Assembleia homenageia parentes dos poetas do Movimento Verde

Assembleia homenageia parentes dos poetas do Movimento Verde

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou na noite desta quinta-feira, 24 de outubro, sessão solene para homenagear os 90 anos do Movimento Literário Modernista Verde. Requerimento neste sentido foi feito pelo deputado cataguasense, Fernando Pacheco, que justificou a iniciativa lembrando a importância que teve no cenário nacional e que foi um “divisor de águas na história do município que passou a ser então reconhecido por sua vocação cultural”, disse.

Estiveram presentes familiares descendentes dos poetas que participaram do Movimento Verde. Todos ajudaram a compor a Mesa Diretora cuja sessão foi presidida pelo próprio Fernando Pacheco. São eles: Tarcísio Henriques Filho, Victor Peixoto Parreiras Henriques, Maria Letícia Soares de Resende Grigorini, Lúcia Helena Soares, Luiz Carlos Abritta, Núdia Fusco, Joana Capella, Elcio Mariquito Cruz, e o estudioso do Movimento Verde, professor doutor, Joaquim Branco Ribeiro. Também prestigiaram o evento o prefeito de Cataguases, Willian Lobo de Almeida, o ex-secretário de estado da Cultura de Minas Gerais, Angelo Oswaldo e o vereador Vinicíus Machado, representando a Câmara Municipal de Cataguases.

Fernando Pacheco fez o primeiro pronunciamento ressaltando a importância dos Verdes para o futuro da Cultura em Cataguases. “Estes jovens fizeram um trabalho que entrou para a história. Venceram inclusive uma grave crise econômica, a de 1930, que já se vislumbrava e conseguiram passar para a história mesmo morando em uma pequena cidade que, naquela época tinha cerca de 16 mil habitantes. Por isso afirmo com segurança que o Movimento Verde foi a mola indutora das conquistas culturais ocorridas a partir daí, como o próprio cinema e a arquitetura”, frisou. Antes de encerrar fez um reconhecimento ao professor e escritor Joaquim Branco por sua dedicação ao estudo daquele Movimento. “Joaquim cuida da Verde como uma mãe de seu filho”, comparou arrancando aplausos da plateia.

A historiadora Joana Capella (foto acima) contextualizou o Movimento Verde na economia da época. Para ela, o sucesso do café acabou produzindo o Movimento Verde, sendo, como definiu, “a última florada do café em nossa cidade”. Joana embasa sua opinião no fato de Cataguases, no final do século XIX, ser uma potência na produção de café, “em todas as suas etapas, até a exportação”, afirmou. A riqueza do momento permitiu o surgimento da Arte e com ela veio o Movimento Verde. Tarcísio Filho, neto de Francisco Inácio Peixoto, um dos Verdes, não aceita esta teoria e, em seu discurso, preferiu manter outra que trata o Movimento Verde como fenômeno inexplicável e que não deu novos frutos. Ele utilizou vários autores que estudaram o Movimento e chegaram a esta sua mesma conclusão.

Último a falar, Joaquim Branco (foto acima), foi objetivo. Disse que a Verde deixou vários frutos como um escritor de renome, Enrique de Resende, na década de 1940; um movimento literário forte, na década de 60, do qual ele participou e a obra de Francisco Marcelo Cabral. Segundo Joaquim, “estes desdobramentos da Verde ainda vão surgir no seu devido momento histórico; ainda é muito cedo para fazer esta análise”, disse contando um fato aparentemente desconhecido do público: “Quando aqueles rapazes lançaram a revista, em 1927, a população da época não gostou, como não gosta até hoje de tudo que é novo”, afirmou.

Em seguida Fernando Pacheco leu o pronunciamento do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Agostinho Patrus, alusivo ao Movimento Verde e fez a entrega de uma placa aos parentes dos homenageados em nome do Legislativo mineiro. A dupla Flávia e Cacate, do Proler de Cataguases encerrou o evento declamando um poema de cada poeta da Verde e ainda cantaram Trenzinho do Caipira, de Villa Lobos.

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