Em 01/08/2015 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Ubá vai sediar, nesta terça-feira, encontro regional do Seminário Águas de Minas

Despejo de esgoto, ocupações irregulares e racionamento de água impactam cidades da Zona da Mata.

Ubá vai sediar o Seminário Águas de Minas III - Os Desafios da Crise Hídrica e a Construção da Sustentabilidade (foto ilustrativa)

Ubá vai sediar o Seminário Águas de Minas III - Os Desafios da Crise Hídrica e a Construção da Sustentabilidade (foto ilustrativa)

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A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove, na terça-feira (4/8/15), em Ubá, mais um encontro regional do Seminário Águas de Minas III - Os Desafios da Crise Hídrica e a Construção da Sustentabilidade. O evento será realizado a partir das 9 horas, no Colégio Sagrado Coração de Maria (Praça São Januário, 276, Centro).

Durante o encontro regional, será apresentado um panorama sobre a situação dos recursos hídricos na região, a partir de diagnóstico formulado pelos comitês de bacias hidrográficas e pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Após as exposições, serão constituídos grupos de trabalho a fim de consolidar propostas relacionadas à temática do evento. As proposições serão encaminhadas para a plenária final, a ser realizada em Belo Horizonte entre 29 de setembro e 2 de outubro.

O nome "Águas de Minas III" remete a seminários anteriores da ALMG, realizados em 1993 e 2002. Há pelo menos duas décadas, o Parlamento mineiro busca, em conjunto com a sociedade, debater o tema e apontar caminhos para as políticas públicas do setor. Em parceria com órgãos do poder público, entidades sindicais, empresariais e movimentos sociais, o seminário vai abordar, nesta edição, questões como crise hídrica, gestão dos recursos hídricos, saneamento básico e usos da água na mineração, indústria, agricultura e geração de energia. 

O encontro regional de Ubá vai abordar o agrupamento de bacias do Rio Paraíba do Sul, composto pelas unidades de planejamento e gestão dos recursos hídricos: as bacias hidrográficas dos Rios Pomba e Muriaé, Preto e Paraíbuna. Os impactos do lançamento do esgoto bruto, da redução do nível das represas e o aumento de ocupações irregulares vêm preocupando os comitês da região.

imageOs problemas já foram apontados no relatório final da Comissão Extraordinária das Águas da 17ª Legislatura. Durante audiência pública realizada em Juiz de Fora, no dia 14 de outubro de 2013, o Comitê de Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Preto e Paraibuna destacou que os mananciais e nascentes da bacia estão em risco devido justamente à poluição, ao impacto de obras públicas e às ocupações irregulares. Conforme o texto, a bacia tem sido degradada de forma difusa. Além do despejo de esgoto bruto, estão presentes outros fatores poluentes como agrotóxicos, lixo, óleo e queimadas.

O relatório aponta que, mesmo nas poucas cidades que possuem uma estação de tratamento, como Juiz de Fora, a capacidade de tratar o esgoto gerado é de apenas 10%. Segundo a presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Rios Pomba e Muriaé, Maria Aparecida Borges Pimentel Vargas, o lançamento de resíduos nos rios reduz significativamente a qualidade da água e onera o custo de seu tratamento.

Maria Aparecida afirma que a degradação causada pelo despejo de esgoto sem tratamento, além de gerar impactos ambientais, torna ainda mais difícil a remoção de impurezas, partículas de sujeira e contaminantes da água, a fim de prepará-la para o consumo. Dessa forma, quanto maior o nível de poluição, mais onerosas serão as etapas de tratamento efetuadas por empresas como a Copasa.

Para recuperar os cursos d'água, despoluí-los e preservar aqueles que ainda não foram comprometidos pela degradação, o comitê têm trabalhado com os gestores locais com o objetivo de fomentar a elaboração dos planos municipais de saneamento básico, instrumento de planejamento que estabelece diretrizes para a prestação de serviços na área: "Hoje somente três municípios da bacia realizam tratamento do esgoto, mas estão em andamento 184 planos", afirmou a presidente.


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Tags: Seminário, Ubá, Águas de Minas, Assembleia Legislativa





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