Água consumida pelos cataguasenses não passa por teste de qualidade do Sisagua

Água consumida pelos cataguasenses não passa por teste de qualidade do Sisagua

Um estudo realizado e finalizado durante o ano de 2022 em todo o Brasil em conjunto pelas organizações não governamentais Repórter Brasil, Public Eye e Agência Pública, revelou como anda a qualidade da água nos municípios brasileiros. Os dados utilizados são do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde entre 2014 e 2017.

Na região de Cataguases apenas Muriaé, cuja empresa responsável pelo tratamento da água é uma autarquia municipal, enviou os dados regularmente como é obrigatório. Em Cataguases, onde a água é tratada pela Copasa (foto acima mostra parte da Estação de Tratamento de Esgoto sob sua responsabilidade), a quem cabe enviar os dados ao Sisagua, não há informações porque a empresa não cumpriu sua obrigação. Na mesma situação está Leopoldina, Além Paraíba, São João Nepomuceno, Laranjal e Miraí, por exemplo, todas sob a responsabilidade daquela estatal mineira. Já em Ubá, os dados foram enviados parcialmente, o que impediu fazer a análise da água.

Chamado de “Mapa da Água”, o levantamento trouxe dados importantes, como o saneamento, tratamento e as substâncias nela presentes. Desse modo foram distribuídas três classificações aos municípios de acordo com a qualidade da água consumida pela população: Acima do limite de segurança; Dentro do limite de segurança, e Sem dados. Muriaé foi classificada “dentro do limite de segurança”, por conta dos níveis de concentração. A água fornecida atende aos parâmetros pré-definidos.

Por que analisar a água

A água tratada pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde. O mapa revela onde ocorreu esse tipo de contaminação e traz todos os resultados computados no Sisagua para agrotóxicos, substâncias orgânicas, inorgânicas, parâmetros radioativos e o grupo que se revelou mais problemático: os subprodutos da desinfecção, que são substâncias indesejáveis geradas a partir do processo de tratamento da água. São 65 substâncias no total que oferecem algum risco à saúde humana se estiverem acima da concentração máxima permitida, aponta o estudo.

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Fonte: Repórter Brasil | Foto: Arquivo