Em 22/04/2014 às 12h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Professores municipais programam paralisação de três dias a partir desta quarta-feira, 23 de abril

Paralisação é defendida pela professora Micaela Graciolli e combatida pela presidente do Sinserpu, Maria Lúcia Silva

Micaela, à direita, em uma das manifestações em favor dos professores municipais

Micaela, à direita, em uma das manifestações em favor dos professores municipais

Download
Os professores da rede municipal de ensino em Cataguases planejam paralisar suas atividades por três dias, a partir desta quarta-feira, 23 de abril.  Assembleia neste sentido foi realizada pelo Sind-UTE recentemente onde a categoria decidiu aderir ao movimento, conforme revelou a professora da Escola Municipal Flávia Dutra, Micaela Graciolli Barroso Cordeiro. Segundo ela, a categoria quer "mostrar ao Executivo que as coisas não vão bem e que precisamos de atenção urgente para que possamos exercer nossas atividades profissionais dentro da escola", disse ela em entrevista por e-mail na tarde dessa segunda-feira, 21 de abril. A presidente do Sinserpu, Sindicato dos Servidores Municipais, Maria Lúcia de Souza Lima Silva, também se manifestou à respeito em uma rede social.

Micaela, em sua resposta às perguntas formuladas pelo Site, escreveu os motivos pelos quais os professores municipais pretendem paralisar suas atividades. "Um governo que não honra o que fala e não cumpre suas promessas de campanha; Escola Flávia Dutra sem professor para as aulas fracionadas de duas turmas de 2º ano da parte da tarde. A escola está pagando substituta desde fevereiro; Licitação de material feita somente agora dia 8 de abril, para o ano letivo que começou em fevereiro, deixando as escolas sem material escolar e de limpeza até hoje; Falta do Diário de Classe para anotar frequência e matéria lecionada durante todo o 1º bimestre; Demissão de aposentados, descumprindo a lei federal que lhes garante o direito de trabalhar, gerando gastos dobrados ao FUNDEB, que pagou contratados para o lugar das demissões e depois pagou de novo quando retornaram ao trabalho; Secretaria Municipal de Educação contrata professores sem nenhum critério por telefone e depois, a mando do juiz, tem que refazer a contratação seguindo a listagem; Prefeito que não recebe em seu gabinete a coordenadora do município do Sind-UTE para negociação salarial porque ela é amiga de um vereador da oposição; Um governo que recebe o repasse do FUNDEB de 8,32% desde janeiro e só agora, depois de saber da paralisação, vai repassá-lo e ainda parcelado em meses".

A professora vai além, ao justificar a paralisação de três dias. "Não é só pelos 8,32% de aumento e sim por respeito, valorização e atenção ao nosso trabalho", frisou Micaela. Ainda segundo ela, "durante o primeiro ano de governo a gente espera para dar tempo de colocarem a casa em ordem, e se justifica pela inexperiência, mas tudo isso acontecendo no segundo ano de governo, já é incompetência", dispara. Para ela o Sind-UTE "é o legítimo representante dos Trabalhadores em Educação. É ao Sind-UTE que a maioria dos profissionais da Educação paga mensalmente para que lutem pelos nossos direitos. E foi com a ação do Sind-UTE na justiça que os aposentados puderam retornar ao trabalho", afirma Micaela, para acrescentar em seguida: "E ainda insistem em dizer que este não tem legalidade para o município".

imageO anúncio da paralisação dos professores da rede municipal de ensino levou a presidente do Sinserpu- Cataguases, sindicato que representa os servidores municipais, Maria Lúcia de Souza Lima Silva, usar sua página pessoal no Facebook para se manifestar sobre o movimento.  Em seu texto ela diz "não à greve no setor da Educação de Cataguases este ano" e avisa aos colegas de trabalho para não aderirem à paralisação. Para Maria Lúcia, "essa greve está apenas atendendo motivações agitadas de um grupinho de pessoas magoadas com o Executivo eleito, por motivos particulares", escreveu. A presidente do Sinserpu, no entanto, reconhece a existência de problemas, mas completa dizendo existir "intenção do Executivo de resolver cada caso ao seu tempo de atendimento a categoria".

Para Maria Lúcia "não houve negação do que foi pedido aos representantes dos senhores presentes no gabinete em início de abril corrente: Sra. Kátia Peres, Miriam, e professor Luís, e outros, quando foram recebidos pelo executivo no gabinete (sic)" e completa dizendo não existir motivos para "greves", uma vez que existem outros "assuntos em pauta para decisões importantes, como por exemplo, o valor do Ticket-Alimentação". Antes de terminar sua postagem naquela rede social, a presidente do Sinserpu lembrou o passado: "Antes era pior ainda. Havia negação de nossas reivindicações. Nunca fomos atendidas nas questões salariais. Por isso parávamos", justificou. E finalizou com um aviso: "Arquem depois com as consequências. Ainda estamos em negociações de itens importantes".

imageQuestionada sobre a reação da presidente do Sinserpu, Micaela Garciolli escreveu ao site o seguinte: "A opinião dela realmente não me interessa, mas quem tem motivos pessoais e políticos para ser contra a paralisação é ela e não eu. Apenas estou cobrando e por direito as promessas de campanha, uma vez que fui a todos os comícios, subi em palanque, vesti mesmo a camisa. Quero ter condições de trabalho e ver a Educação ser tratada com a seriedade e a competência que merece". Segundo ainda a professora da Flávia Dutra, "infelizmente o descaso com as escolas municipais é enorme e realmente falta o material básico para que ela funcione. Se o ano letivo começa em fevereiro não justifica que a licitação de materiais seja feita em abril. Com isso trabalhamos sem o básico: lápis, borracha, caderno, cola, tesoura, lápis de cor e até papel higiênico", revelou.
 
Micaela conclui a entrevista justificando os motivos que a levaram a apoiar o atual prefeito durante sua vitoriosa campanha eleitoral. "Nossa bandeira foi: ‘Vamos reconstruir a Educação’. Queríamos uma mudança e acreditamos numa grande mentira. Hoje somos maltratados por aqueles que colocamos no poder. Mas apesar de todo descaso, falta de respeito e indiferença, continuamos realizando um trabalho de excelência que é reconhecido pelos pais e pela sociedade. Temos obtido índices acima da média no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação) e o da nossa escola (Escola Municipal Flávia Dutra) é o maior de todos da rede municipal", afirmou a professora que tem uma participação ativa na luta por melhorias para a categoria, mesmo sem integrar a direção do Sind-UTE ou outra entidade de classe.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Tags: Paralisação, professores, Sinserpu, Sind-UTE, Cataguases





Todos os direitos reservados a Marcelo Lopes - www.marcelolopes.jor.br
Proibida cópia de conteúdo e imagens sem prévia autorização!
  • Faça Parte!

desenvolvido por: