CEI do Cemitério conclui trabalhos e aponta crime de peculato

CEI do Cemitério conclui trabalhos e aponta crime de peculato

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Cataguases que apurou possíveis irregularidades no Cemitério Municipal São José, chegou ao fim nesta terça-feira, 08 de dezembro. Os vereadores responsáveis pelo trabalho apresentaram o relatório final com a conclusão das investigações e apontaram o cometimento “em tese” do crime de peculato por parte de dois servidores públicos que à época dos fatos, trabalhavam no local. O relatório final, agora, será encaminhado ao Ministério Público para possível instalação de inquérito.

Composta pelos vereadores sargento Jorge Roberto Silva Alves (presidente), Rogério de Oliveira Ladeira (relator) e Rafael Rodrigues Moreira (membro), a CEI também faz sugestões para a melhoria do funcionamento daquele local, como a informatização de todo o procedimento adotado, fazer novo cadastramento, devido à existência de erros cadastrais, além de um “mapeamento da parte de cima e parte baixa do cemitério refazendo a numeração em ordem cronológica”, entre outras iniciativas de ordem administrativa. Também pede ao gestor público “tomar medidas para que possa ter uma condição digna de velório e sepultamento.”

A CEI começou a funcionar no dia 14 de julho último, após o vereador Sargento Jorge Roberto, em março deste ano, ter sido informado por populares sobre fatos ocorridos no Cemitério São José com “indícios veementes de irregularidades”. Durante os trabalhos foram ouvidas diversas pessoas que narraram fatos supostamente irregulares como o sepultamento de outra pessoa em túmulo de terceiros, pagamento de valores em espécie aos funcionários do cemitério Valdecir Machado Taveira e Sebastião Marcelino, o Bulinha, sem o recibo ou boleto bancário correspondente, o que foi entendido pela CEI como crime de peculato, entre outras.

Procurado pela reportagem, Bulinha disse desconhecer o teor do relatório da CEI do Cemitério e revelou-se surpreso por ver seu nome envolvido. Ele também negou tenha cometido qualquer irregularidade e assegurou que sempre atuou dentro da lei e que, inclusive, afirmou, colaborou com o trabalho dos vereadores prestando-lhes todas as informações solicitadas. “Estou surpreso por ter sido envolvido nesta história, mas tenho certeza que tudo será esclarecido. Sou servidor de carreira da prefeitura e nunca tive qualquer problema que desabonasse minha conduta neste período. Tudo isso será esclarecido”, finalizou.

Outro servidor citado é Valdecir Taveira, que foi condenado em primeira instância em processo originado em outra CEI do Cemitério, ocorrida em 2011 e que ficou conhecido como “Escândalo do Cemitério”, mas recorre em liberdade. Sobre a nova denúncia ele enviou o seguinte comentário ao site: “Recebo com repúdio esse relatório dessa CEI, uma vez que os membros que a compõem são vereadores perseguidores, covardes e omissos. Enviei para os mesmos pedido de investigação e também as provas confirmando minha inocência e acusando a quem de direito. Tal Comissão sequer citou o meu pedido omitindo tais respostas que desmentem a outra CEI que também teve a omissão de outros covardes. Vou entrar com uma Ação Criminal em desfavor desses vereadores. Vereadores esses que só querem troca de favores”, afirmou Valdecir Taveira.