Festival Ver e Fazer Filmes começa com Mostra Infantil e presença de Lília Cabral

Festival Ver e Fazer Filmes começa com Mostra Infantil e presença de Lília Cabral

Teve início nesta terça-feira, 19 de novembro, a sétima edição do Festival Ver e Fazer Filmes com uma programação intensa ao longo do dia, como a exibição de curtas metragens para o público infantil, no Centro Cultural Humberto Mauro e, à noite, com a apresentação do longa “Maria do Caritó”, realizado na região, com o apoio do Polo Audiovisual da Zona da Mata e estrelado pela consagrada atriz Lília Cabral.

Antes da exibição do longa, a Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho recebeu como doação da Prefeitura de Cataguases, a primeira câmara cinematográfica utilizada por Humberto Mauro que, agora, passa a integrar o acervo do Memorial do pioneiro do cinema nacional mantido por aquela Fundação. Na sequência foram anunciados os vencedores do Edital Coinvestimentos Regionais com os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, da Agência Nacional do Cinema, ANCINE.

ENTREVISTA COLETIVA
À tarde Lília, que também co-produziu a obra, participou de uma entrevista coletiva, ao lado da produtora Elisa Tolomelli, do gestor executivo do Polo, César Piva, e do presidente da Energisa Minas Gerais, Eduardo Mantovani, que, na oportunidade, anunciou que assumiu interinamente a gestão da Fundação Ormeo Junqueira Botelho, até a pronta recuperação da titular, Mônica Botelho, afastada por motivo de saúde. “A pedido da família, estarei à frente da Fundação momentaneamente, buscando manter a mesma energia que a Mônica imprime nos projetos, dando andamento à eles e, até mesmo, viabilizando novos, para não deixar esta chama se apagar”, afirmou.

A produtora Elisa Tolomelli fez uma explanação de sua primeira visita à região, há cerca de três anos atrás, quando buscava locações para o filme, e ressaltou o crescimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata ao longo desse período, elogiando inclusive, a grande conquista obtida recentemente com o lançamento do Edital da Ancine. “Quero parabenizar tanto o Polo quanto a Energisa, que é uma grande fomentadora da cultura local”, disse, destacando a região por sua beleza natural, pelas pessoas, profissionais e seu protagonismo no setor audiovisual.

Na sequência, Lília Cabral conversou com a imprensa, dizendo que não faz tanto cinema como gostaria, mas que esta produção e a parceria com o Polo, a Energisa e a região trouxe-lhe uma vontade de imergir mais no audiovisual. “Me senti instigada e com uma grande vontade de criar e contar novas histórias, principalmente histórias brasileiras. Nós vivemos num contexto onde sabemos que precisamos contar histórias, valorizar mais as riquezas culturais do nosso país, para mostrar nossa identidade ao mundo. Eu acredito muito que a arte é a nossa alma, onde a gente cria, onde vivencia experiências, sofre e se alegra. Quando cheguei, fiquei muito encantada ao saber que o Festival estava trazendo crianças ao cinema para ver filmes. Isto é sensacional, porque é a oportunidade de levar os pequenos a questionar a arte”, disse.

Sobre o filme, a atriz, que já havia participado da produção no teatro, contou que, a princípio ficou um pouco afastada da edição. Mas, aos poucos, começou a participar deste processo, que segundo ela foi muito prazeroso. “Nesta fase foi interessante relembrar cada cena, situações do set de filmagens, uma chuva muito intensa que ocorreu, as pessoas que participaram se aprontando para as cenas, as cigarras cantando, enfim, tudo isso foi me fazendo reviver os 45 dias que passei em Cataguases e nas locações no distrito de Piacatuba e em Sinimbu, onde as cenas foram realizadas. Senti uma emoção muito grande e vontade ainda maior de participar do processo na ilha de edição”, disse.

Quando assistiu ao filme finalizado, Lília revela outras emoções. “Primeiro, a qualidade do texto do Newton Moreno, que é uma poesia. Segundo que não é um texto fácil. O filme é lindo, mas o espectador tem que estar disposto a ouvir com romantismo, com sabedoria, com ironia e, claro, com bom humor. Tudo isso vai mesclando, e o espectador vai entendendo o que a gente quis fazer: um filme simples, brasileiro, que mostra o país através das entrelinhas, através de uma mulher que sonha em ter um grande homem na sua vida, mas na verdade o que ela deseja mesmo é a liberdade”, conta.

Sobre sua estadia em Cataguases, Lília Cabral diz que, no começo, quase não podia sair sem que uma aglomeração de pessoas chegasse em torno dela. Mas com o tempo, ela se integrou à cidade e passou a ter uma convivência bastante tranquila com os moradores, nas mais diferentes situações do dia-a-dia. “Foram 45 dias direto, sem retornar ao Rio de Janeiro, então eu vivenciei a cidade, freqüentando lojas, restaurantes, ruas. Mas os principais vínculos que criei foram com os membros da equipe e com as pessoas que estavam mais próximas, como os funcionários do hotel, as camareiras, que vieram me abraçar hoje quando cheguei, o pessoal do restaurante, que também me recebeu hoje com muito carinho, as vendedoras das lojas que eu mais frequentava. Não deu para fazer muitas amizades por conta do trabalho nas filmagens, mas de modo geral, sinto que cativei as pessoas da cidade, mesmo sem ter uma convivência mais próxima. E também fui cativada por todos ”, afirmou.

MOSTRA INFANTIL CINE ESCOLA ANIMADA
O Festival foi oficialmente aberto às 9 horas por crianças estudantes da rede pública de ensino de Cataguases que lotaram as dependências do Centro Cultural Humberto Mauro. Duzentas e cinquenta delas na parte da manhã e o mesmo número à tarde, formaram a platéia do primeiro dia do Festival Ver e Fazer Filmes.

Eles assistiram, nos períodos da manhã e tarde, a quatro curtas metragens sendo dois de animação e dois do gênero ficção: “Lé com Cré”, “Meu Melhor Amigo”, “O Resgate” e “Guri”. A mostra infantil prossegue nesta terça-feira, 20, com os filmes “Poemas Animados: Quem botou o ovo na bota?”, “Manche”, “Dela”, “O Fim do Recreio” e “O Som do Artilheiro”. Como se trata de uma mostra competitiva, caberá a estes estudantes escolherem – por meio de votação – o filme que mais gostaram.

Além do gestor do Polo Audiovisual da Zona da Mata, César Piva, estiveram presentes o vice-prefeito Tita Lima e o Secretário Municipal de Educação, José Fernando Milane, bem como toda a equipe organizadora do Festival. Segundo revelou César, o contato direto com as crianças além de formar novas plateias, permite este público entrar em contato com a arte e a conhecerem as diversas formas de expressão, explicou.

EDITAL COINVESTIMENTOS REGIONAIS
A noite do primeiro dia do Festival foi marcada por três acontecimentos. O mais aguardado era a exibição do longa “Maria do Caritó”, estrelado por Lilia Cabral e rodado em Sinimbu e Piacatuba. Antes, porém, o prefeito Willian Lobo de Almeida, fez a doação da primeira câmara cinematográfica utilizada por Humberto Mauro em suas primeiras produções à Fundação Ormeo Junqueira Botelho que mantém o Memorial em homenagem àquele cineasta.

Em seguida, a direção do Polo Audiovisual divulgou o resultado do Edital Coinvestimentos Regionais com os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA, da Agência Nacional do Cinema, ANCINE. Nesta etapa são R$ 8.750.000.00 que irão beneficiar ao todo 17 projetos de obras audiovisuais, dentre eles longa metragens, séries de televisão, desenvolvimento, núcleo criativo, jogos eletrônicos e comercialização.

O Comitê de Seleção foi coordenado por Cesar Piva, diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais, com a coordenação executiva de Roberto Gonçalves de Lima e assessoria técnica de Eduardo Lurnel. A comissão de avaliadores foi composta por Anita Cavaleiro, Daniel Tavares, Joel Zito Araújo, Krishna Mahon, Raquel Fukuda, Renata Ishihana, Ricardo Targino e Sabrina Fidalgo.

Veja o resultado abaixo.