Em 04/02/2014 às 12h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Promotor recebe relatório de irregularidades cometidas por sargento bombeiro em Leopoldina

O sargento reformado do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Paulo César Araújo, o ''PC''.

O sargento reformado do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Paulo César Araújo, o ''PC''.

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O Promotor de Justiça Crimina em Leopoldina, Gustavo Garcia Araújo, recebeu ofício do Tenente Coronel Raniéri Márcio da Cruz, Comandante da 6ª Companhia de Polícia Militar Independente de Leopoldina, relatando as atividades ilícitas praticadas pelo sargento reformado do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro, Paulo César Araújo, conhecido como 'PC '. Segundo o documento, o comando da PM naquela cidade tomou conhecimento que Paulo César se apresentava como representante do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e da Prefeitura Municipal de Leopoldina, coagindo cidadãos com o propósito de realizar vistorias de prevenção e combate a incêndios, além de cobrar taxas para o corte de árvores e para trabalhar como salva vidas em clubes de Leopoldina e região.

De acordo com o relato oficial do comando da Polícia Militar, "PC" já havia sido preso em 2 de março de 2012 por policiais do Pelotão de Polícia Ambiental de Leopoldina por ter sido flagrado cortando uma palmeira utilizando uma motosserra sem registro no órgão competente, apesar de ter sido autorizado pelio CODEMA. Outra ocorrência registrada pela Polícia Militar de Leopoldina, em 2013, revela que o sargento reformado fez várias visitas a um depósito de gás localizado no bairro de Fátima, naquela cidade, sempre argumentando que tinha poder de fiscalização dada sua condição de bombeiro e que tal depósito não seria seguro para estocar botijões. PC teria informado ao dono do estabelecimento que já havia comunicado o fato ao Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.

Policiais do Serviço Reservado da PM descobriram que PC havia feito várias visitas ao local e, segundo relato do proprietário, ele estaria perseguindo e chantageando alguns motoristas que faziam a entrega de gás. Eles, acuados, lhe cediam botijões do combustível com medo de serem multados, apuraram os policiais. Mesmo assim, o dono do estabelecimento procurou a Prefeitura de Leopoldina para obter esclarecimentos a respeito da fiscalização feita por Paulo César Araújo, sem, no entanto, obter respostas satisfatórias às suas dúvidas.

Em outro caso, uma comerciante do bairro Eldorado, também de Leopoldina, contou à polícia que há alguns anos o sargento Paulo César chegou à sua loja tirando fotos e afirmando que ela estaria vendendo botijões de gás irregularmente, o que foi negado pela comerciante que lhe disse possuir no local apenas dois botijões para uso próprio. Segundo disse, ela teria feito um Boletim de Ocorrência sobre o fato em que narrou ter seu estabelecimento sido periciado, e constatado que ali não existia nenhum depósito de gás. A comerciante revelou aos policiais ter sido ameaçada de ser processada por Paulo César, mas aconselhado por uma juíza, teria desistido da ação. 

No inicio deste ano, os agentes do Serviço Reservado da PM foram à sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente onde uma funcionária negou que o sargento Paulo César Araujo tivesse algum vínculo com aquela repartição e que todas as vistorias e laudos são feitos por pessoas credenciadas.

Os policiais disfarçados investigaram também o serviço de poda de árvores em área particular de Leopoldina. Informações colhidas junto a um bombeiro voluntário ele teria sugerido que o Grupo de Bombeiros Voluntários de Leopoldina Prefeitura tem autorização para realizar a poda no município. O bombeiro abordado pelos policiais disse que o sargento Paulo César realiza as podas quando contratado por ter cursos de especialização e que recebe pelos serviços para cobrir gastos com material e mão de obra. Questionado pelos policiais sobre o trabalho que desenvolve como salva vidas no Clube do Moinho em Leopoldina, ele informou que realiza o mesmo trabalho no Brasília Country Clube, também em Leopoldina e no Clube do Remo, em Cataguases, com o serviço sendo organizado pelo sargento PC.

Ainda no início de 2014, os policiais ficaram sabendo que o sargento tinha o hábito de vistoriar com certa freqüência um depósito de gás na rua Francisco Andrade Bastos, no centro de Leopoldina, e que sempre pedia ao proprietário botijões de gás gratuitamente, sendo sempre atendido, até que um dia questionou Paulo César sobre sua competência em fiscalizar o depósito gerando uma discussão. Desde aquele dia o sargento não voltou mais ao estabelecimento.

O jornal LEOPOLDINENSE apurou junto a assessoria do Promotor Gustavo Garcia Araújo que o relatório do comando da Polícia Militar foi protocolado no Ministério Público da Comarca de Leopoldina no dia 27 de janeiro de 2014 e que deve ser instaurado um inquérito com vistas a processar o sargento bombeiro reformado Paulo César Araújo pela sequência de irregularidades cometidas contra a sociedade leopoldinense.

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Autor: Luiz Otávio Meneghite

Fonte: Jornal Leopoldinense

Tags: promotor criminal - sargento bombeiro - leopoldina





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