Peixes ajudam a evitar avanço do mosquito da dengue em Cataguases

Peixes ajudam a evitar avanço do mosquito da dengue em Cataguases

Nos últimos seis meses, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Núcleo de Controle de Endemias, vem desenvolvendo uma metodologia inovadora para evitar o aumento da densidade populacional do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. O chamando “Controle Biológico contra o Aedes” consiste no aproveitamento das espécies de peixes popularmente conhecidas como piaba e lambari, que são predadores naturais e se alimentam das larvas dos mosquitos que permanecem em depósitos de água. Atualmente, 43 depósitos, tais como bebedouros, piscinas e toneis, estão sendo periodicamente monitorados pelos agentes de endemias, situados também em locais estratégicos.

O educador em saúde, Élcio Amaral Ferreira, é o responsável pela elaboração desse projeto de controle biológico que reúne diversas vantagens. Uma delas é a substituição do uso dos larvicidas que poluem o solo e a água. Outra inovação do Núcleo de Controle de Endemias, foi a introdução da metodologia de monitoramento com o uso das ovitrampas que funcionam também como armadilhas, acumulando e eliminando milhares de ovos do Aedes. Parecidas com vasos de plantas e distribuídas por todas as regiões do município, em áreas residenciais e com apoio de moradores, elas funcionam para atrair fêmeas do mosquito. Nas ovitrampas elas depositam seus ovos, o que permite identificar o potencial de risco de dengue em cada região da cidade, antecipando o trabalho de intervenção.

Para Élcio, estas iniciativas vêm contribuindo para manter a dengue sob controle no município. Ele lembra que, em agosto do ano passado, Minas Gerais era o estado com o maior número de casos de dengue no país, com 471 mil registros prováveis, tendo surtos e epidemias acontecendo em vários municípios. Mas em Cataguases a situação estava controlada e sem registro de óbito. Para se ter uma ideia, nos meses de maior incidência, entre janeiro a março, foram 58 notificações isoladas, muito longe dos 2.258 registros de 2016, quando o município atingiu a marca histórica de casos da doença.

Ainda segundo aquele educador em Saúde, o objetivo é seguir substituindo, gradativamente, o controle químico pelo biológico, de tal forma que as equipes de saúde atuem não meramente no combate e eliminação de focos, mas na promoção da saúde e qualidade vida. “É sempre importante salientar que todos esses métodos não substituem a atuação da população. A dengue exige responsabilidade de todos nós. Por isso, reforçamos esse alerta para que as pessoas mantenham-se vigilantes, eliminando recipientes de água parada nos quintais de suas casas, limpando calhas e lajes, mantendo as caixas d’água cobertas e colaborando com a rotina de visitas dos agentes de saúde”, disse. Elcio reforça a importância dessas atitudes especialmente para estes dias chuvosos e de muito calor, clima propício para a eclosão de ovos e formação de larvas do Aedes.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Cataguases