Em 18/08/2016 às 11h43 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Audiência Pública na Assembleia discute a crise nos órgãos de comunicação da Zona da Mata

Diante de cenário sombrio, audiência da Comissão de Cultura discute alternativas para apoiar o setor.

A Audiência Pública Aconteceu no Plenarinho III da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

A Audiência Pública Aconteceu no Plenarinho III da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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Jornalistas representando alguns dos principais veículos de comunicação da Zona da Mata, além do Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Ricardo Miranda, participaram nesta quarta-feira, 17 de agosto, da Audiência Pública realizada pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que discutiu "Os desafios e a importância do jornalismo na Zona da Mata Mineira". O deputado que requereu a reunião, Isauro Calais (PMDB), apresentou dados sobre o setor na região, dando destaque para o fato de que o jornal "Tribuna de Minas", publicação mais antiga de Juiz de Fora, demitiu neste ano mais de um terço de seus jornalistas com o objetivo de cortar despesas.

imageOs jornalistas Marcelo Lopes (do Site do Marcelo Lopes - Cataguases), Silvan Alves (do Site Silvan Alves - Muriaé) Júlio César Martins (do Jornal O Vigilante Online - Leopoldina) e Alair Ribeiro que representou o Jornal Leopoldinense, também de Leopoldina, compareceram ao evento e apresentaram suas opiniões e experiências de fazer jornalismo na região. A conclusão final foi a de que o mercado de comunicação na Zona da Mata mineira está em crise. "Temos 60 empresas de comunicação na região, responsável por 7,6% do Produto Interno Bruto PIB) do Estado. E cerca de 400 pessoas se formam em jornalismo por ano na Zona da Mata", lembrou Isauro Calais (foto), ao destacar a importância do setor na região.

imageO presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Ricardo Miranda (foto), pediu mais políticas públicas de incentivo aos veículos de comunicação do interior. "Vivemos um período complicado, de grande precarização das relações trabalhistas. A qualidade da informação está caindo, com grande predomínio de boatos advindos de redes sociais e blogs. O maior financiador da comunicação pública e privada ainda é o poder público. Nesse sentido, são essenciais políticas públicas e o direcionamento de recursos para o setor", apontou.

imageO fundador de "O Vigilante Online", de Leopoldina, Julio César Martins (foto), afirmou que, em tempos de crise econômica, os veículos de comunicação são os primeiros a sofrer devido aos cortes na publicidade. "Temos uma equipe reduzida na qual todo mundo faz tudo. A pressão é grande. Para crescermos as autoridades precisam repensar a distribuição da mídia", reivindicou. Julio César, sugeriu também que, por meio da Escola do Legislativo, sejam dados cursos de qualificação on-line para os profissionais de comunicação da região. Esta mesma ideia foi abraçada também pelo presidente do Sindicato dos jornalistas Profissionais de Juiz de Fora, Ricardo Miranda, que está muito preocupado em melhorar a qualidade do serviço prestado pelos profissionais do setor.

imageO diretor do site de mesmo nome, Silvan Alves (foto), de Muriaé, avaliou que, sem apoio, o mercado de comunicação na região está estagnado. "Esbarramos na falta de recursos e incentivos. Funciono há dez anos e só agora consegui uma pessoa para trabalhar comigo. Não tenho férias, nem feriado. Quero crescer, mas para isso preciso de incentivos. Acredito em unirmos a imprensa do interior e crescermos todos juntos", afirmou.





imageO jornalista Marcelo Lopes, que fundou e edita outro portal de notícias da região sediado em Cataguases e que leva seu nome, reforçou que o setor também enfrenta problemas naquela cidade, mas um deles é peculiar: a falta de mão de obra. "Nenhuma das sete emissoras de rádio da cidade possui o setor de jornalismo. Muitos veículos da região estão demitindo profissionais, mas, em Cataguases, eles não estão ociosos. Lá faltam profissionais", disse. Corroborando com o colega de Muriaé, enfatizou que o pouco investimento em publicidade na cidade inibe a qualidade dos meios de comunicação locais.

Representando o jornal O Leopoldinense, Alair Ribeiro Silva (foto abaixo), de Leopoldina, manifestou preocupação com a qualidade do jornalismo na região, ressaltando o problema causado pela divulgação de falsas notícias.

imageTV Assembleia – Na mesma reunião, o deputado Isauro Calais pediu a expansão do sinal da TV Assembleia na Zona da Mata, algo que estaria, segundo ele, em processo adiantado. "Precisamos levar o sinal para mais cidades para que o eleitor possa fiscalizar e acompanhar o mandato dos deputado e a atuação das comissões", avaliou. Ele também disse que a expansão do sinal seria, de certa forma, uma maneira da ALMG incentivar a comunicação no interior por meio da criação da TV Câmara, como ocorre em Juiz de Fora, gerando empregos para os profissionais de comunicação. A ideia de Isauro Calais é que cidades como Cataguases, Leopoldina, Muriaé, Ubá, Além Paraíba, entre outras, possam transmitir o sinal da TV Assembleia e durante um determinado período do dia, essa programação seja interrompida para a transmissão das sessões da Câmara Municipal desses municípios. (Fotos: Sarah Torres)
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Fonte: Com informações da Assessoria de Comunicação da ALMG

Tags: Assembleia Legislativa, Deputado Isauro Calais, Audiência Pública, jornalistas da Zona da Mata,





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