Casa de Caridade Leopoldinense pede ajuda aos governantes

Casa de Caridade Leopoldinense pede ajuda aos governantes

A Casa de Caridade Leopoldinense, situada em Leopoldina e referência no atendimento aos moradores também dos municípios de Argirita, Recreio, Palma e Laranjal, divulgou na manhã deste sábado, 25 de abril, uma “Carta Aberta” direcionada aos Governos Federal, Estadual e Municipal. O texto conclama aquelas autoridades a tomarem novas providências no sentido de sanar sua necessidade por insumos e equipamentos, visando dar àquele hospital condições de enfrentar a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

A Carta, assinada pela Provedora Vera Maria do Valle Pires, informa que a Casa de Caridade Leopoldinense (CCL) possui 92 leitos dos quais 70% estão ocupados. O mais grave, porém, ainda conforme o texto, é que a taxa de ocupação do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) atualmente é maior do que sua capacidade, alcançando a preocupante marca de 116%, o que deixa a direção da entidade “apreensiva”. O texto cita o recente repasse de mais de R$ 400 mil feitos pela Câmara Municipal e Prefeitura, para dizer ser “necessário que o hospital receba mais auxílio para que efetivamente esteja preparado” (para o atendimento às vítimas da pandemia).

O texto que pede uma “resposta urgente” das autoridades ao seu clamor, também revela que a CCL só vai conseguir “evitar um quadro caótico e o agravamento dos problemas enfrentados” decorrentes da “carência de recursos”, caso os “órgãos gestores da saúde (adote) ações imediatas e concretas para sanar as deficiências na unidade hospitalar filantrópica que possibilite a aquisição de medicamentos, insumos, EPIs e equipamentos”, finaliza o texto.

Leia a íntegra da Carta Aberta abaixo.

CARTA ABERTA DA CASA DE CARIDADE LEOPOLDINENSE CONCLAMANDO AOS GOVERNOS FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL A TOMAREM MAIORES PROVIDÊNCIAS DIANTE DA NECESSIDADE DE INSUMOS E EQUIPAMENTOS PARA O HOSPITAL DE LEOPOLDINA ENFRENTAR A PANDEMIA DE COVID-19.

O sistema de saúde de Leopoldina tem na Casa de Caridade Leopoldinense o seu maior pilar há mais de cem anos. São anos de prestação de serviços hospitalares e de saúde aos 51 mil leopoldinenses e a toda região (Argirita, Palma, Recreio e Laranjal). A grande maioria dessa população é composta por pessoas que necessitam exclusivamente dos serviços do SUS.

É notória a necessidade face a pandemia do COVID19 de que o hospital seja devidamente preparado com insumos, medicamentos, respiradores, EPIs e outros, para que possa ter totais condições de atender todos os pacientes que necessitarem de internação.

Ademais, como é de conhecimento do Município, que inclusive já usou os dados em ação judicial, hoje a Casa de Caridade Leopoldinense possui 92 leitos, estando com uma taxa de ocupação de 70%. A taxa de ocupação de nosso CTI é de 116%, portanto apesar do reconhecido esforço do Prefeito Municipal e da Câmara de Vereadores que repassaram 431 mil reais para compra de respiradores é necessário que o hospital receba mais auxilio para que efetivamente esteja preparado.

Dentre a enorme problemática hospitalar para o enfrentamento do Covid-19, como o risco de superlotação da unidade com falta de leitos e insumos, merece destaque, em momentos como o atual, em que uma pandemia assola o Brasil e o mundo, a necessidade de um esforço maior dos Poderes Federal, Estadual e Municipal para que além dos respiradores a Casa de Caridade Leopoldinense possua os demais equipamentos e insumos necessários ao completo enfrentamento da doença.

A já conhecida precarização da saúde pública, com o desmantelamento de serviços, a superlotação das unidades de atendimento, escassez de profissionais, falta de materiais e medicamentos, ineficácia da assistência, descaso e desrespeito com o médico e com a sociedade, que vem ocorrendo no decorrer do tempo, nesse momento não pode ocorrer. O isolamento social sozinho não resolverá o combate a pandemia se o nosso hospital não tiver preparado para receber devidamente os pacientes com coronavírus.

Para evitar que tenhamos um quadro caótico e o agravamento dos problemas enfrentados pela Casa de Caridade Leopoldinense ao longo de sua história, Casa de Caridade Leopoldinense, face a carência de recursos necessários, a Casa de Caridade Leopoldinense vem a público cobrar dos órgãos gestores da saúde ações imediatas e concretas para sanar as deficiências na unidade hospitalar filantrópica que possibilite a aquisição de medicamentos, insumos, EPIs e equipamentos.

Por fim, esperamos uma resposta “urgente” dos gestores e contar com o apoio do Ministério Público e da sociedade leopoldinense para que juntos possamos continuar trabalhando e, principalmente, alcançando um resultado positivo com esse trabalho, garantindo aos médicos condições dignas de atender à população. A saúde e o hospital não podem ser negligenciados.

Leopoldina, 25 de abril de 2020.

Vera Maria do Valle Pires
Provedora

Fonte e foto: Jornal O Vigilante Online