Na última sessão ordinária da Câmara Municipal de Cataguases, os vereadores Maurício Rufino, Vinicius Machado, Walmir Linhares e Serafim Spíndola, usaram a Tribuna durante o Grande Expediente para se pronunciarem sobre os temas que consideram relevantes. Em comum nos três discursos críticas severas ao prefeito Cesinha Samor. O primeiro a falar foi Maurício Rufino para comentar a repercussão de seu pronunciamento anterior quando, enérgico, pediu providências ao Poder Executivo, sobre a limpeza das ruas da cidade. Em seguida Walmir, em tom inflamado, mostrou até uma cobra morta, o que, segundo ele, é fato comum nas ruas de seu bairro, o Pouso Alegre. Encerrando, Serafim, ratificou as críticas e comentou sobre o boato de que o abatedouro municipal seria devolvido ao município.

Na sessão anterior, de 1º de abril, Maurício Rufino, que integra a base aliada do governo na Câmara, subiu à Tribuna e fez um contundente pronunciamento sobre a situação "caótica" das ruas da cidade (matéria sobre este assunto você lê clicando aqui). Entre outras críticas, ele chegou a dizer que se medidas não fossem tomadas ele próprio calçaria luvas e iria limpar as ruas. A repercussão foi enorme por conta de sua condição de seu partido dar sustentação ao governo de Cesinha Samor. Maurício, então, voltou à tribuna, na última terça-feira, 8, para reiterar as críticas e explicar sua posição diante daquela situação. Segundo ele, nada mais faz do que "fiscalizar os atos do Executivo, uma vez que sou remunerado pelo povo para defender seus interesses. Assim, o que for bom para a população, estarei do lado do Executivo, o que não for, estarei contra", afirmou. 

Ainda de acordo com aquele vereador, "estou criticando um setor da prefeitura que está falho e não tem ninguém que faça este serviço" (de capina e limpeza de ruas). Maurício foi mais longe ao lembrar que a prefeitura trabalha hoje com mais de 2.400 funcionários, "ultrapassando o limite prudencial de gastos com o funcionalismo" e mesmo assim não tem profissionais para fazer a limpeza das ruas. "Onde eles estão", perguntou o vereador indignado, completando: "quero que o cidadão reflita sobre esta realidade". Encerrando seu discurso, Maurício disse não conseguir "ver uma coisa errada e ficar quieto". E completou: "Enquanto nossos pedidos não forem atendidos teremos que ter jogo de cintura e usar a criatividade. Porque não vou usar esta tribuna para fazer discurso vazio, bater na mesa ou gritar; vou pra rua, para fazer valer o nosso direito", encerrou sob aplausos da plateia.

O vereador Vinicius Machado discursou para contar aos colegas sua experiência durante a participação no Encontro sobre a Juventude do qual ele participou no dia 1º de abril. ele mostrou-se preocupado com o que chamou "pouco caso" que Cataguases trata esta importante faixa etária da população. Segundo ele, o mais importante em todo o evento foi o debate sobre o Estatuto da Juventude, sancionado pela presidente Dilma ano passado, e que, dentre outros pontos, trata dos direitos de pessoas entre 15 e 29 anos, faixa em que uma pessoa é considerada jovem. Vinicius disse ainda que Cataguases está muito atrasado com relação a este assunto e que o executivo deve se interessar pelo tema e promover as medidas necessárias à promoção da juventude em Cataguases, inclusive "criar um conselho da juventude forte e atuante", completou o vereador.

Walmir Linhares (foto ao lado) fez o pronunciamento mais aguardado da noite, por conta de um cobra que ele trouxe, devidamente armazenada em um vidro com formol e que ficou sobre sua bancada durante toda a sessão. Quando foi questionado sobre a função daquele animal ali ele respondeu que iria falar a respeito durante o Grande Expediente. E quase esqueceu de comentar já que fez um discurso inflamado contra a atual administração em que chegou a dizer que não está cumprindo suas funções. Antes de falar da cobra, Walmir ainda mostrou num telão, fotografias de máquinas e equipamentos da Prefeitura do que ele disse estarem "abandonadas no almoxarifado da prefeitura". Em seguida, ele pediu diálogo: "Nós precisamos conversar porque a situação não está boa. Acho que o governo municipal vai entrar em colapso a qualquer momento", previu. E logo depois de anunciar sua intenção de pedir o afastamento do prefeito, ele encerrou o discurso, mas foi lembrado que ainda faltava explicar o motivo de ter trazido a cobra ao plenário. Depois de se desculpar pelo ato falho, reclamou que as ruas estão tão sujas e abandonadas pela prefeitura que "cobras como esta agora, são comuns nas ruas do bairro Pouso Alegre, colocando em risco a população", finalizou.

Último vereador a se pronunciar naquela noite, Serafim Spíndola, reiterou ter dito durante programa de rádio que não acreditava na devolução do Abatedouro ao município desfazendo assim o que chamou de "mal entendido" por terem afirmado que ele estaria favorável àquela medida. Em seguida, anunciou estar apurando "com cuidado" uma denúncia e que, se confirmada, poderá trazer punições "sérias e graves ao prefeito". Ele contou que conta com a ajuda dos vereadores Antônio Beleza e José Augusto Titoneli e que "já temos cinqüenta por cento de provas documentais recolhidas e também teremos provas testemunhais", avisou. Serafim também mostrou-se solidário ao vereador Maurício Rufino e a Walmir Linhares, afirmando que "nós procuramos a verdade em nome do povo de Cataguases", e que de sua parte vai continuar agindo assim durante todo o seu mandato.