Em protesto ao anúncio do Ministério da Saúde de parcelar o repasse do mês de dezembro às Santas Casas, o Hospital de Cataguases promoveu na manhã de quarta-feira, 2 de dezembro, o movimento "Luto pela Saúde". Vestidos de preto, ou com um laço negro no peito, manifestantes realizaram um "abraço" simbólico na frente da instituição e uma passeata pelas ruas da Vila Tereza. "É uma verba que a gente já conta com ela para o funcionamento normal do Hospital, o pagamento de 535 funcionários e mais as obrigações regulares, por isso atendemos ao chamado da Federassantas, entidade que representa todas as Santas Casas do Brasil parar às 10h de hoje", contou o provedor do Hospital, Wilson Crepaldi Júnior, o Bil.

"Esse parcelamento é referente ao pagamento dos serviços de internação que nós prestamos ao SUS, e representa um caos na saúde", afirma a Supervisora Administrativa, Maria Inês Dal Bianco. Além dos funcionários e usuários da instituição, participaram da mobilização funcionários da Secretaria Municipal de Saúde, os vereadores Michelângelo Corrêa, Aquiles Branco e Serafim Couto Spindola, o ex-prefeito Willian Lobo de Almeida, alunos e professores da Escola Municipal Flávia Dutra e a Associação de Mototaxistas de Cataguases.

Aquiles Branco elogiou a administração de Bil Crepaldi e os esforços por ele empreendidos até aqui para vencer as dificuldades vivenciadas pelo Hospital. Serafim Spíndola aproveitou para criticar o governo federal que "já não está cumprindo mais nem os compromissos com a saúde que dizia ser essencial e que jamais faltaria recursos", salientou.  O ex-prefeito Willian Lobo de Almeida e ex-diretor da Gerência Regional de Saúde de Leopoldina aproveitou para dar uma cutucada no atual prefeito ao lembrar que "por quatro anos pude honrar com o pagamento do que fora pactuado entre a Prefeitura e o Hospital, o que não é mérito, é apenas a responsabilidade de todo gestor público"., deixando no ar suspeitas de que o Executivo municipal não vem hornando seu compromisso com aquele hospital. 

O ex-prefeito dizendo ser pai de duas crianças, disse estar preocupado com os rumos das medidas que Governo Federal vem tomando e a forma que elas estão atingindo a população. Para ele "é o momento em que temos que ter um olhar acima das bandeiras partidárias, das opiniões pessoais e somarmos forças para cobrar de Brasília que os repasses sejam efetuados na totalidade, para que os funcionários do hospital não fiquem sem pagamento, para nós cataguasenses possamos usufruir desse atendimento em saúde", ressaltou Willian.

Segundo informou a Federassantas (Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais), o Ministério da Saúde decidiu pagar em dezembro "50% do teto Média e Alta Complexidade no dia 10 de dezembro de 2015 e 50% restantes em 02 de janeiro de 2016. Tal decisão do Ministério da Saúde é justificada por sua insuficiência orçamentária, o que está gerando riscos de fechamento de muitas instituições filantrópicas que são responsáveis por mais de 70% do atendimento SUS no Estado de Minas Gerais". (Fotos: Samuel Pereira)