Em 30/10/2017 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Sebo aLUAdos tem livros gratuitos e lança novo concurso de poesias

Local tem um vasto acervo de livros e títulos interessantes, discos de vinil, além de oferecer preços muito competitivos

O professor mestre e proprietário do Sebo aLUAdos, Luciano de Andrade ao lado da banca de livros gratuitos

O professor mestre e proprietário do Sebo aLUAdos, Luciano de Andrade ao lado da banca de livros gratuitos

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A loja de livros usados e de LPs de vinil, Sebo aLUAdos, está lançando mais uma edição do seu 9º ou 10º - segundo o cartaz de divulgação - concurso de Poesia que este ano tem como tema "Liberdade". Os interessados podem  enviar até dois poemas por pessoa  que deverão ser entregues no próprio sebo, até o dia 20 de novembro.  O resultado será divulgado no dia 16 de dezembro, data de aniversário da loja e os três primeiros colocados vão receber prêmios em livros, mas também outros brindes de patrocinadores . Contatos e dúvidas podem ser sanadas diretamente no sebo ou pelo celular (32) 9 9919-2619.

imageA loja, que há cinco anos está situada na rua que desce para a Ponte Metálica e há dez anos atua no mercado de livros usados e de discos antigos, é do professor e mestre Luciano de Andrade e Luana Maria que está afastada do Sebo, mas mantém sua participação societária no negócio, conforme explica Luciano.  Se apenas uma palavra pudesse definir o aLUAdos, ela seria "peculiar", porque tudo ali é único. Ou alguém já viu em algum outro lugar, por exemplo, uma loja oferecer uma banca com livros gratuitos?  

Outro fator que é a identidade da loja é o jeito despojado de hippie dos anos setenta do próprio Luciano, que jamais perdeu sua ternura e trata os clientes e amigos sempre com um papo muito agradável. Mesmo sabendo que precisa vender seus livros para sobreviver,  ele não se lança ao mercado com a determinação de cumprir metas ou aumentar suas vendas a cada dia. Ao contrário disso, ele gosta de explicar sobre cada obra cujo leitor despertou interesse e dedica total atenção ao cliente quando o assunto é livro. Ou vinil, outra de sua paixão. Se vender ele vai ficar muito feliz, claro! Mas se não vender ele sabe que o cliente gostou do seu jeito de atendê-lo.

imageCom mais de 8 mil títulos de livros e 1 mil lps, algumas raridades, como uma biografia autografada  de Luiz Gonzaga, o Reio do Baião, ou um livro de arqueologia do século XIX, o sebo aLUAdos  oferece livros para todos os gostos e a preços variados. A maioria deles a um custo bastante convidativo, e tem até aqueles que custam apenas R$ 1, informa Luciano acrescentando: "Tudo isso para Cataguases ler melhor e mudar o mundo".  Mas diz que o momento  é de queda acentuada nas vendas. Segundo ele o motivo "parece ser a população mais anônima e menos abastada, que era a maioria dos frequentadores, estar  perdendo nitidamente o poder de compra", analisa.

A ideia de criar o sebo, revela , surgiu da sua necessidade de sobreviver. "Eu era professor designado no CEFET e, em 2007, coloquei uma barraca de livros na Avenida Astolfo Dutra, próximo de onde é hoje o Supermercado Morais depois que fiquei meses sem trabalhar devido a Lei 100 (do governo de Minas á época que tornou efetivos servidores não concursados), porque precisava pagar minhas contas e a única coisa que eu tinha para vender eram meus livros", explica. "Naquela época , inclusive, recebi a visita de um oficial de justiça que viu meus livros e disse que eles não seriam confiscados, o que me tranquilizou. A Luana chegou mais tarde e apostou no projeto e conseguimos dar estrutura e volume ao negócio", disse Luciano.

imageDepois de atuar como ambulante o sebo se instalou em uma loja no Edifício Rotary e há cinco anos está no endereço atual. Mas por conta da crise, Luciano diz que se a situação não melhorar, "o sebo tende a acabar como tem acontecido com livrarias por todo o país".  A crise, no entanto, parece não ser apenas econômica, mas também de leitura, porque até a pequena banca colocada na calçada em frente ao sebo com livros gratuitos está tendo pouca procura."Tenho colocado livros nela no máximo duas vezes por semana", conta com a naturalidade de quem conhece o ramo em que trabalha. Esta realidade faz lembrar aquela constatação lamentável - mas feita em tom de chacota - de que não se vê registros de furtos ou assaltos em livrarias no Brasil.

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Tags: Sebo, aLUAdos, livros antigos, discos, vinil





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