Hospital do Câncer de Muriaé realiza captação múltipla de órgãos

Hospital do Câncer de Muriaé realiza captação múltipla de órgãos

No dia 22 de maio, equipes da Santa Casa de Juiz de Fora e do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, estiveram no Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação Cristiano Varella para uma captação de órgãos. A retirada dos órgãos foi realizada no centro cirúrgico por equipes treinadas e capacitadas especificamente para esse tipo de procedimento. O doador é um homem de 45 anos que sempre manifestou o desejo dessa boa ação, estava internado desde o dia 08 de maio e teve o protocolo de morte encefálica encerrado.

Foram captados os rins, fígado, córneas e o coração. A equipe Juiz de Fora, composta pelo diretor do serviço de transplante da Santa Casa, Dr. Gláucio Souza (foto), pela médica Dra. Pâmela Goretti, pela enfermeira Eliene Ribas e pela técnica de enfermagem Elena Bretas do banco de olhos do Hospital Regional João Penido, transportaram os rins, as córneas e o fígado.

Já o coração seguiu para Belo Horizonte no Hospital das Clínicas com o cirurgião cardíaco Dr. Raynold Monteiro, Dr. Túlio De Battisti e a enfermeira Bianca Santiago.

Esta é a primeira captação de múltiplos órgãos realizada no Hospital do Câncer de Muriaé. O diretor da instituição, Sérgio Henriques, elogiou a atitude dos familiares manifestando solidariedade neste momento de dor. “Infelizmente nos despedimos de uma vida, mas outras serão salvas por este gesto de amor e generosidade”, disse Sérgio.

O Hospital do Câncer de Muriaé da Fundação Cristiano Varella possui pessoal treinado e capacitado para agir em situações como essa. A equipe do Centro Cirúrgico acompanhou todo o procedimento que durou aproximadamente três horas e a instituição conta com a CIHDOTT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes que realiza a busca ativa para doação de órgãos e tecidos, dentro da instituição, de pacientes com diagnóstico de morte encefálica e parada cardiorrespiratória para fins terapêuticos. Ela é formada por Neiva Jesus de Souza (Enfermeira coordenadora); Daniel Licy Gomes de Mello (Médico intensivista e infectologista); Luana Ferreira Cerqueira (Assistente social).

A captação de órgãos acontece somente após constatação de morte encefálica, ou seja, quando há completa e irreversível para de todas as funções do cérebro. Esse diagnóstico é realizado por uma equipe profissional por meio de exames de imagem, exames clínicos e exames laboratoriais. Após a confirmação da morte encefálica, a família é comunicada sobre a situação irreversível e decide sobre a doação dos órgãos de seu ente querido.

No Brasil, muitas pessoas ainda morrem à espera de um órgão para sobreviver. O Ministério da Saúde promove campanhas de conscientização sobre a importância da doação de órgãos, porém ainda não é suficiente. Uma das maiores barreiras é a falta de informação e orientação para que os familiares possam agir e de fato efetivar a doação adequadamente num momento de fragilidade e tristeza.

A doação de órgãos é gratuita e de livre decisão do doador ou familiar responsável em caso de doação pós-morte. Em hipótese alguma esse processo pode envolver negociação comercial ou influência econômica, isso é crime.

Número de Transplantes de Órgãos Sólidos e Tecidos entre janeiro e março de 2019.

 

Fonte e fotos: Fundação Cristiano Varella