A Justiça afastou, nesta quarta-feira, 20 de julho, os oito servidores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) investigados pela Polícia Federal (PF) suspeitos de fazerem parte de um esquema de desvio de recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).

A informação foi dada pelo delegado responsável pela operação "Recanto das Cigarras", Ronaldo Campos, que aconteceu no campus da universidade e nas casas dos suspeitos desde o início da manhã desta quarta-feira. Segundo divulgou o site G1, a assessoria da instituição afirmou que as ações são coordenadas pela PF e as informações repassadas pelo órgão.

Ainda segundo Campos, os oito suspeitos de envolvimento no esquema foram ouvidos e liberados. Outros dois estão em prisão domiciliar. O grupo está restrito de acessar a universidade e de entrar em contato com qualquer servidor ou funcionário terceirizado da UFV.

Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e oito de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal de Viçosa. A UFV colaborou com as investigações e, em nota, informou que a ação foi resultado de denúncias encaminhadas pela própria universidade sobre possíveis desvios de alimentos do Restaurante Universitário (RU).

Segundo a PF, as investigações sobre o caso começaram em junho deste ano, com apurações de desvio de alimentos e de produtos de higiene do estoque da UFV. A suspeita é que o grupo agia havia mais de dez anos e teria causado um prejuízo estimado em R$ 2 milhões por ano, de acordo com cálculos da universidade.

Os dois suspeitos que foram presos controlavam ou manipulavam os alimentos – um deles era responsável pelo estoque e o outro transportava os produtos dos estoques até o RU. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Durante todo o dia, policiais apreenderam produtos e documentos nas casas dos funcionários, mas o balanço final da operação ainda não foi divulgado. Uma entrevista coletiva foi marcada para a tarde desta quarta e cancelada pelo delegado, por motivos de força maior. Todos os suspeitos foram conduzidos à base de operações da PF, instalada no campus, onde foram interrogados.

Se for comprovado o desvio, os funcionários investigados poderão responder por peculato e associação criminosa, com penas que vão de um a 12 anos. A operação mobilizou 70 policiais federais de diversas cidades do estado e está veiculada ao Núcleo de Repressão a Crimes de Desvio de Recursos Públicos da PF. (Foto: Nathalie Guimarães/G1)