Em 24/11/2014 às 07h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

"A crise com a água que estamos vivendo é anunciada", diz professor da UFV

O racionamento de  água em Viçosa começou em outubro e ainda está em vigor

O racionamento de água em Viçosa começou em outubro e ainda está em vigor

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A crise hídrica provocada por uma das maiores secas registradas na região sudeste, inclusive aqui na Zona da Mata trouxe, e ainda está trazendo, transtornos para populações inteiras que estão fazendo racionamento de água em diversos municípios como Recreio, Ubá, Juiz de Fora e, em Viçosa, a situação foi tão grave que até cogitou-se a possibilidade de suspender as aulas da Universidade Federal ali instalada. 

O tema vem sendo motivo de debate e discussão em diversas esferas da sociedade e em Viçosa, os vereadores preocupados com a situação e a fim de saber a real situação de abastecimento de água naquela Universidade convidaram para falar sobre o assunto - em sessão ordinária ocorrida no último dia 4 - o Chefe da Divisão de Água e Esgotos da Universidade Federal de Viçosa, professor Rafael Bastos. Ele não apenas relatou a realidade vivida por aquela instituição, mas fez uma análise técnica sobre o desabastecimento e as causas da seca na região. 

O assunto foi notícia no jornal local "O Popular", em sua edição 252, de 20 de novembro último. Na reportagem intitulada "Situação do abastecimento de água na UFV", professor Rafael foi enfático. "A crise com a água que estamos vivendo é anunciada. Nós somos responsáveis por isso, a sociedade e o poder público. A voracidade que utilizamos dos recursos do Ribeirão São Bartolomeu (que abastece aquela cidade), tornou a situação insustentável. O que me alenta é que eu espero que a crise que chegou com força, renove as atitudes perante os recursos hídricos da cidade que são escassos, atitude de mais responsabilidade. Esperamos que a população, os poderes Legislativo e Executivo e empresários possam tratar essa questão com um pouco mais de cuidado", disse.

A respeito da situação na UFV o professor disse que "a Universidade foi obrigada a fazer cortes drásticos no abastecimento de água. Hoje - continua Rafael Bastos - a UFV capta e trata 50% menos água do que em períodos normais". E completou: O SAAE - Serviço de Autônomo de Água e Esgoto municipal captava 100 litros por segundo e e hoje capta 33 litros por segundo. Essa captação é indispensável para a autarquia manter o abastecimento das partes altas da cidade. Na atual situação, completa o professor, SAAE trata e distribui 140 litros por segundo e a UFV 12 litros por segundo. 

Por fim o chefe da Divisão de Agua e Esgoto da UFV, a Universidade está se movimentando e a única alternativa para ela será captar água subterrânea. "Porém, destacou o professor, não basta à Univerisdade e o SAAE buscar as alternativas, é preciso que não deixemos o São Bartolomeu morrer. Que coloquemos a mão na consciência em uma discussão definitiva, não se pode permitir o avanço urbano e imobiliário nas nascentes do ribeirão" afirmou. ele também defendeu mudanças no Plano Diretor do Município "no sentido de redirecionar o crescimento da cidade para outras áreas que tenham água. Buscaremos nossas soluções tecnicas, mas não basta. É preciso ações políticas para mudar a forma como tratamos os nossos recursos hídricos", finalizou.
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Fonte: Jornal O Popular

Tags: água, Viçosa, universidade, professor, hídrica





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