Em 03/11/2014 às 19h41 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Hospital de Cataguases vai ter que suprir déficit mensal com outras fontes de receita

Hoje entidade amarga prejuízo de quase R$130 mil mensais e provedor não descarta a possibilidade de Hospital ir à falência

Com o promotor Rodrigo Barros ao funco, Maria Inês relata as dificuldades enfrentadas pelo hospital

Com o promotor Rodrigo Barros ao funco, Maria Inês relata as dificuldades enfrentadas pelo hospital

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Uma nova reunião foi realizada nesta segunda-feira, 3 de novembro, no Hospital de Cataguases, para tentar equalizar a situação financeira daquela entidade que se agrava desde a implantação do Pronto-Socorro em suas dependências. Além do provedor daquele hospital, José Eduardo Machado e da Administradora Maria Inês Dal Bianco, participaram o promotor de justiça, Rodrigo Barros, que vem coordenando este processo, o prefeito Cesinha Samor, secretários de saúde de municípios da comarca, o coordenador médico do SAMU, em Juiz de Fora, Cláudio Reis e médicos do corpo clínico do Hospital.

imageO tema central do encontro foi a dificuldade financeira vivida pelo Hospital de Cataguases desde o início das atividades do Pronto-Socorro. Segundo seus administradores a receita é menor do que a despesa e, nesta reunião, apresentaram aos presentes uma planilha confirmando os custos maiores do que a arrecadação. O déficit mensal, conforme revela o documento é de R$127.132,83. Por sua vez a despesa é de R$713.569,06 e a receita é de R$586.436,23. Além disso, o Hospital não recebe - há dois meses - os recursos provenientes do Governo de Minas referente ás despesas com o Pronto-Socorro, cuja parcela mensal é de R$200 mil, o que vem trazendo sérios problemas de caixa àquela instituição de saúde.

O promotor Rodrigo de Barros apresentou duas propostas que foram acatadas pela direção do hospital e demais presentes. Ele sugeriu a contratação pelos cinco municípios integrantes da comarca, de um médico clínico geral para melhorar o atendimento do Pronto-Socorro. Uma reunião para tratar deste assunto será realizada no início de 2015. Pela proposta, as prefeituras vão se cotizar para bancar este profissional. A outra, refere-se ao déficit mensal do Hospital. Ele sugeriu que a direção daquela entidade busque reforçar sua receita com os planos de saúde e atendimentos particulares porque conforme seu entendimento, "a conta não pode ser paga apenas com recursos do SUS porque o Hospital não atende somente pacientes do SUS", frisou.

O provedor do Hospital, José Eduardo Machado, após ouvir a proposta, disse que vai se esforçar para fazer o sugerido pelo promotor, mas fez questão de dizer que a instituição está "com a corda no pescoço", citando como exemplo, inclusive, a compra de medicamentos parcelada "porque não temos condições de comprar tudo de uma só vez", destacou. O provedor concluiu dizendo que se o Hospital não conseguir bancar mais esta conta, "teremos que fechar as portas como outros hospitais da região fizeram". 

Questionado se poderia contribuir com mais recursos para o Hospital, o prefeito Cesinha Samor, disse que "gostaria imensamente, mas a Prefeitura e todos os outros municípios estão passando por enormes dificuldades financeiras. Eu, por exemplo, por ser contra o atual governo do Estado, não recebi nada, nenhum centavo de ajuda", lamentou. O prefeito de Cataguases também falou que aposta na UPA, que está em construção no bairro Bela Vista, próximo à Policlínica Municipal, como alternativa para melhorar o atendimento em saúde da população. 

imageA administradora do Hospital, Maria Inês Dal Bianco, apresentou um diagnóstico da situação vivida por aquela entidade. Segundo revelou o atraso do repasse da verba do Governo do Estado "está levando o Hospital a buscar recursos junto a instituições financeiras de modo a não ter interrupção no atendimento médico". Ela também falou da dificuldade de contratar médicos para o plantão acrescentando que "quando conseguimos este profissional ele fica poucos dias devido à elevada carga de trabalho". Maria Inês justificou apresentando números com base no Protocolo do Manchester. 

Segundo as estatísticas feitas a partir do dia em que o sistema começou a funcionar, a maioria dos atendimentos realizados no Pronto-Socorro do Hospital não é de urgência ou emergência, pois são classificados nas cores verde e azul. Em setembro o Pronto-Socorro fez 8.709 atendimentos sendo que destes 4.791 foram nas cores verde e azul e apenas 58 vermelho (mais urgente) e 1.206 laranja, a segunda em grau de emergência. Nas cidades vizinhas que utilizam o serviço prestado pelo Hospital de Cataguases a situação também é a mesma. As cores verde e azul juntas somaram 352 atendimentos referentes às cidades de Santana de Cataguases, Astolfo Dutra, Dona Euzébia e Itamarati de Minas.



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Tags: hospital, provedor, promotor, pronto-socorro, urgência





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