Em 12/02/2013 às 20h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Iniciativas buscam reciclagem de resíduos eletroeletrônicos em Minas

Até 2030, lixo eletrônico pode somar até 2,2 milhõ

Até 2030, lixo eletrônico pode somar até 2,2 milhõ

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A cada ano, os 20,5 milhões de mineiros adquirem novos e modernos aparelhos eletrônicos: celulares, computadores, televisões, eletrodomésticos e as mais variadas novidades no ramo. Com isso, os antigos equipamentos são descartados. Neste ciclo, até 2030, deve ocorrer um descarte de 2,2 milhões de toneladas de resíduos eletroeletrônicos em todo o Estado, segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

 

Por isso, o Governo de Minas está intensificando os investimentos na realização de treinamentos, a fim de preparar profissionais para o reaproveitamento de diversos tipos de materiais recicláveis, entre eles computadores. A iniciativa busca reduzir os impactos que o descarte irregular de equipamentos eletroeletrônicos possa causar ao meio ambiente.

 

Desde 2009, o Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), em parceria com o Comitê de Democratização da Informática (CDI), vem ministrando cursos de descaracterização e triagem de computadores. Os treinamentos integram o Programa Redução, Reutilização e Reciclagem de Computadores Pessoais (3RsPCs), que, nos últimos quatro anos, já capacitou 209 pessoas.

 

O programa de capacitação profissional é voltado para jovens que buscam inserção no mercado de trabalho. O curso, que tem duração de 90 horas/aula e é ministrado em um espaço de 30 dias úteis, aborda noções básicas de informática combinadas às boas práticas sustentáveis, como o descarte correto e o reaproveitamento de resíduos eletroeletrônicos.

 

O coordenador da Escola de Gestão de Resíduos do CMRR, Daniel Dias, observa que a procura de pessoas querendo saber como proceder quanto ao correto descarte de equipamentos tem aumentado nos últimos anos, assim como o volume da demanda pelos cursos de descaracterização e triagem de computadores da instituição.

 

“A velocidade com que novos dispositivos tecnológicos chegam ao público é bem grande, aumentando a quantidade desse tipo de resíduo. Mas, felizmente, a preocupação em dar um fim correto aos velhos aparelhos também está crescendo, o que significa oportunidade de geração de trabalho e renda para catadores e benefícios ao meio ambiente”, observa Daniel Dias.

 

Para este ano, devem ser formadas quatro novas turmas de 40 alunos. As inscrições para a formação da primeira turma serão iniciadas na segunda quinzena de fevereiro. Podem participar dos treinamentos pessoas com idade entre 16 e 29 anos. Os cursos são gratuitos e são ministrados na sede do CMRR, localizada na Avenida Belém, número 40, Bairro Esplanada, em Belo Horizonte. Mais informações podem ser obtidas por meio do seguinte telefone: (31) 3465-1200.

 

A qualificação sobre o descarte correto de equipamentos eletrônicos pode ajudar também na inserção social e na geração de renda para moradores de rua. A partir de abril deste ano, o CMRR, em parceria com a Pastoral de Rua de Belo Horizonte, iniciará a realização de treinamentos para que este público atue nos locais de recebimento de materiais descartados.

 

Diagnóstico mostra realidade do lixo eletrônico gerado

 

Em 2009, o Governo de Minas apoiou o desenvolvimento de um estudo para subsidiar a elaboração de políticas públicas neste setor. O Diagnóstico da Geração de Resíduos Eletroeletrônicos no Estado de Minas Gerais foi elaborado pela Feam por meio do CMRR, em parceria com o Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research (Empa), instituto suíço de pesquisa com grande experiência em resíduos.

 

Foram feitas estimativas de descarte de eletroeletrônicos para o Brasil, para o estado e para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), utilizando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a domicílios que possuem determinados equipamentos (telefones fixo e celular, televisores, computadores, rádios, máquinas de lavar roupa, geladeiras e freezer). O levantamento também foi baseado em dados de vendas fornecidos pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

 

Segundo o levantamento, até o ano de 2030, em todo o país, haverá um descarte de 22,4 milhões de toneladas de resíduos eletroeletrônicos, Minas Gerais será responsável por 10% deste total. Por ano, o diagnóstico aponta que o estado terá uma média anual de 68 mil 633 toneladas de material descartado, perfazendo 3,3 quilos de equipamentos por habitante.

 

Já na Região Metropolitana de Belo Horizonte a estimativa é de que, entre 2001 e 2030, serão descartadas 625 toneladas de equipamentos. Isso corresponderá a 19,7 mil toneladas de eletroeletrônicos inutilizados anualmente, uma média de 3,7 quilos por habitante/ano.

 

O diretor de Gestão de Resíduos da Fundação Estadual do Meio Ambiente, Renato Teixeira Brandão, explica que, segundo estudos realizados na área, ainda não se tem conhecimento das consequências, a longo prazo, da interação do meio ambiente com as substâncias tóxicas presentes nos equipamentos eletrônicos.

 

“O principal problema que pode ocorrer com a disposição incorreta de materiais eletroeletrônicos é a contaminação de solos, rios e lençóis subterrâneos”, alerta Brandão.

 

Fonte: Agência Minas

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