Em 28/08/2015 às 12h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Câmara debate fim do transporte de minério pela ferrovia em Cataguases

Opção agora é utilizar a linha férrea para o transporte de pessoas e incrementar o turismo, conforme projeto apresentado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico

O presidente do Sindicato, Paulo de Tarso, em seu pronunciamento: "para reverter este quadro, só a força política"

O presidente do Sindicato, Paulo de Tarso, em seu pronunciamento: "para reverter este quadro, só a força política"

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A Câmara Municipal de Cataguases realizou na noite desta quinta-feira, 27 de agosto, Audiência Pública para tratar sobre o término dos serviços de transporte de minério de ferro e de bauxita no município. O evento, porém, foi além discutindo também proposições alternativas para a utilização da ferrovia no trecho agora ocioso sob o argumento de que estas propostas podem impedir a retirada definitiva dos trilhos do município. 

imagePresidida pelo vereador e autor da proposta de Audiência Pública, Walmir Linhares, o evento reuniu dezenas de pessoas interessadas no assunto, inclusive estudantes do curso de Logística da FIC-Unis, o presidente do Sindicato dos Ferroviários do Estado de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, paulo de Tarso e Alexandre Said, diretor daquele sindicato; o representante da VLI, Thiago Melo, o representante do Circuito Ferroviário Vale Verde, André Tenuta, e o representante da ONG Pacto Ambiental, Fábio Caetano, que apresentou o Biciclotrem, adaptação em miniatura de um veículo criado na França que é tracionado por duas bicicletas que roda sobre trilhos e destinado a transportes de pessoas.

O Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico de Cataguases, Alex Carvalho, que havia chegado de Brasilia (DF) havia poucas horas, fez questão de participar para apresentar uma proposta que considera inovadora e "propulsora do turismo regional" conforme adiantou em entrevista exclusiva ao Site do Marcelo Lopes. Ele revelou que Cataguases e outras quatro prefeituras estão se organizando para formalizar um consórcio intermunicipal que vai viabilizar a criaçao de um trem túristico para percorrer cinco cidades. "A ideia é que esta composição atenda as cidades de Cataguases, Leopoldina, Recreio, Além Paraíba e Volta Grande", contou, dizendo que a locomotiva será uma "Maria Fumaça" que está em Além Paraíba e onze vagões de passageiros. Alex só não definiu data para o início da operação deste consórcio "porque é um projeto amplo e que envolve divesas cidades, mas estamos com estudos avançados neste sentido", assegurou.

imageSobre o término do tráfego de trem no trecho de Cataguases, o presiente do Sindicato de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, Paulo de Tarso, foi objetivo. "Nós do sindicato já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance fazer para que a ferrovia não fosse desativada, agora só mesmo a força política poderá reativ-la", afirmou, garantindo que acionou até a justiça para impedir a cessação do tráfego de trens. Ele também criticou o sistema de concessão de linhas férreas para a iniciativia privada bem antes da criação de uma agência reguladora, "o que aconteceu somente cinco anos depois", revelou. Alexandre Said, diretor do mesmo Sindicato, acrescentou que a malha ferroviária existente hoje no Brasil "é a mesma de cem anos atrás. Isto mostra o tamenho do nosso atraso nesta área", destacou.

André Tenuta (foto acima), do Circuito Ferroviário Vale Verde, mostrou a decadência da ferrovia no Brasil em números. "O Brasil possui hoje 16 mil quilômetros de ferrovias ativas, enquanto que os Estados Unidos possuem 248 mil". Ele disse que uma das causas dessa "falência" da ferrovia tem origem em uma "mentira" que diz "que ferrovia onde se transporta carga não se pode transportar pessoas, sendo que no mundo todo é exatamente assim que se faz", garantiu. Em seguida, disse que Cataguases repete hoje o que outras cidades brasileiras já viveram "com um diferencial positivo: Aqui vocês estão se mobilizando e podem mudar esta realidade, porque se não fizerem nada, estes trilhos serão arrancados daqui e depois, para recolocarem será uma luta muito mais dificil do que esta", assegurou.

Thiago Mello, representante da VLI, responsável pelo transporte de bauxita, informou que de Barão de Camargo até Três Rios (RJ), são 170 Km de linha férrea que eram utilizados pela empresa para fazer o transporte de minério. Se este trecho continuar ocioso por um ano, revelou ele, a empresa é obrigada a promover uma audiência pública em Cataguases com o objetivo de entregar a linha definitivamente ao governo federal. 
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Tags: ferrovia, minério, trem turístico, maria fumaça, biciclotrem





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