas por ela com base no estudo realizado indicam mudança na forma das linhas. Ao invés de todas as linhas serem bairro a bairro, poderemos ter uma parcela delas até o Centro, outras para o bairro onde a ligação é maior e ter uma integração temporal via cartão (usar o sistema de duas ou mais linhas para chegar ao destino pagando apenas uma passagem). Também estamos propondo o sistema inteligente de transporte que consiste na bilhetagem eletrônica, o aplicativo que informa onde está o ônibus que você espera e o fortalecimento da fiscalização”, revela.

Todas estas novidades estarão, conforme informou, na licitação que será feita para regulamentar o serviço em Cataguases. “Com isso pretendemos modernizar o sistema, racionalizar essa rede que é muito antiga e até mesmo dotar este serviço de um sistema de gestão permanente, porque no transporte coletivo é preciso agilidade para atender a demanda do usuário, que muda continuamente”, conta. “Exemplo: inaugure um supermercado em um lugar ou mude a rodoviária da cidade para outra região e a necessidade de transporte para estes locais será imediata. Assim, a resposta também precisa ocorrer na mesma velocidade”, finalizou Liane.