Em 20/11/2014 às 20h01 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Trio da Alegria está parado por "perseguição", afirma seu proprietário

Risco de acidentes com a rede elétrica, cumprimento de normas de segurança e até falta de alvará de funcionamento são os motivos apontados pelas autoridades

Trio da Alegria está sem funcionar e seu proprietário fala em "perseguição"

Trio da Alegria está sem funcionar e seu proprietário fala em "perseguição"

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O Trio da Alegria, um veículo de recreação tradicional de Cataguases nos moldes de um trio elétrico, não está circulando na cidade. Fiscais da Prefeitura notificaram seu proprietário, Luiz Eduardo Fritz Teixeira, por falta de alvará de licenciamento. O coordenador da Catrans, Hélio Andrade, informou estar realizando uma sindicância com o objetivo de melhorar a segurança dos usuários do serviço motivado por ofício da Energisa alertando sobre riscos de acidente com a rede elétrica que corre aquele veículo e seus ocupantes. Eduardo, o proprietário do trio, no entanto, tem outra opinião: "estou sendo vítima de perseguição".

A atenção do governo municipal voltou-se para o Trio da Alegria após o recebimento de ofício enviado pela Energisa. O documento revela que a empresa "preocupada com a segurança da população" encaminhou no dia 22 de outubro último ofício solicitando ao órgão municipal informações sobre o Trio da Alegria como altura e comprimento do veículo e trajeto de circulação. No mesmo texto, aquela empresa alertou sobre "alguns pontos de riscos que devem ser observados como a distância mínima de segurança em relação à rede elétrica, assim como o uso de serpentinas de papel ou metálicas, jatos de espumas ou de água que não devem ser lançados em direção às redes de energia para evitar acidentes como choque elétrico, queimadura, incêndios" e completou dizendo que "a proximidade com a rede elétrica fora das normas de segurança pode oferecer risco à população".

O documento, conforme informou o Secretário Municipal de Fazenda, Paulo Sérgio Ferreira de Souza, o Paulete, motivou a realização de uma reunião com diversos setores da Prefeitura e técnicos da Energisa para, segundo ele "evitar uma catástrofe como aquela em Santa Maria" (cidade no Rio Grande do Sul onde uma boate pegou fogo e morreram diversas pessoas). De acordo com o Secretário, a partir daquele encontro concluiu-se sobre a necessidade de atuar de forma mais incisiva nos sentido de oferecer a maior segurança possível aos usuários do Trio da Alegria. Paulete finalizou dizendo que a partir daí, o caso foi assumido pela Catrans que é o órgão responsável pelo trãnsito no município.

imageHélio Andrade (foto) informou à reportagem do Site do Marcelo Lopes que desde assumiu o caso trabalha para regularizar a situação daquele veículo e volte a operar normalmente. "Nós pedimos que nos forneça o itinerário que ele faz nos passeios com o público para que estes locais possam receber manutenção na rede elétrica e assim evitar eventuais acidentes. O Alvará de Funcionamento do Trio só será liberado após o recebimento do documento com o trajeto que aquele veículo faz nos finais de semana", acrescentou o presidente da Catrans. Paralelamente, Hélio informou estar em andamento uma sindicância onde estão sendo levantadas todas as informações sobre aquele serviço. "Já temos as medidas do Trio, denúncias de usuários, reclamações, toda a documentação de seu proprietário e até a legislação pertinente ou a falta dela. Tudo isso vai nos dar um embasamento para propor melhorias neste serviço", assegurou ele.

O proprietário do Trio da Alegria, mostra-se indignado e até certo ponto revoltado com esta situação. Luiz Eduardo afirma categórico; "Tenho certeza que estou sendo perseguido por um setor da prefeitura. Não tenho nada contra o Cesinha. Inclusive me ajudou", afirma. Ele se defende dizendo que seu carro "circula há quinze anos e nunca aconteceu nenhum acidente, nem tampouco derrubou alguma luminária de poste", conta. O Trio mede 4,20 metros de altura (a fiação está a 4,5 metros) e, segundo ele, "está perfeitamente dentro das normas técnicas sendo que temos a planta dele, laudo de engenheiro mecânico, patente e todaa documentação em dia".

imageSobre o fornecimento da relação com o itinerário que o Trio percorre Luiz Eduardo afirma que seu veículo atende em festas que acontecem em toda a cidade, o que o impede de informar o percurso. "Mesmo assim mandei uma lista com o nome dos bairros para a Catrans", disse. Luiz dirige suas críticas ao setor de Fiscalização Municipal e à Catrans. "Ano passado o Hélio, da Catrans pediu antecedentes criminais da minha pessoa. Isso cabe à Catrans? A Vânia (fiscal do município) vive cercando o ex-dono do trio na praça par saber se a minha carteira pode dirigir aquela carreta, para saber se eu sou legal, se eu não devo nada... 

O estalinho (uma espécie de "bombinha") é proibido em Cataguases. O nosso amigo ali do Código de Postura, Sidney, foi lá e proibiu o estalinho. Diz ele que, pela lei do Município, é proibido armazenar, transportar e comercializar pólvora. O estalinho é feito de prata, álcool etílico e areia. Proibiu, por quê? Na praça vendia estalinho, o trio não vendia. O Trio passou a vender estalinho. Então, foram lá e proibiram a mim. Eu falei: Vocês vão ter que proibir a praça todinha. Foi aí que ele proibiu a praça todinha de vender estalinho (sic)". Por fim, Luiz Eduardo reitera que seu veículo está dentro das normas legais e que só quer trabalhar "sossegado". E agora espera que esta perseguição acabe assim que o prefeito assinar o alvará que vai permitir a volta do Trio da Alegria, o que ainda não tem data para acontecer.






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Tags: Trio da Alegria, recreativo, veículo, trem, passeio, Catrans





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