Em 15/03/2012 às 19h55 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Secretário de Saúde revela ter oferecido ajuda ao Pronto Cordis para evitar a paralisação de suas atividades

O Secretário Municipal de Saúde de Cataguases, Fernando Abritta, em entrevista ao programa "Conversa Franca", na Rádio Brilho FM, apresentado por Sousa Mendonça, na manhã desta quinta-feira, 15, e que teve a participação do jornalista Marcelo Lopes, editor deste site, contou o que aconteceu poucas horas antes do fechamento provisório do Pronto Cordis, e revelou um fato até agora desconhecido da população: a de ter oferecido ajuda àquele hospital.

A oferta, segundo Fernando, foi feita durante uma reunião com o diretor do Pronto Cordis, doutor Jaime Netto e outras autoridades da área de saúde, após ele ter informado que iria suspender o funcionamento daquele hospital pelo prazo de sessenta dias, por não ter condições de dar destinação adequada ao lixo hospitalar e por não ter lavanderia. Fernando Abritta disse ter oferecido a ele solucionar estes problemas "com a Secretaria de Saúde assumindo estes dois serviços temporariamente até que tudo se resolva.  E ele me disse em resposta que a situação 'é mais grave' além de existirem outros impedimentos", o que, ainda conforme o Secretário de Saúde, "inviabilizou qualquer avanço no sentido de manter o Pronto Cordis em funcionamento".
Fernando Abritta também negou que tenha sido a Vigilância Sanitária a responsável pelo fechamento do Pronto Cordis. "Não é bem assim", ponderou o Secretário, que leu em seguida um ofício que lhe foi enviado pelo diretor do Pronto Cordis, Jaime Netto, cujo texto segue abaixo, na íntegra:
"É fato notório que o hospital enfrenta grave crise financeira o que vem ocasionando reiterados atrasos nos pagamentos de tributos, tarifas, salários e fornecedores. Em virtude desta realidade temos tido enormes dificuldades em manter um corpo clínico satisfatório comprometido com os desafios da medicina, o bem estar dos pacientes e com o histórico e tradicional compromisso de bem e dignamente atender a população de Cataguases e adjacências".
"Assim, tanto o atendimento cotidiano, como os plantões, encontram-se por hora, irremediavelmente comprometidos. É óbvio que este dramático cenário repercute também sobre os ânimos de nossos colaboradores responsáveis pela rotina e serviços administrativos contagiando a todos, indistintamente, o que coloca em xeque a qualidade dos nossos serviços e nossa eficiência. Por força desta real impossibilidade de honrar com nossos contratos fomos comunicados com a recusa da empresa responsável pela lavagem e desinfecção das roupas de cama, vestuário em geral do hospital a continuar prestando seus serviços, o que nos tem causado sérias preocupações com a salubridade e a higiene de nosso ambiente de trabalho".
"Assim sendo, a partir do dia primeiro de fevereiro do corrente, não há mais peças para reposição. Também por força da impontualidade contratual, não estamos conseguindo conferir um destino seguro aos nossos resíduos hospitalares, situação que reconhecemos, poderá acarretar sérios prejuízos aos nossos pacientes. Desta feita com o objetivo de assegurar direitos e resguardar eventuais responsabilidades, informamos que estamos suspendendo em princípio, temporariamente, nossas atividades por um prazo de sessenta dias, sendo certo que neste lapso estaremos agindo incessantemente na busca de soluções definitivas objetivando honrar nossos compromissos e nossa tradicional missão com a população local".
Após receber o ofício, o Secretário Municipal de Saúde de Cataguases convocou uma reunião na sede daquela secretaria para discutir sobre a atual situação do Pronto Cordis a respeito da paralisação temporária das atividades que contou, além da sua presença e a de Jaime Netto, do provedor do Hospital de Cataguases, José Eduardo Machado, o diretor clínico do Hospital de Cataguases, Ricardo Caetano de Sousa, a gerente administrativa do Pronto Cordis, Jheanine Mendes de Paula Abranches, o Vice-Prefeito, José Mantovani Neto, a diretora de Gerência Regional de Saúde de Leopoldina, Maria Cristina Gomes de Souza Nobre, o Coordenador da Vigilância Sanitária da GRS de Leopoldina, Sérgio Camacho Filho, entre outros.
Nesta reunião, Jaime Netto revelou que no dia anterior (31 de janeiro) ele se reuniu com a diretora da Gerência Regional de Saude de Leopoldina, Maria Cristina Nobre, para tratar da situação do Pronto Cordis e chegou-se ao consenso de que seria prudente paralisar as atividades do hospital pelo prazo de sessenta dias até que fossem sanados os problemas já mencionados. A partir desta decisão foram convocados os diretores do Hospital de Cataguases para saber se aquela entidade poderia assumir os atendimento realizados pelo Pronto Cordis até que se chegasse a uma solução sobre o seu funcionamento.
Fernando Abritta, em seguida, leu um terceiro documento que recebeu do diretor do Pronto Cordis, Jaime Netto, informando que "em virtude do agravamento de uma crise financeira que já vem sendo enfrentada há longos e penosos meses, com respaldo da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais - Gerência Regional de Saúde de Leopoldina, as atividades foram temporariamente paralisadas sendo certo de que tão logo as pendências mais urgentes sejam resolvidas, a rotina será restaurada e primada com o hábito da excelência e qualidade do nosso atendimento. Assim, objetivando ainda resguardar e prevenir responsabilidades, resolve comunicar oficialmente o ocorrido como demonstração de boa fé e respeito as autoridades locais", finaliza o documento.

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