Em 22/03/2012 às 23h08 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

"O Pronto Cordis acabou. Terminou. Chega. Vamos virar esta página e seguir adiante", aconselha doutor Joseph


O assunto Plancor, Hospital São Lucas e Hemodinâmica também foram tratados pelos médicos João Sérgio e Joseph na entrevista levada ao ar na manhã da última quinta-feira, 22, na Rádio Brilho, durante o programa "Conversa Franca", apresentado por Sousa Mendonça e com a participação do editor deste Site, jornalista Marcelo Lopes. Em uma de suas respostas, doutor Joseph revelou ter chamado a Polícia Militar até o Pronto Cordis na última semana para fazer um B.O.(Boletim de Ocorrência) por causa da falta de condições de trabalho no prédio onde funciona o Plano de Saúde do qual é auditor interno. Segundo revelou, o lugar não tinha "água, luz, telefone e estava impossível trabalhar ali. Então suspendemos as atividades".
PLANCOR
Joseph: "Com relação aos prestadores que são médicos, hospitais, laboratórios, entre outros, o Plancor tem mais ou menos 300 a 500 mil reais a pagar.  Para os prestadores resolverem esta situação precisam entrar no site da ANS, pegar o endereço que está na barra de rolagem e encaminhar à diretoria de fiscalização da ANS as faturas, as notas fiscais que possuem que comprovem que foi feito o serviço. Com relação aos clientes há dois caminhos a serem tomados. Um, é junto a ANS como forma de restituição deste dinheiro ou migração para outro plano, mas nenhum plano está aceitando a carteira do Plancor. E procurar a justiça através de seus direitos já que o Plancor existe um dono, um responsável por esta empresa que é o doutor Jaime Netto. A ANS protege o cliente que deve procurar a Diretoria de Fiscalização da ANS, no próprio site da ANS e seguir as instruções. O melhor a fazer é o cliente juntar toda a documentação que possui do Plano e encaminhar via Correios, com AR, a diretoria de Fiscalização da ANS. Segundo passo: de posse destes documentos e com este AR procurar a justiça comum, juizado de Pequenas Causas e acionar os responsáveis pelo Plano".
João Sérgio: "A orientação que estão dando aos associados é para a pessoa ir se consultar com o médico, pagar o preço daq consulta particular, trazer o recibo que o Plancor vai reembolsar. Só que quando vai ser reembolsado não tem dinheiro. E a pessoa volta amanhã, volta depois de amanhã, volta mês que vem... E ainda tem gente que vai lá hoje pagar o plano na esperança de que vai abrir. E eu acho que não vai abrir é nunca. Não perde o direito quem não paga. No Plancor, tinha gente lá que dpeois de 5 meses de atraso conseguia reabrir o Plano. Nunca ninguém perdeu o plano por atraso de pagamento. Apesar da lei falar que se você atrasar por mais de noventa dias, você perde o plano".
Joseph: "Por que o Plancor chegou a este ponto? Devido às solicitações de recursos dele para o Pronto Cordis. Toda vez que o Pronto Cordis tinha uma certa dificuldade o Plancor ia lá e assumia este compromisso."
João Sérgio: "Ao contrário do que foi dito aqui no ar pelo doutor Jaime Netto, que o Pronto Cordis várias vezes emprestou dinheiro ao Plancor, isto foi dito de maneira errônea, porque o dinheiro do Plancor foi totalmente desviado para o Pronto Cordis. Pelo que me consta, se num prazo de seis meses este plano não for assumido por nenhum outro plano de saúde ele é literalmente liquidado. Ele caduca. Você pagou o almoço e não almoçou porque não quis".
SÃO LUCAS
João Sérgio: "O São Lucas arrendou o terceiro andar do Pronto Cordis e fez lá um Centro Cirúrgico. Começou então a parte cirúrgica do Pronto Cordis que até então não existia. O que não existia era uma área física do hospital, pois fizeram um arrendamento do terceiro andar. O Pronto Cordis ficou, vamos dizer assim, com a parte da hotelaria e o São Lucas com a parte médica. Depois teve uma série de desentendimentos e acabou o hospital São Lucas".
ORIGEM DA CRISE
João Sérgio: "Esta crise do Pronto Cordis começou no tempo do Jaiminho. A crise é antiga, tanto é que tem empregado lá com mais de dez anos que não tem INSS pago, Fundo de Garantia pago... Essa confusão já existia antes. Mas existia um jogo de cintura e um ambiente de trabalho. O funcionário até sabia disso, mas como ele era muito bem tratado, ele deixava levar. A partir da época que começou a cobrança, deu o que deu. Lógico que ele (Jaime Netto) herdou problemas. O grande erro a meu ver foi não ter compartilhado com os colegas as dúvidas todas, inclusive as dívidas, as dificuldades, não foram compartilhadas. Quis fazer tudo sozinho e não deu certo".
HEMODINÂMICA
Joseph: "Com relação à Hemodinâmica, analisando anos atrás, a gente poderia pensar que houve uma certa competitividade entre o Hospital e o Pronto Cordis com a aquisição do aparelho da hemodinâmica. Existe um limite de exames para que o aparelho não dê prejuízo. São 22 exames por mês. O fechamento do Pronto Cordis nós demos dois passos para trás, mas nós vamos alavancar dez passos pra frente. Como assim? Esta situação do Pronto Cordis está fazendo o Hospital crescer ainda mais. Está abrindo o PV7 e hoje, graças a hemodinâmica do hospital de Cataguases, nós podemos fazer os exames. Se ela não existisse teríamos que ir para outra cidade. Agora, a Hemondinâmica em nenhum momento contribuiu para o fechamento do Pronto Cordis. Pelo contrário, a hemodinâmica contribuiu para que o Pronto Cordis conseguisse andar alguns meses".
João Sérgio: "Quando foi fundada a hemodinâmica a conversa inicial seria de que durante seis meses nós teríamos que pagar o aparelho e nos outros seis meses o aparelho se pagaria e, a partir daí, o negócio começaria a dar algum lucro. Pelo que me consta foram feitos no Pronto Cordis 541 exames e ninguém viu um centavo de dinheiro destes exames. Falta também pagar as dívidas que a hemodinâmica tem com os fornecedores".
Joseph: "A Hemodinâmica fazia os exames, o Pronto Cordis recebia estes exames e não repassava a receita. A Hemodinâmica hoje é a única que tem condições de liquidar a sua dívida trabalhista e com fornecedores porque ela tem um ativo hoje que vale cerca de 500 a 600 mil reais".
PREJUÍZO PESSOAL
Joseph: "Com relação ao Plancor eu tenho o não recolhimento de FGTS desde o ano passado, dois salários não pagos, duas férias não pagas. E de acordo com a minha contadora, o Plancor teria que me pagar hoje cerca de 45 a cinquenta mil reais.Com referência ao Pronto Cordis ele me deve com relação a salários, o restante do mês de outubro, o salário de novembro, dezembro,  janeiro, mais o décimo terceiro salário, totalizando mais ou menos 25 mil reais. Mais em torno de 8 a 10 mil reais pelas consultas de convênio, mais 5 mil reais das internações e de outros convênios totalizando cerca de 8 a 10 mi reais, mais a rescisão de contrato de trabalho. Isto chega a cerca de 150 mil reais mais ou menos".
FUTURO
Joseph: "A população não vai perder em atendimento. O Poder Público municipal tem uma rede física muito boa,equipe médica e equipe técnica muito boas. Ou seja: temos um sistema que funciona. O Hospital de Cataguases e o sistema público estão se adequando para assumir tudo isso com o fechamento do Pronto Cordis. O que pode ter acontecido é ter dado um certo estrangulamento no sistema, no início, porque houve uma procura muito grande e não deu tempo para se estruturar como o hospital está fazendo hoje, reformando o sétimo andar para aumentar o número de leitos".
Nós devemos finalizar a historia do Pronto Cordis. Ele agora é uma página virada e nós temos que olhar adiante, olhar para a frente e esquecer o que aconteceu. Cabe agora à justiça fazer a função dela, sanar as despesas, as dívidas com os funcionários: ação trabalhistas, ação civil e seguirmos adiante. Vamos torcer para que tudo se resolva da melhor maneira possível, que as arestas sejam aparadas. O Pronto Cordis acabou. Chega. Terminou, vamos virar esta página e seguir adiante".
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