Em 27/07/2015 às 16h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Cairu Teles lembra: "Ciclo de Cinema de Cataguases faz 90 anos"

Dois filmes de Mauro, no início de sua carreira de sucesso

Dois filmes de Mauro, no início de sua carreira de sucesso

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Há exatos 90 anos o mineiro de Volta Grande, radicado em Cataguases, Humberto Mauro, iniciava nesta cidade, ao lado do amigo e fotógrafo, Pedro Comello, os primeiros passos na arte de fazer Cinema. Começava, assim, o que mais tarde veio a ser chamado de "Ciclo de Cinema de Cataguases", um dos polos precursores mais importantes do início da "sétima arte" no país. A lembrança da data foi feita pelo produtor cultural e marchand sempre antenado, Cairu Teles Nunes. 

Para lembrar a data, Cairu, que administra a Gal Art e o Memorial Nanzita, espaço dedicado ao acervo daquela artista plástica cataguasense com quem foi casado, e a Academia Cataguasense de Ciências, Artes e Letras, produziu um folder comemorativo assinado pelo jornalista, escritor e poeta Antônio Jaime Soares, em que faz um breve relato do que foi aqueles primórdios do cinema em Cataguases e no país. Veja o texto na íntegra, abaixo.

image"Em 1925, o eletricista Humberto Mauro e o fotógrafo Pedro Comello compraram uma pequena câmera e realizaram um filme cômico de cinco minutos, intitulado Valadião, o cratera, dando início ao que ficou conhecido como o Ciclo Cinematográfico de Cataguases. Filme que foi exibido para comerciantes locais, na tentativa de fundar uma companhia produtora naquela cidadezinha de uns 5 mil habitantes. Com o patrocínio de Homero Domingues, compraram uma câmera de 35 mm e centenas de metros de película, mas o filme que resolveram fazer ficou inacabado."

"No mesmo ano, o negociante Agenor Cortes de Barros entrou no projeto, fundaram a Phebo Sul América Film e em 1926 Mauro realizou o longa-metragem Na Primavera da Vida. Seguiu-se Thesouro Perdido, uma produção nos moldes dos filmes de aventura americanos, com muitas e complicadas cenas de ação, premiado como o melhor filme brasileiro de 1927. Naquele ano também Pedro Comello realizou Senhorita agora mesmo, que lançou Eva Nil, admirada, entre outros, pelo jornalista Roberto Marinho. Com o sucesso de Thesouro, Mauro ampliou sua produtora, rebatizada de Phebo Brasil Film. Seu trabalho seguinte, Brasa Dormida, mistura aventura e romance, incluindo uma cena erótica, audaciosa, para os padrões da época." 

image"Então, Humberto realizou Sangue Mineiro, com o consagrado fotógrafo Edgar Brazil, estrelado por Carmen Santos, renomada atriz da época. Diz a Wikipédia que a trama gira em torno do olhar romântico e das desventuras amorosas de quatro jovens, em especial de Carmen. Lançado em julho de 1929, percorreu todo o país com sucesso de crítica e público. Aqui Mauro deixa de lado a aventura e faz um filme intimista, em que os únicos conflitos são os do coração."

"E assim, com um grande sucesso, encerrou-se o Ciclo de Cataguases, tendo Humberto Mauro se transferido para o Rio de Janeiro, onde realizou mais oito longas-metragens de ficção e um deles, com Adhemar Gonzaga, Alô alô carnaval, teve no elenco a estrelíssima Carmen Miranda. Outro de seus filmes, Cidade mulher, teve músi¬cas de Noel Rosa, assim como, em Descobrimento do Brasil, a trilha so¬nora foi composta por Villa-Lobos."

"Seguiram-se cerca de 300 documentários de curta-metragem e um de ficção, o famoso A velha a fiar, deixando seu nome para sempre ligado à história do cinema brasileiro, do qual foi um dos pioneiros."


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Tags: cinema de Cataguases, Humberto Mauro, Cairu Teles, produtor cultural





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