Cataguases foi palco, neste sábado, 25 de maio, da 520ª reunião da União Regional dos Médicos da Zona da Mata (UREZOMA), uma das mais tradicionais entidades médicas do estado, com quase seis décadas de atuação. O encontro reuniu profissionais de 11 municípios no salão de festas do Espaço Manto Verde, com uma programação que combinou rigor científico, debates sobre os rumos da medicina e momentos de confraternização.
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Entre os destaques, palestras técnicas com médicos da região, a presença do presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), Dr. Ricardo Hernane Lacerda Gonçalves Oliveira, e uma mesa-redonda dedicada aos desafios enfrentados pelos jovens médicos no cenário atual da profissão — tanto no Brasil quanto no mundo.
O evento também foi marcado por homenagens a dois nomes de peso na medicina regional. O médico Atilio José Montanari foi reconhecido por sua atuação em 2024, enquanto o doutor João Guimarães Filho foi celebrado por sua histórica contribuição à expansão da Unimed e à consolidação do associativismo médico na Zona da Mata.
A programação científica culminou com a entrega do Troféu Mérito Acadêmico aos autores dos três melhores trabalhos científicos apresentados este ano, incluindo premiação em dinheiro e certificados.
Encerrando com leveza e integração, um almoço ao som de voz e violão reuniu médicos, estudantes e professores em um ambiente descontraído e afetuoso — algo que, segundo o médico Joseph Freire, organizador do evento em Cataguases e presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases, também faz parte do cuidado com a saúde da categoria.
Tradição e renovação lado a lado
O presidente da UREZOMA, Delano Carlos Carneiro, destacou a importância do movimento associativo como sustentação da entidade ao longo dos anos. “Temos uma longa trajetória no movimento associativista porque acreditamos na força das instituições de classe. A UREZOMA está presente em 11 cidades graças a esse trabalho contínuo de expansão”, afirmou.
Delano também chamou atenção para a crescente presença de estudantes nas reuniões: “Até alguns anos atrás, o acadêmico não participava e hoje temos um segmento importante de futuros colegas. Isso é relevante, pois recebem orientações valiosas para suas trajetórias profissionais”.
Em seu discurso, Joseph Freire, tomando como base a realidade atual do excessivo número de faculdades de medicina abertas no país, fez uma reflexão sobre a profissão, e perguntou: “Vale a pena ser médico nos dias de hoje?” Em seguida, reconheceu a influência política sobre a profissão e as distorções impostas por entidades e instituições governamentais, gestores e líderes que existem. E respondeu: “Sim, vale a pena! Eu faria tudo novamente, talvez com ainda mais paixão e intensidade.” Antes de encerrar aproveitou para dar um conselho aos acadêmicos de Medicina: “Não se tornem meros prescritores de soluções prontas. Aqueles que não se preocupam com a essência da medicina já têm sua derrocada decretada”, afirmou.
A voz dos jovens
Para Daniela, aluna do oitavo período de Medicina da Unifagoc, a experiência vai além da sala de aula: “Esse evento é muito importante para nós, alunos. Podemos aprender, trocar experiências e confraternizar com os médicos. A UREZOMA faz total diferença ao incentivar a nossa participação”.
O apoio institucional das faculdades também foi lembrado, com várias universidades da região — como Faminas, Unifagoc, Suprema, Unipac, Univértix, Univiçosa e UFJF — viabilizando a ida dos acadêmicos.
A medicina em debate
Luiz Antônio Avelar, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, reforçou o papel da UREZOMA como espaço de reflexão ética e atualização: “Aqui discutimos não só a ciência médica, mas também o código de ética e a nossa missão profissional”. Ele também anunciou para o próximo mês a realização do Congresso Mineiro da História da Medicina, propondo uma reflexão mais ampla sobre a trajetória da área no estado.
Preservar o passado, projetar o futuro
Em 2025, a UREZOMA completa 59 anos e já prepara as comemorações dos 60. Um livro comemorativo está em produção para registrar a história da entidade, que atua em cidades como Além Paraíba, Carangola, Leopoldina, Juiz de Fora, Manhuaçu, São João Nepomuceno, Ubá, Viçosa, Ponte Nova e Muriaé, além de Cataguases.
Representando a Associação Médica de Minas Gerais, Lincoln Ferreira exaltou a importância da iniciativa: “É um evento maravilhoso de educação continuada que beneficia toda a medicina mineira. Foi intelectualmente concebido aqui em Cataguases e é fundamental para analisar, debater e buscar soluções para os grandes problemas que afligem o ensino e a prática médica”.
Compromisso de longa data
Um dos momentos mais emocionantes do evento veio com o discurso de João Guimarães Filho, homenageado por sua longa trajetória junto à UREZOMA. “Desde a década de 70 acompanho esse movimento. A cada ano, ele se renova, mas mantém seu compromisso com o conhecimento e com a união da nossa categoria”, disse.
A 520ª reunião da UREZOMA reforçou a força da tradição médica na Zona da Mata mineira, ao mesmo tempo em que abriu espaço para o novo, celebrando a união entre gerações e o compromisso com uma medicina ética, atualizada e humana.
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Fonte e foto: Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases