Em 26/03/2012 às 21h09 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Vereador Guilherme reconhece seu erro ao votar a favor do projeto que aumenta salários e cria o 13º para os vereadores

O vereador Guilherme Valle de Souza participou do programa “Conversa Franca” da Rádio Brilho FM, apresentado por Sousa Mendonça, na última segunda-feira, 26, quando reconheceu ter errado ao apoiar e votar a favor da criação do décimo terceiro salário para os vereadores, secretários municipais, prefeito e vice e, também, por um aumento nos salários destes agentes políticos. O projeto foi votado e aprovado em tempo recorde na última sessão, realizada no dia 20 de março. Apenas o vereador Vanderlei Pequeno manifestou-se, na ocasião, contrário à sua aprovação chegando, inclusive, a apresentar uma emenda que retirava do texto a criação do décimo terceiro salário, mas foi derrotado.
Segundo Guilherme “uma sequência de erros aconteceu naquela fatídica terça-feira. Todo projeto tem que ter um tempo de maturação, de estudo, de análise, para você não se precipitar. Afinal de contas é uma Casa cuja decisão vai refletir em toda a comunidade”, acrescentou. Em seguida ele afirmou não ser o autor do projeto. “Na verdade o autor do projeto é a Mesa Diretora, a Câmara como um todo. O projeto foi apresentado e me foi solicitado para que pedisse a preferência na Ordem do Dia”, contou.
O vereador também reconheceu seu erro. “Eu errei, Sousa. Errei de forma crucial. Talvez, se não fosse advogado, tivesse menos chance de errar, mas como advogado analisei a estrita legalidade formal da situação”, explicou para, em seguida, contar o que está vivendo depois que o projeto de lei foi aprovado. “Esta semana passei os piores dias nos dez anos em que milito na política. Não tive coragem de ir no Bar do Tuquinha onde tomo cerveja todo sábado e não fui na casa da minha mãe tomar café, como vou todos os dias. E fui execrado por toda a comunidade como autor do projeto, o vilão da situação”, completou.
Diante desta realidade, Guilherme disse que vai fazer o que estiver ao seu alcance para impedir o andamento da lei recém aprovada. “Não estou conseguindo conviver com este fato que dei causa. Então o que vou tentar? De forma jurídica mostrar que a nossa forma escolhida é inconstitucional. Estou estudando esta situação desde quarta-feira. Neste momento contribuí para gerar um descontentamento na comunidade, mas até agora ele não provocou prejuízo ao erário. Este projeto é natimorto. Vou demonstrar que ele nasceu com um vício insanável, ou seja, está com um erro que não tem como ser consertado nesta altura. Vou propor o efeito suspensivo ou o sobrestamento do encaminhamento desta lei para o Executivo. Eu não sou um sujeito mesquinho que estou lá querendo meter a mão no erário, querendo me locupletar com o dinheiro público”, assegurou.
Para finalizar a explicação de sua participação na aprovação do projeto de lei, o vereador falou como está se sentindo e como está sendo seu convívio na sociedade: “A minha cabeça está em conflito com isso. Vou trabalhar de todas as formas para retirar este episódio da minha ficha. Não quero ter na minha biografia a autoria deste projeto que causou tanto descontentamento em todas as pessoas da cidade. Não quero ser olhado como um sujeito oportunista. Eu andei na contramão da história e acho que prestei, naquele momento, um desserviço e tenho que assumir a minha culpa. Se não conseguir sensibilizar e convencer os meus pares estou determinado a buscar a via judicial e entrarei com uma ação contra a Mesa Diretora da Câmara”, concluiu Guilherme.
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