É crítico o estoque de medicamentos para UTI no Hospital de Cataguases

É crítico o estoque de medicamentos para UTI no Hospital de Cataguases

O Hospital de Cataguases vive mais um drama nesta pandemia provocada pela Covid-19. Agora, além da falta de leitos hospitalares para atendimento a pacientes suspeitos ou confirmados com a doença, está convivendo também com a escassez de medicamentos básicos para intubação. Por causa disso os gestores daquela Santa Casa já acenderam o sinal de alerta vermelho e estão em busca de ajuda junto a entidades governamentais nas três esferas de poder para tentar contornar a situação e evitar que a realidade caótica vivida em outros estados aqui se repita.

Diante da piora dos indicadores da Covid-19, com o número de novos casos em elevação contínua, demandando mais assistência médico-hospitalar, os estoques de medicamentos do Hospital de Cataguases e de outros hospitais estão sendo consumidos em muito menos tempo do que anteriormente. No Hospital de Cataguases, por exemplo, explica a direção daquela unidade, a programação é feita para consumo em trinta dias, porém, com o aumento das internações, está fazendo com que este este montante seja consumido em apenas uma semana.

Apenas para exemplificar esta situação, a direção do Hospital de Cataguases revela um pouco a realidade do mercado de medicamentos deste setor destacando, principalmente, o aumento de preço de alguns destes produtos, os mais utilizados no tratamento dos pacientes internados em UTI.

Propofol: R$ 7,85 antes da pandemia. Foi adquirido pela última vez ao preço de R$ 16,90 e agora, aguarda chegada de nova remessa, ainda sem data de chegada, tendo sido comprado por R$ 25,00;
Rocuronio: R$ 12,00 antes da pandemia; penúltima compra a R$ 22,37 – e adquirido pela última vez a R$ 50,00;
Dexmedetomidina: R$ 19,58 antes da pandemia; penúltima compra a R$ 26,00 e última aquisição a R$ 35,00;
Dextrocetamina; Foi adquirido a R$ 44,72 e em sua última compra custou ao hospital R$ 65,50.

Com a explosão de internações, o temor é o desabastecimento de insumos e remédios essenciais. Para tentar evitar o pior, nesta segunda-feira, 22, o Ministério da Saúde requisitou os estoques da indústria de medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, incluindo anestésicos e bloqueadores musculares, para abastecer a rede do Sistema Único da Saúde (SUS) por 15 dias.

Daniella Rodrigues Pereira, gerente de Serviços de Apoio do Hospital de Cataguases, calcula que “se o consumo continuar elevado como estamos verificando nas últimas semanas, nosso estoque entrará em colapso, no máximo, em duas semanas. Não é questão de recursos, é falta do produto nos fornecedores”, afirma. Ela completa dizendo que o Hospital tem feito os pedidos que entram em uma fila de espera. “Em alguns casos, esse prazo supera sessenta dias”, revela.

Ela aproveita para fazer um alerta a toda a população, inclusive de cidades vizinhas: “Agora, mais do que nunca, é importante que todos se conscientizem da grave situação que enfrentamos porque, se esse quadro não for revertido, com queda nas internações, ficaremos sob risco de não ter condições de prestar o atendimento adequado às pessoas internadas, por falta dos medicamentos necessários para a realização dos procedimentos médicos”, finalizou.

Fonte: Hospital de Cataguases | Texto e fotos: Camilo Vória