27/08/2018 às 14h59m


Não existe futuro sem moços


Paiva Netto

 

Na Legião da Boa Vontade (LBV), não alimentamos clima para conflito de gerações. Pelo contrário: aliamos ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços. E o povo ganha com isso.

 

Estamos constantemente recordando aos jovens que, um dia, também terão cabelos brancos. Da mesma forma fraternalmente falamos aos idosos, lembrando-lhes de que já foram moços... É muito importante não esquecermos disso...

 

Os jovens amanhã envelhecerão também... Se quiserem manter o mesmo espírito de esperança, a mesma feição juvenil, apesar das naturais rugas do tempo e dos sempre belos cabelos brancos, pratiquem o Bem. Não há outro caminho. É o Espírito que fortalece o nosso ânimo, que nos concede a beleza eterna da simpatia. Não há melhor cosmético do que a consciência tranquila.

 

Pode parecer um paradoxo. Todavia, o país que desampara os seus idosos não crê no futuro da sua mocidade. Que é a nação, além de seus componentes? Havendo futuro, os moços envelhecerão. Viverão mais. Irão aposentar-se... Uma convicção arraigada do gozo imediato das coisas é a demonstração da descrença no amanhã. E os que podem pensam: "Vamos viver agora, antes que tudo acabe! E os que conseguirem resistir tanto que se danem..." Não há exagero algum aqui. É o que se vê. Tem-se a impressão de que muitos daqueles que desfrutam do vigor da juventude ignoram a possibilidade de até mesmo alcançar a decrepitude. Mas poderão chegar lá... Não existe futuro sem moços. Também não o há sem velhos. Jovem é aquele que mantém o ideal no Bem.


Autor: Paiva Netto

Tags relacionadas: futuro,moços,conflito,idosos


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20/08/2018 às 17h40m


A Caridade pura não aceita egoísmo


Paiva Netto

 

Quem se integra no verdadeiro espírito da Caridade não mais aceita o egoísmo. Deus é quem nele habita. E este sentido de Fraternidade, Solidariedade, Generosidade, que é Deus, vive em todos e por todos os seus Irmãos em humanidade. Disse o Buda (aprox. 556-486), o iluminado mentor que nasceu na Índia: "O sofrimento é universal; a causa do sofrimento são os desejos egoístas; a cura do sofrimento está em libertar-se dos desejos; o modo de livrar-se dos desejos é através de uma perfeita disciplina mental".

 

Deus é Caridade. Em sua Primeira Epístola, 4:8 e 16, João Evangelista explica que "Deus é Amor". Ora, Caridade é sinônimo de Amor. Todos precisam dele, o mundo necessita de Caridade. Eis a Estratégia Divina para a perfeita condução dos povos, quando os seres humanos alcançarem que Política plena é aquela que, cuidando do cidadão, infere que este, além de corpo, também possui Alma. Diante desse Ser completo, teremos uma nação integrada na Solidariedade Ecumênica, portanto Social, Altruística. Quando isso ocorrer, o sofrimento, incluído o psíquico, passará ao largo. Afinal, vivemos o terceiro milênio. Algo terá de mudar, nem que demore mil anos.

 

Erigir um Império de Boa Vontade

A Caridade, na sua expressão mais profunda, deveria ser um dos principais estatutos da Política, porque não se restringe ao simples e louvável ato de dar um pão. É o sentimento que — iluminando a Alma do governante, do parlamentar e do magistrado — conduzirá o povo ao regime em que a Solidariedade é a base da Economia, entendida no seu mais amplo significado. Isso exige uma reestruturação da Cultura, por intermédio da Espiritualidade Ecumênica e da Pedagogia do Afeto, no meio popular e como disciplina acadêmica. Contudo, no campo intelectual, que o seja sem qualquer tipo de preconceito que reduza, em determinadas ocasiões, a perspectiva de grandes pensadores analíticos, pelo fato de alguns deles se submeterem a certos dogmatismos ideológicos e científicos, o que é inconcebível partindo de mentes, no supino, lucubradoras. Até porque a Ciência é pródiga em conquistas para o bem comum. Mas também, no seio dela, houve os que muito sofreram incompreensão, por causa do convencionalismo castrador, mesmo de certos pares que apressadamente os prejulgavam. Vítimas deles foram Sócrates, Bias, Baruch Spinoza, Dante Alighieri, Galileu Galilei, Semmelweis, William Harvey, Samuel Hahnemann, Maria Montessori, Luiza Mahin, dr. Barry J. Marshall, dr. J. Robin Warren e outros nomes célebres, universalmente acatados.

 

Em suma, a Caridade, sinônimo de Amor, é uma Ciência especial, a vanguarda de um mundo em que o ser humano será tratado como merece: de forma humana, portanto, civilizada. Estaríamos, assim, erigindo um Império de Boa Vontade neste planeta, o estado excelente para o Capital de Deus, que circula por todos os cantos e não mais pode aceitar especulação criminosa de si mesmo. (...)

 

Esta ponderação da educadora e escritora brasileira Cinira Riedel de Figueiredo (1893-1987) vem ao encontro do que anteriormente abordamos: "De cada homem e cada mulher depende o aprimoramento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma sobre a Terra, porque, de fato, nada morre. Existe uma contínua transmutação, e devemos ser os guias para que essa transformação se faça uma ascensão constante, tornando-se cada vez mais bela e mais perfeita para representar melhor a vida que a anima".


Autor: Paiva Netto

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14/08/2018 às 18h49m


Bezerra, Amor e convivência planetária


Paiva Netto

 

Dedico ao nobre espírito dr. Bezerra de Menezes (1831-1900) — respeitado homem público brasileiro que faz jus ao título de "Médico dos Pobres" e aniversariava em 29 de agosto — o artigo de hoje. Ele que soube amar, como poucos, o seu próximo.

 

Amar de Alma pura é uma Lei, e, se soubermos vivê-la dignamente, nos elevaremos, renovando tudo à nossa volta. É semelhante a uma explosão de átomos de concórdia, iluminação que ocorrerá, passo a passo, à medida do nosso amadurecimento. Educar com Espiritualidade Ecumênica é transformar. Reformada a criatura, restaurado estará o planeta. Contudo, sabemos muito bem que tamanho sucesso não se dá de uma hora para outra. Alguns milênios são insignificantes em cálculo histórico. A maturação das mentes requer esforço, paciência... Descressem os que nos antecederam da realidade da vitória à frente do caminho, onde estaríamos? A Esperança não morre nunca! Ela é fundamental. A nossa Esperança é Jesus!

 

Jesus é o Libertador Celeste. Ele afiançou que, se conhecermos a verdade, claro que a divina, ela nos tornará livres. Nada em termos apenas materiais concederá ao cidadão a sua carta de alforria. Ninguém aprisiona a alma de quem possui o coração espiritualmente livre. Gosto de valer-me do exemplo do Gandhi (1869-1948). Muitas cadeias pegou na luta pela independência da Índia. Que realizava então na frieza do cárcere? Escrevia, e suas páginas constituíram-se bandeiras libertárias não somente para o seu povo, como também para outras nações.

 

Com muita propriedade, ensinou o saudoso dr. Bezerra: "(...) A plena liberdade dá a consciência da suma responsabilidade (...). O bem tem grande força de expansão! (...) Um povo que tem fé cria-se numa atmosfera moral em que bebe a força para o cumprimento de todos os deveres, a mais expansiva força das alegrias da alma, desde a vida terrena".

 

Busquemos, pois, a convivência planetária firmada no Amor e no respeito mútuo, sem esquecer a mais elevada concepção de Justiça.

 

Bonifácio, Kennedy, Shaw e o Mundo Invisível

John Fitzgerald Kennedy (1917-1963), em seu discurso diante do Parlamento, no dia 28 de junho de 1963, em Dublin, Irlanda, afirmou que "George Bernard Shaw, falando como um irlandês, sugeriu uma nova perspectiva à vida. ‘Algumas pessoas’, ele disse, ‘veem as coisas e perguntam: Por quê? Mas eu sonho com coisas que nunca existiram — e questiono: Por que não?’"

 

E, como um descendente de imigrantes irlandeses, prossegue JFK: "É esta a qualidade do povo irlandês: a notável combinação de esperança, convicção e imaginação — que, mais do que nunca, é preciso ter. Os problemas do mundo não podem ser resolvidos por céticos ou cínicos, cujos horizontes se limitam às realidades evidentes. Precisamos de homens capazes de imaginar o que nunca existiu e de questionar ‘por que não?’"

 

Ora, essas também são qualidades do nosso bom povo brasileiro, iluminado de esperança, por pior que seja a conjuntura. Numa hora de satisfação, exclamou o notável José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o Patriarca da Independência: "Os brasileiros são entusiastas do belo ideal, amigos da sua liberdade!"

 

Ditas todas essas coisas, fica claro aos que "têm olhos de ver e ouvidos de ouvir" que o aprendizado neste mundo ainda é incompleto. O entendimento hodierno da Vida Espiritual é semelhante ao da Lei da Gravitação Universal, de Newton (1643-1727), com as presentes contribuições de Einstein (1879-1955). Apenas como argumento, poderíamos dizer que não adiantaria simplesmente negá-la, porquanto nosso saber científico contemporâneo não alcançou por inteiro todas as leis que a regem.

 

Realmente, é necessário reiterar o ensinamento: a reforma do social começa no Espiritual. Ponto de vista que viemos discutindo e desenvolveremos no transcurso das explicações do Evangelho-Apocalipse de Jesus, em Espírito e Verdade pelo prisma do Seu Mandamento Novo, "Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim sereis reconhecidos como meus discípulos" (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35).


Autor: Paiva Netto

Tags relacionadas: amor,convivência,lei,alma


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Perfil

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.
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