Na manhã deste sábado, 28 de junho, professores das escolas estaduais Guido Marlière e Coronel Vieira, duas das mais tradicionais instituições de ensino de Cataguases, saíram às ruas em protesto contra a proposta do Governo de Minas Gerais de municipalizar aquelas unidades escolares. A manifestação percorreu as principais vias do Centro da cidade, passando pelo Calçadão e encerrando-se na Praça Rui Barbosa, com grande mobilização da comunidade escolar.
📸 Siga o Site do Marcelo Lopes no Facebook e no Instagram
📱Participe do grupo de WhatsApp do Site do Marcelo Lopes
A passeata foi marcada por palavras de ordem, faixas e cartazes que expressavam a insatisfação da categoria e os riscos apontados com a municipalização. De acordo com um panfleto distribuído durante o ato, os professores alertam para diversos impactos negativos que o projeto pode causar, como desemprego, rompimento de vínculos com os alunos e prejuízos financeiros ao município.
Segundo o documento, a municipalização pode resultar na perda de cerca de 150 postos de trabalho, entre contratados e remanejados. Além disso, professores argumentam que o município não consegue atualmente atender à demanda da Educação Infantil — com 283 crianças de 0 a 3 anos fora da creche e outras 40, de 4 a 5 anos, sem acesso à escola. Diante disso, questionam como a Prefeitura poderia absorver mais de 950 novas matrículas do Ensino Fundamental com qualidade.
Outro ponto destacado é o impacto financeiro. Um estudo do DIEESE aponta que o custo anual para manter o padrão de ensino com a municipalização será de R$ 13,3 milhões, mas o repasse estadual seria de apenas R$ 7,2 milhões. Isso deixaria o município com um déficit superior a R$ 6 milhões por ano — valor que, segundo os manifestantes, comprometeria outros serviços públicos.
Em meio às críticas, o prefeito José Henriques anunciou, em entrevista a Rádio Tipuana, de Leopoldina, que o projeto de lei que trata da municipalização será enviado à Câmara Municipal de Cataguases ainda nesta semana, dizendo ainda estar otimista quanto à sua aprovação, uma vez a maioria dos vereadores são de sua base política. Na ocasião, ele também afirmou ter certeza que esta proposta é a melhor para estudantes cataguasenses.
Caso seja aprovada o município vai receber do governo mineiro uma espécie de “indenização” no valor de quase R$ 20 milhões. Agora, o assunto desembarca na Câmara Municipal sob o olhar atento de toda a população e forte pressão da sociedade civil e da comunidade escolar que é contra esta iniciativa. Pelo menos é o que mostra enquete feita pelo Site em seu perfil do Instagram. As 825 pessoas que votaram apontaram o seguinte resultado: Não = 89% Sim = 9% Tanto Faz = 3%.
Cientes do problema que têm nas mãos, os vereadores também se mobilizam nas redes sociais tentando passar a imagem de que ficarão do lado da maioria. Dois deles, pelo menos, da base aliada do prefeito – Henrique Thurran e Giovana Costa – divulgaram vídeos no Instagram dizendo querer ouvir a população, insinuando que será “a voz das ruas” que irá nortear seus votos. Se estiverem falando a verdade, pode-se entender que votarão contra a municipalização visto que o resultado da enquete feita pelo Site, de outra sondagem promovida pelo próprio Thurran, e demais que circulam nas redes sociais, rejeitam por quase totalidade dos votos a municipalização. Entretanto, como já se viu em épocas não muito distantes, o discurso dos vereadores não costuma se confirmar na prática. A conferir.
OUTRAS NOTÍCIAS
Cataguases recusa proposta do governo de Minas de municipalizar a Educação
Concurso do governo de Minas abre quase 14 mil vagas na Educação
Fotos: Redes Sociais