Encontro em Cataguases discute o potencial econômico da Macaúba

Encontro em Cataguases discute o potencial econômico da Macaúba

Foi realizado no auditório das Faculdades Integradas de Cataguases (FIC), na tarde de quinta-feira, 1º de agosto, um encontro com lideranças políticas e empresários da região, para apresentação da Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata (PbioZM) – Projeto Minas Macaúba. A iniciativa é do deputado estadual Fernando Pacheco, que conheceu esta proposta recentemente em Juiz de Fora e vem defendendo sua implantação como uma das medidas de revitalização econômica da Zona da Mata.

Estiveram presentes o coordenador da Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata, Jackson Moreira; o representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agropecuária de Juiz de Fora, Rômulo Veiga; o diretor da FIC-Unis, Fred Henrique; representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais, Carlos Malta, e representando o Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola da FAO-OEA, Jamil Macedo, além do deputado estadual Fernando Pacheco e o Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Cataguases, José Emilton Silva.

Em entrevista exclusiva ao Site do Marcelo Lopes, Jackson Moreira (foto acima), coordenador da Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata, ele revelou-se um grande incentivador do projeto. Jackson define a Plataforma como sendo a nova fronteira agrícola de Minas Gerais e vê muitas vantagens no cultivo da macaúba na região. “Além de ser uma planta nativa da Mata Atlântica, ela retém água no solo além de produzir água. Seu cultivo é de baixo custo, permite consórcio com outras culturas como o feijão e a pecuária e em dez anos vai mudar a economia desta região”, prevê.

Jackson disse ainda que o projeto surgiu por causa da região estar vivendo um período de retração econômica. Ëm 2012 foi criada uma frente institucional com representantes da sociedade civil onde vislumbrou-se a possibilidade de fazer estudos que pudessem resgatar a capacidade econômica da Zona da Mata. “E a macaúba surgiu como um desses projetos, principalmente a partir de um trabalho que já vinha sendo feito pela Universidade Federal de Viçosa”, explicou. A partir daí, continua aquele técnico, “começamos a trabalhar com a perspectiva da preservação ambiental porque a Macaúba, além de sua alta capacidade produtiva ela também proporciona uma recarga hídrica e de melhoramento do solo”, revelou.

Com o desenvolvimento deste projeto, chegou-se às empresas aéreas que também estudavam a mesma palmeira para fins de produção de bioquerosene, o que despertou interesse de ambas as partes e com isso o aeroporto de Goianá poderá ser o primeiro a fornecer regularmente este tipo de combustível, conta Jackson. “Foi assim que surgiu a Plataforma de Bioquerosene e Renováveis da Zona da Mata”, disse ele informando em seguida que, “neste primeiro momento, a orientação é para que as prefeituras organizem esta ação como uma política de desenvolvimento regional e, a partir daí, vamos construir toda a estrutura de gestão.”

Interessado no projeto, o deputado Fernando Pacheco (foto acima), disse que a Zona da Mata necessita de iniciativas que impulsionem sua economia. Ele lembrou que o projeto Minas Macaúba já vem sendo estudado há sete anos e que “chegou a hora de verticalizar as ações porque é um modelo econômico novo pautado pela questão do meio ambiente”, disse. Sobre a realização do encontro em Cataguases, o deputado contou que neste mês de agosto, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai realizar uma Audiência Pública sobre o assunto, “mas antes quis trazer o assunto aqui para a nossa cidade porque entendo ser muito importante que a gente abrace este projeto”, destacou.

Fernando Pacheco disse também que este encontro foi o primeiro passo no sentido de levar ao produtor rural informações sobre a macaúba, a fim de que ele possa, a partir deste conhecimento, vislumbrar mais uma fonte de renda segura porque o investimento, ressalta o deputado, é muito baixo, e o poder público pode assessorar o produtor rural nesta cultura, além de oferecer subsídios para que possa investir nesta espécie de palmeia. “Com a macaúba nós vamos mudar o paradigma da nossa região, porque ela é sustentável, cria novas fronteiras agrícolas e abre uma nova frente na economia da Zona da Mata”, afirmou Fernando.