Clientes economizam R$ 8,3 bi com cooperativas de crédito

Clientes economizam R$ 8,3 bi com cooperativas de crédito

Uma pesquisa do Sicoob, obtida pela Folha, aponta que seus cooperados teriam gastado R$ 8,3 bilhões a mais em 2020 caso tivessem escolhido um banco tradicional para suas transações. O cálculo foi feito com base na diferença entre os preços médios praticados em cooperativas que integram o sistema e outras instituições do sistema financeiro, com dados do Banco Central. O levantamento mostra a diferença em juros e tarifas de modalidades como cheque especial e rotativo do cartão de crédito, que podem ser significativas.

De acordo com o estudo, somando as diferenças de juros e tarifas com a distribuição de resultados, cada cliente economizou em média R$ 3.100 ao eleger uma cooperativa como sua instituição financeira. “As cooperativas conseguem cobrar valores mais acessíveis pelo próprio modelo de negócio, que não visa lucro. Não faria sentido ter ganhos em cima dos cooperados, que são ao mesmo tempo sócios da instituição para, no fim do ano distribuir tudo de volta”, explica Ênio Meinen, diretor de coordenação sistêmica e relações institucionais do Sicoob.

Segundo a pesquisa, tarifas de manutenção de conta para pessoas jurídicas no sistema cooperativo são de cerca de R$ 60 mensais. Em outros bancos, gira em torno de R$ 155. Em 2020, os cooperados deixaram de gastar R$ 965,5 milhões. “O estudo foi feito com as cooperativas ligadas ao Sicoob, mas a lógica vale para qualquer outro sistema cooperativo. O próprio modelo de negócio propicia preços melhores”, destaca Meien. Para ele, o desafio de cooperativas é a comunicação com a sociedade. “Precisamos ser mais ostensivos na divulgação dos nossos nosso modelo”, diz.

A cooperativa de crédito é uma instituição financeira formada pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros aos seus associados. Os cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da instituição, com participação na gestão e que usufruem de seus produtos e serviços. Nas cooperativas, têm acesso aos principais serviços disponíveis nos bancos, como conta corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito e empréstimos. “Nossos canais digitais são similares aos dos bancos tradicionais e das fintechs. Depois da pandemia, 90% das operações dos nossos cooperados foram feitas por meio dessas plataformas”, pontua Meinen.

Segundo o estudo quem entrou no cheque especial pagou 0,78 ponto percentual a menos na taxa de juros mensal com relação à média dos bancos. Isso representou economia de R$ 125,7 milhões para os cooperados no final do período. O coordenador da área de crédito da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Thiago Borba, afirma que muitos consumidores ainda enxergam a cooperativa de crédito como uma instituição fechada e não sabem que são instituições semelhantes a bancos. “Temos valores mais baixos que o restante do sistema financeiro. Dessa forma, se o cliente tem informação e conhece o modelo, não faz sentido escolher instituições mais caras, em que ele não participa da tomada de decisões”, diz.

Completa a análise desta realidade o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Coopemata, César Mattos: “O Sicoob vem durante anos trabalhando a cultura cooperativista no nosso país e buscando fazer a inclusão financeira de pessoas e empresas ao menor custo possível. Buscamos ser competitivos, usando tecnologias de ponta e tendo como princípio sermos uma empresa cooperativa do associado e para o associado. Assim crescemos e reduzimos drasticamente o custo para o nosso cooperado. A cooperativa financeira faz a diferença nesse mercado financeiro caro e ganancioso.

Fonte: Yahoo Finanças | Texto: Larissa Garcia | Foto: Arquivo