Nos próximos meses (ainda sem data definida) o SUS vai começar a oferecer o teste DNA-HPV em substituição ao exame de prevenção ao câncer de colo uterino (conhecido como Papanicolau). Apesar de não ser novidade no meio médico, o procedimento, conforme explica a médica ginecologista Maria Ângela Girardi, “é um grande avanço nas políticas públicas para a mulher brasileira”, assegura.
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O novo exame será introduzido na rede pública de saúde de maneira gradativa nos municípios brasileiros e a população alvo será as mulheres de 25 a 64 anos. Ainda de acordo com Maria Angela, a novidade traz muitos benefícios, como sua eficiência de quase 100% no diagnóstico.
“Além disso, se o teste der negativo, a paciente pode esperar cinco anos para repetir”, revela a médica. Ele também é capaz de detectar a presença de vírus cerca de 10 anos antes do início das lesões, possibilitando o tratamento precoce, evitando a evolução da doença. Outra vantagem é que a própria paciente pode fazer a coleta do material a ser examinado.
O câncer de colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre mulheres (6,5 mil mortes por ano) e a grande maioria (mais de 99% dos casos) está associada à infecção persistente pelo HPV (Human Papilomavirus). Oito entre 10 pessoas serão infectadas, em algum momento da vida pelo HPV. Neste sentido, em 2020 a OMS – Organização Mundial da Saúde – lançou uma nova diretriz na prevenção desta doença que consiste na vacinação de 90% das meninas de até 15 anos de idade, rastreamento de 70% das mulheres com teste de alta performance, como o teste DNA-HPV e o tratamento de 90% das lesões precursoras do câncer de colo uterino, conta Maria Angela, que reforça:
Muito importante é a vacinação gratuita (contra o HPV) oferecida pelo SUS, de meninas e meninos de 9 a 14 anos, além do resgate dos adolescentes até 19 anos não vacinados. É importante que os pais entendam que o objetivo da vacinação não é liberar o adolescente para iniciar sua vida sexual, mas sim, prevenir contra o câncer de colo uterino.
Assista ao vídeo com a entrevista com a médica Maria Angela Girardi.
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