Polícia Civil instaura inquérito para apurar morte de cadela

Polícia Civil instaura inquérito para apurar morte de cadela

MATÉRIA ATUALIZADA – A morte de uma cadela no Bairro Paraíso, em Cataguases, ocorrida no último dia 06 de junho, tem causado grande repercussão na cidade. Ela morreu após ser atingida na cabeça por uma pedra lançada por um homem, enquanto passava pela rua. O fato gerou revolta, tomou conta da redes sociais e mobilizou um grupo de pessoas defensoras da causa animal. O homem que atirou a pedra na cadela Rebeca, como era chamada, se defendeu em sua página na rede social Facebook, o que não o impediu de ser criticado severamente pelos internautas.

Logo após o ocorrido, a dona da cadela denunciou o fato com uma nota em sua página do Facebook, onde também postou as fotos do suposto autor ao lado de outra, de Rebeca morta. No pequeno texto, ela conta que a cachorra era “dócil”, “não incomoda ninguém”, e define o homem que atirou a pedra como “monstro”. O autor que atirou a pedra, por sua vez, manifestou-se na mesma rede social dizendo que agiu para se defender. Segundo ele a cachorra já o teria mordido, juntamente com outro cão e, ainda, teria provocado vários acidentes com motocicletas que passam por aquela rua. O autor definiu a morte da cadela como “fatalidade” e que “não era minha intenção matar; tenho cachorro, também amo animais, mas quem sabe da verdade é quem estava lá e viu o que aconteceu”, completou.

O caso chegou ao conhecimento do advogado Silvio Romero, um dos mais ativos defensores da causa animal em Cataguases e região. Ele está à frente de vários projetos cujo tema é a defesa e proteção aos animais no município como, por exemplo, o de castração daqueles que vivem na rua realizado, atualmente, pela Faculdade Sudamérica. O Site entrou em contato com ele, que se manifestou da seguinte forma: “tratava-se de uma cadela dócil, de pequeno porte, que vivia há onze anos no local, estava próxima da casa dela e muito querida pela vizinhança que, inclusive, participou de uma vaquinha para sua castração. Por outro lado, o suposto autor da pedrada reside no local há poucos meses e depois do ocorrido resolveu deixar o imóvel. Na minha opinião, foi um ato de extrema crueldade”, disse.

 

Em sua página no Facebook, Silvio Romero postou várias mensagens sobre o “Caso Rebeca”, como ficou conhecido. Na última, com data de 12 de junho, informa o seguinte: “O I.P. (Inquérito Policial) já foi instaurado pela Polícia Civil. Grato tb à PM pela atenção. Segunda-Feira vou peticionar ao Juizado Especial Criminal e ao Juizado Especial Cível, para a instauração de processo criminal e de indenização.” Na mesma postagem, em resposta a um comentário, Romero completou dizendo: “(…) dentro do que a lei nos permite, faremos o possível para não ser este caso só mais um número estatístico. Em breve será aprovada a lei específica contra os maus tratos (a animais), de autoria do Deputado Federal Fred Costa, que segundo seu assessor, Marcus Vinicius Barroso Madaleno, já se encontra no Senado para aprovação.” O advogado também revelou ter encontrado e juntado ao processo, a pedra que teria atingido Rebeca, “ainda com um fio de seu pelo”, disse. E completou: “uma pedrada certeira e fatal nunca é ‘sem querer’. Justiça seja feita.”

Novo fatos

Veja as postagens feitas no Facebook pela dona da cadela Rebeca e pelo suposto autor da pedrada que teria matado o animal. Logo abaixo, publicamos um esclarecimento dos fatos feitos pela esposa do homem que supostamente atirou a pedra na cachorra. Ela entrou em contato com a reportagem após sua publicação para acrescentar fatos novos à história, inclusive, disse que a família sofre ameaça de morte.

Pouco depois da publicação da reportagem, a esposa do suposto autor da morte da cadela Rebeca, enviou duas mensagens ao Site e ligou para dar novas informações, reforçar a versão de seu marido e denunciar que a família está recebendo ameaças desde que o caso ganhou repercussão. Segundo ela, o esposo não atirou a pedra para acertar na cadela, mas sim, para espantar um grupo de cães que começou a persegui-la a partir do momento em que saiu com sua motocicleta. Ainda conforme ela, a pedra – “infelizmente” – acertou o muro primeiro e depois a cabeça do animal. Ela acrescentou que os cães daquela rua não são dóceis e perseguem motocicletas e demais veículos que passam por ali frequentemente e que somente duas pessoas, além dela, viram o que aconteceu: o seu marido e uma vizinha. Também disse ter tentado conversar com a dona da Rebeca, mas ela preferiu divulgar a história “do jeito dela”, no Facebook. Por fim, disse que mora no imóvel há muito tempo, que não fugiu de lá, e que teme pela segurança de sua família já que desde o início desta história está recebendo ameaças. Concluiu dizendo que sua advogada está providenciando todas as provas para inocentar o marido.