Em 11/03/2012 às 10h56 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Envolvente, a peça "As Lombrigas" encanta o público

O título da peça, "As Lombrigas", nos leva a imaginar que estamos diantes de uma comédia ou espetáculo infantil. A ingenuidade do nome esconde, na verdade, a história de duas personagens, idosas que, nada mais tendo a fazer de suas vidas, vivem a falar mal uma da outra e a lembrar do passado. Os diálogos são alternados entre momentos de lucidez e outros de completa alucinação. A peça pega o espectador logo no início, antes mesmo das excelentes atrizes, Renatta Barbosa e Samantha Oliveira, abrirem a boca. A caracterização de suas personagens nos avisam que vem coisa boa por aí. Veio mesmo.
 "As Lombrigas" tem texto do argentino Pablo Albarello, traduzido e adaptado para a nossa Cataguases de 2011, por Luíze Marques e a direção do mexicano Pablo Sosa, que soube explorar muito bem o potencial das atrizes e teve a genial ideia de montar a peça não no palco, e sim no piso junto às cadeiras, transformando o local numa espécie de teatro de arena. O efeito, claro, foi a intimidade que a aproximação do público deu à peça. A pouca distância permitia a plateia ver com clareza pequenos gestos, um piscar de olhos diferente, por exemplo, que ajudam a entender um pouco a personalidade das duas velhas amarguradas pela longevidade e por uma vida repleta de decepções e quase nada para se orgulhar.
A adaptação do texto argentino para a realidade de Cataguases foi imensamente feliz. Se não fosse lembrado pela produção sua autoria, o público certamente sairia da peça convencido de que fora escrito por algum cataguasense. E, antes de encerrar, é preciso comentar estes dois talentos da dramaturgia cataguasense: Renatta Barbosa e Samantha Oliveira. A primeira, transborda talento, atriz por vocação, música, desenhista, a arte está presente em todo o seu corpo e alma. Samantha, por sua vez, faz parte do time daquelas atrizes que se deixam levar por seus personagens para conhecê-los profundamente e, depois, aplicam neles uma intensidade tal que arrebata o público. "As Lombrigas" é tão envolvente que quando termina, o público esquece de bater palma. Ou estaria, de propósito, não querendo o seu fim?


[caption id="attachment_5322" align="aligncenter" width="400" caption="Martírio e Consuelo vivem entre a razão e a loucura"][/caption]

[caption id="attachment_5323" align="aligncenter" width="400" caption="As atrizes Renatta e Samantha com o diretor, Daniel Sosa"][/caption]

[caption id="attachment_5324" align="aligncenter" width="300" caption="Daniel Sosa e Andréia Barbosa Silva, presidente da Casa de Cultura Simão"][/caption]
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