Delegado procurado durante Operação do Ministério Público é encontrado morto

Delegado procurado durante Operação do Ministério Público é encontrado morto

Um investigador da Polícia Civil de Ubá, uma ex-estagiária da unidade policial e um advogado foram presos durante a operação Patmos, desencadeada nesta terça-feira, 03 de setembro, pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) com participação da Polícia Civil para apurar a prática de corrupção e associação criminosa, entre outros crimes, que estariam sendo cometidos, em tese, na Delegacia Regional de Ubá.

O delegado Alexandrino Rosa de Souza, que também estava com mandado de prisão temporária em aberto, mas ainda não havia sido localizado, foi encontrado morto dentro de um carro acidentado durante esta manhã no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela assessoria da Polícia Civil de Minas, que ainda apura as circunstâncias da morte.

Alexandrino (foto ao lado) teria cometido autoextermínio na Linha Amarela, por meio de disparo de arma de fogo contra a própria cabeça, quando trafegava em um carro pela pista sentido Centro. A assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que a ocorrência foi registrada como suicídio, após a perícia ser realizada onde Alexandrino foi achado, no interior de um veículo. O primeiro atendimento teria sido prestado, por volta das 9h30min, por policias civis de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, que passavam pelo trecho.

O caso foi encaminhado para investigação na Delegacia de Homicídios da capital fluminense, e o corpo foi conduzido para necropsia no IML do Rio. O MPMG afirmou, por meio de sua assessoria, que não vai se pronunciar sobre a morte do policial, que era um dos alvos da operação, antes das conclusões das investigações da Polícia Civil.

Tráfico e peculato

Ao todo foram expedidos pela Justiça quatro mandados de prisão e seis de busca e apreensão para serem cumpridos em Ubá e também em Juiz de Fora no âmbito da operação Patmos. Conforme o MPMG, as investigações revelaram indícios de que os investigados, incluindo os policiais lotados na Regional de Ubá, e outras pessoas, ainda não identificadas, teriam agido com o objetivo de praticar tráfico, associação, peculato, corrupção passiva e advocacia administrativa, todos previstos no Código Penal. As investigações continuam sob segredo de justiça, razão pela qual o mérito das investigações e os nomes de todos os envolvidos ainda não foram revelados pelas autoridades.

A ação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Visconde do Rio Branco, Corregedoria da Polícia Civil e Promotorias de Justiça da Comarca de Ubá. Cinco promotores de Justiça, cinco delegados e diversos agentes da Polícia Civil foram mobilizados nos trabalhos. Em nota, a Polícia Civil destacou que a Corregedoria apoiou no cumprimento dos mandados, mas que a investigação é conduzida pelo Gaeco.

A operação foi batizada de Patmos em referência à ilha grega de mesmo nome, onde, no final do primeiro século, o apóstolo João recebeu as revelações do livro do Apocalipse. As investigações continuam para apurar condutas de agentes públicos e de terceiras pessoas de Ubá e região.

Fonte: Jornal Tribuna de Minas | Foto interna: Reprodução do Site Repórter Kadu Fontana e Foto principal gentilmente cedida pelo site Ubá News.