30/10/2014 às 08h00m


Dormir é a melhor meditação

Parece incrível, mas 16 a 40% da população mundial sofre algum distúrbio de sono. Ao contrário do que se diz, não "perdemos" um terço de nossas vidas dormindo. Durante o sono, ocorrem importantes processos metabólicos, fundamentais à nossa saúde e bem-estar. Quando nosso processo sono-vigília se encontra em desequilíbrio, verdadeiras catástrofes podem ocorrer a curto, médio ou longo prazo. 

Pessoas que dormem menos que o necessário costumam ter menos vigor físico e envelhecer mais precocemente, e estão mais propensas a infecções e a desenvolver doenças, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial. 

Ninguém é obrigado a dormir oito horas por dia. Cada um tem sua necessidade de sono: uns dormem mais e outros, menos. Essa variação também tem a ver com sexo, idade e posição social. Por exemplo: adultos precisam , em média, de sete a oito horas de sono diárias; crianças, de nove a onze; e bebês, de 16 horas ou mais de sono ao longo do dia. 

A maioria das pessoas não conhece sua necessidade de sono nem sabe o quanto é importante respeitar essa necessidade. 

A privação do sono, a longo prazo, pode comprometer seriamente a saúde, pois algumas das funções mais vitais do organismo só acontecem enquanto estamos dormindo, como a produção do GH (hormônio do crescimento), cujo nível mais alto de produção acontece durante o sono profundo. O GH ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico, estimula o sistema imunológico e combate a osteoporose. Em suma, dormir ajuda a emagrecer e a rejuvenecer!

Outro hormônio que entra em ação durante o sono profundo é a melatonina, produzida pela glândula pineal. Primeiro, ela dá uma sensação de sonolência; depois, reduz os ritmos cardíaco e respiratório, relaxa a musculatura e baixa a temperatura corporal. Então, a liberação do GH e da leptina (hormônio responsável por controlar a sensação de saciedade) atingem seu ápice, e o cortisol, que induz ao sono profundo, começa a ser liberado e continua sendo até o início da manhã, quando atinge o seu pico. 

Dormir menos que o necessário pode causar diabetes: com a falta de sono, a insulina (hormônio que retira o açúcar do sangue) deixa de ser produzida adequadamente pelo pâncreas e, ao mesmo tempo, a liberação de cortisol, que tem ação contrária à da insulina e é relacionado ao estresse, aumenta.

A curto prazo, dormir menos que o necessário pode provocar cansaço, sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda de memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão do raciocínio, falta de atenção e dificuldade de concentração... Se o desequilíbrio continuar, o quadro tende a se agravar e a pessoa pode entrar em um processo de perda do vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular e comprometimento do sistema imunológico, que levam a doenças, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastrointestinais e perda crônica da memória. 

Dicas para se ter um sono de qualidade:

- Evite café, chás (principalmente preto e mate, que contêm cafeína) e refrigerantes derivados de cola, pois são estimulantes.
- Evite dormir com a televisão ligada, pois isso impede que você chegue à fase de sono profundo, quando o hormônio do crescimento atinge o seu ápice de liberação.
- Mantenha seu quarto sempre arejado e com boa circulação de ar. Quando for se deitar, certifique-se de que está bem escuro. 
- Invista em um bom colchão, adequado ao seu peso e altura, em travesseiros confortáveis e em lençóis macios, de fibra natural, que permitem a transpiração.
- Procure ir se deitar sempre no mesmo horário, para criar uma rotina saudável. 




Autor: Dr. Lair Ribeiro

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23/10/2014 às 07h39m


Estresse infantil

A infância tem sido ameaçada por um novo vilão: o estresse.

A infância hoje não é mais tão inocente como antigamente. As crianças mantêm jornadas de até dez horas diárias, distribuídas entre escola e atividades complementares... Confinadas em apartamentos, transformam o computador e a internet em janelas para o mundo, vivendo uma realidade virtual. 

Diante disso, pais, educadores e médicos estão se voltando para o conforto emocional das crianças. E quando o assunto é estresse, é preciso ter em mente que ele nem sempre é prejudicial, pois todos precisamos de algum estresse para viver. 

Especialistas dizem que a hora do parto é a primeira experiência da criança com o estresse, seja o parto normal ou cesariana. Primeiro, ocorre o eustresse, modalidade positiva que nos leva a decidir entre agir ou fugir. Depois, se houver risco de sofrimento fetal, surge o distresse, e o nascimento passa a ser considerado traumático.

No comecinho de vida, o estilo de vida e a harmonia entre pais e familiares mais próximos do bebê são cruciais. O bebê irá aprender observando e imitando os pais; ele capta sinais de nervosismo, de irritação e de medo. Daí a importância de uma criança nascer e crescer em um ambiente emocional estável. 

A mãe é fundamental ao desenvolvimento do bebê, não só pela proteção e cuidados que representa, mas pela influência que exerce na vida da criança. Logo nos primeiros dias de vida do bebê, sua atitude em relação a horários de mamadas, por exemplo, já determina em grande parte como será a personalidade da criança no futuro. Se for o primeiro filho, certamente ela não agüentará ouvi-lo chorar por muito tempo e, prontamente, o amamentará, mesmo que tenha acabado de fazê-lo. Isso ocorrendo repetidas vezes, o bebê se acostumará ao "pronto atendimento" e, com o passar dos anos, se tornará uma criança "mimada", que não consegue lidar com contrariedades. Quando atingir a idade escolar, essa criança terá problemas, pois lhe faltarão recursos para interagir com o novo meio. Na escola, ela terá de dividir atenção e brinquedos, mas como não aprendeu a fazer isso, se sentirá contrariada e brigará. Crianças sadias também brigam, mas brigas muito freqüentes ou isolamento por parte das outras crianças pode ser sinal de que algo não vai bem.

Em crianças e adolescentes, os principais fatores de estresse são: perdas familiares importantes, mudança de cidade ou de escola, brigas constantes entre os pais ou a separação destes, violência doméstica, exigência exagerada de desempenho escolar, social ou esportivo, nascimento de irmãos, doenças e hospitalização. 

Durante os anos de crescimento, o referencial de vida de crianças e adolescentes são seus pais e familiares. Eles são verdadeiros espelhos para seus filhos, e a atitude que tiverem perante a vida repercutirá nas crenças e paradigmas que nortearão a vida futura de seus filhos. Se foram muito protetores, certamente eliminarão os desafios da vida de seus filhos e, como resultado, estes não saberão lidar com as situações a que forem expostos. 

A adolescência é o momento da formação da identidade pessoal, das grandes descobertas, e o estresse é iminente: estresse hormonal, estresse social e estresse familiar. Na adolescência, rebeldia e impulsividade são desejáveis, mas os pais precisam saber lidar com isso, dando aos filhos, além do exemplo, incentivos, para que confiem em si mesmos, e apoio, para lidar com as conseqüências de suas ações. Sem exemplo, sem autoconfiança e sem apoio a adolescência pode ser num verdadeiro período de trevas e o adolescente pode tornar-se um adulto infeliz, improdutivo, sem perspectivas nem identidade própria.



Autor: Dr. Lair Ribeiro

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16/10/2014 às 07h59m


Estresse na Terceira Idade

Existe uma estreita relação entre estresse e envelhecimento. Ao contrário do que muita gente pensa, não são apenas as pessoas jovens, no auge de sua vida profissional, que podem ser acometidas desse mal. Muitos idosos estão estressados e nem têm consciência disso. 

Vários caminhos podem levar ao estresse na terceira idade, e um deles é o estilo de vida. Na vida, colhemos o que plantamos. Somos os únicos responsáveis pela vida que temos e, se a quisermos saudável, longa e plena de energia, temos de agir desde já!

Vícios, como tabagismo e alcoolismo; hábitos alimentares inadequados, como alimentação rica em gorduras saturadas e açúcares; e até problemas cotidianos, como questões familiares, pressão no trabalho e crise conjugal, são apenas alguns dos inúmeros fatores relacionados ao estresse. Submetendo o seu organismo a esses agentes por um longo período, você estará contribuindo para deteriorá-lo cada vez mais. 

Não são os anos de vida que envelhecem um indivíduo, mas sim a carga de estresse a que ele foi ou é submetido, que age implacavelmente, "gastando" o seu "capital" de energia. 

Muita gente pensa que se pode repor energia, mas quem que passa por um estresse prejudicial, mesmo que seja submetido a tratamentos e se recupere, nunca voltará a ser como antes. Enquanto se é jovem, um pequeno déficit de energia parece não fazer diferença. Então, a pessoa não percebe, começa a reincidir em situações de estresse e a perda de energia começa a aumentar progressivamente. Isso provoca doenças e envelhecimento precoce.

Quando se fala em envelhecimento, precoce ou não, tem se de falar também em depressão. Envelhecimento, em geral, representa queda na capacidade produtiva do indivíduo, e quando isso acontece, caem também os estímulos e as perspectivas de vida desse indivíduo, que começa a manifestar sintomas, como falta de concentração e de atenção, perda de memória, dificuldade com raciocínio lógico, dificuldade em assimilar novas informações, problemas em simpatizar com novas pessoas, dificuldade de organização, entre outros. Nesse quadro, típico de depressão, a pessoa sofre pela ausência de estresse. 

O estresse negativo ou distresse pode deixar o indivíduo menos inteligente, pois as reações químicas provocadas pelo organismo em resposta aos agentes estressores destroem lentamente sua estrutura cerebral, em especial o hipocampo, responsável pela memória (não por acaso, um dos sintomas de estresse é a perda de memória!). Dessa forma, o estresse também pode ser associado à doença de Alzheimer.

Para resgatar a funcionalidade do corpo fragilizado pelo estresse, tudo tem de ser cuidadosamente planejado e aplicado. Alguns caminhos para isso são os alimentos funcionais, a homeopatia e a medicina oriental, que buscam promover a qualidade de vida e realçar o sentido da vida (espiritualidade) nos indivíduos, minimizando, por exemplo, a demanda pelo uso de medicamentos convencionais.

Seguem-se algumas dicas capazes para a sua saúde e qualidade de vida:

- Manter-se fisicamente ativo, praticando exercícios de acordo com as suas condições físicas e sob orientação especializada.
- Manter-se intelectualmente ativo, cultivando o hábito da leitura e da escrita. 
- Adotar uma alimentação saudável e de acordo com as suas necessidades.
- Investir em novas amizades e cultivar as antigas.
- Manter uma ocupação.

Hoje, quantidade e qualidade de vida caminham lado a lado. Para viver mais é preciso viver com qualidade, daí a necessidade de rever conceitos, de avaliar a visão acerca da realidade que nos cerca e de buscar uma reintegração com essa realidade, como meio de alcançar um resultado duradouro e eficiente. 

Autor: Dr. Lair Ribeiro

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09/10/2014 às 07h37m


Estresse: a força da vida

Em 1936, em Montreal, Canadá, o Dr. Hans Selye descobriu que o organismo, quando em contato com alguma mudança física ou psíquica, interna ou externa, reage da seguinte forma: aumenta o córtex da supra-renal, reduz as defesas do organismo e aumenta as lesões gástricas e duodenais, caracterizando um quadro que, se prolongado, pode causar hemorragias e levar à morte. Em seguida, sua descoberta foi publicada na respeitada revista inglesa Nature. Pronto: estava descoberto o estresse.

Estresse é a força que mantém o nosso instinto de sobrevivência; é a reação de luta ou de fuga do organismo diante de um perigo eminente. Portanto, as reações identificadas pelo Dr. Selye são decorrentes do processo de adaptação do organismo para tentar sobreviver a um agente estressor e revelam a inteligência do organismo para lidar com adversidades. 

Hoje, sabe-se que a intensidade dessa reação orgânica depende apenas da tolerância do indivíduo ao agente estressor. É o mecanismo de tolerância individual que irá influenciar na evolução do estresse para eustresse (positivo) ou distresse (negativo). 

Vamos entender o processo orgânico do estresse:

O Sistema Nervoso Autônomo (SNA), parte do nosso sistema nervoso que responde por manter estável o organismo frente às necessidades de adaptação aos meios internos e externos, age controlando funções, como circulação sanguínea, sudorese, temperatura corporal, respiração e digestão, entre outras, e divide-se em Sistema Nervoso Simpático (estimulante) e Sistema Nervoso Parassimpático (bloqueador). 

A maioria dos órgãos recebe estímulos tanto do sistema nervoso simpático quanto do parassimpático, e como cada um produz uma resposta diferenciada, a ação deles, em conjunto, possibilita um controle eficaz dos órgãos. 

Ao entrar em contato com um agente estressor, o organismo responde, dando início a significativas alterações no Sistema Nervoso Autônomo. Então, Sistema Simpático ativa as glândulas supra-renais e intensifica a liberação de adrenalina, de cortisol total e de cortisol livre. Terminado o contato com o agente estressor, o organismo retoma seu equilíbrio, mas se a exposição ao agente agressor continuar, o cortisol continuará sendo liberado, bloqueando a ação da serotonina, conhecida como "hormônio do bem-estar". Então, o quadro clínico do indivíduo torna-se instável, alternando ansiedade, depressão e insônia. Se isso perdurar, ele se sentirá fatigado e com baixa imunidade, aumentando as chances de contrair doenças. 

O organismo pode, ainda, entrar em estado de fadiga crônica. Então, a supra-renal, em exaustão, deixa de responder e ocorre uma queda na produção de cortisol livre, mas continua crescente a liberação de cortisol total. Entre as patologias apresentadas em indivíduos com fadiga crônica, temos as de origem metabólica, como diabetes e obesidade, as fisiológicas, como hipertensão, e as emocionais, como insônia, falta de libido e depressão.

Buscar equilíbrio e coerência entre pensamentos, palavras e ações é fundamental ao controle do estresse. Também é preciso adotar um estilo de vida mais saudável, com alimentação equilibrada, atividade física regular, lazer, relacionamentos saudáveis... Os desafios, assim como o estresse, são importantes, mas você só usufruirá de seus benefícios se souber lidar com eles. 


Autor: Dr. Lair Ribeiro

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02/10/2014 às 07h48m


Estresse & Sexo é como água e óleo

O que estresse tem a ver com sexo?

É simples. Primeiro, você passa horas em congestionamentos, sujeitando-se à poluição atmosférica, sonora e visual e expondo-se à violência, sem contar a pressão no trabalho, muitas vezes realizado em ambiente hostil, onde imperam a ganância, o egoísmo, a inveja... Depois, vêm a má alimentação, a ausência de uma atividade física e a falta de tempo. Por fim, quando chega em casa, cansado, a rotina doméstica apresenta-se irritante, com crianças cheias de energia e seu parceiro querendo discutir problemas domésticos ou, também, chegando em casa com o mesmo estado de ânimo... E, para arrematar, a TV ligada, exibindo crise política e violência. 

Diante desse quadro resultante do estresse, não é de estranhar que o apetite sexual desapareça.  

Na luta pela sobrevivência, o estresse surge como uma ameaça constante. Para entender melhor, imagine-se como um motor que fica constantemente ligado. Por não ser desligado periodicamente, ele começa a gasta cada vez mais combustível, vai se deteriorando e pode oxidar-se, enferrujar-se, apodrecer e deixar de cumprir a sua função. 

Com o corpo, acontece a mesma coisa. Quando se encontra diante de uma situação estressante, o organismo prepara-se para agir: os sentidos informam ao neocortex cerebral e ao sistema límbico, que, se considerarem a situação ameaçadora, acionam um sistema que libera catecolaminas para todo o organismo. Aí, a freqüência cardíaca aumenta, preparando o indivíduo para o ataque ou a defesa. Se a situação perdurar, o organismo libera cortisol, substância mais forte e prejudicial que as catecolaminas, que aumenta a acidez estomacal, podendo, a longo prazo, gerar gastrite ou úlcera. Juntos, catecolaminas e cortisol provocam irritação, insônia e propensão a problemas cardíacos.

A diminuição do apetite sexual e disfunções, principalmente nos homens, podem ser decorrentes de crises de estresse. 

Na eterna corrida em busca de sucesso e realização, pouco-a-pouco o homem vê-se frustrado, sem ânimo nem disposição. Distancia-se da companheira, dos filhos, dos amigos... No trabalho, sua produtividade cai e a crise intensifica-se a cada dia. Como não consegue relaxar, o primeiro sinal é a diminuição do desejo. Aos poucos, diminuem as ereções matinais, comuns a todos os homens. A insegurança aumenta e passam a evitar  cada vez mais suas companheiras. Nesse momento, muitas vezes a mulher também está passando por problemas e nem percebe o que está acontecendo. Então, a relação esfria e o casal começa a distanciar-se, apesar do amor que sentem um pelo outro. Foram vencidos pelo cansaço!

No homem, com a freqüência em que passa a ter dificuldade na ereção, outros distúrbios podem acontecer, como ejaculação precoce e impotência. Na mulher, a queda brusca de desejo alterar seu ciclo menstrual e levar a problemas de fertilidade.

Ao menor sinal de alteração no seu apetite sexual, procure orientação médica e abra a jogo com seu companheiro. Conversar ajuda a lidar com medos e inseguranças. E mais: mude seu estilo de vida, principalmente seus hábitos alimentares, pois a libido está relacionada à ingestão de certos nutrientes, facilmente encontrados em uma alimentação balanceada e com todos os grupos alimentares. Caso você não saiba, as vitaminas do complexo B fornecem energia e estimulam o metabolismo; as vitaminas A, E e o ácido fólico estão relacionadas à produção do sêmen, e os minerais (cálcio, magnésio, zinco e enxofre), associados às vitaminas B12 e C, desempenham papel importante na fertilidade.




Autor: Dr. Lair Ribeiro

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