O escritor cataguasense Marcos Vinicius Ferreira de Oliveira, vai lançar neste domingo, 6 de outubro, às 20 horas, no Café do Museu, seu terceiro livro, "Tecido em Ruínas" - fabricação e corrosão da Cataguases no Inferno Provisório de Luiz Ruffato. Esta é a primeira obra a se debruçar sobre a série completa do Inferno Provisório, de autoria daquele escritor, também cataguasense. Anteriormente Marcos Vinicius lançou "Uma ou outra forma de tirania" e "E se estivesse escuro".

Não fosse pelo ineditismo da empreitada, o esforço de Marcos Vinicius já lograria êxito no modo desassombrado com que mobiliza o variado arsenal fornecido pelo trânsito interdisciplinar nas ciências humanas, a funda compreensão das tensões que entram em cena quando falam os "sentenciados pela história" e a forte disposição para enfrentar as cristalizações do pensamento sobre os sintomas da nossa "modernização conservadora". 

Obra de fôlego, toma como motivo o espaço preferencial das narrativas de Luiz Ruffato, a cidade de Cataguases, para assinalar, de forma contundente, os tênues limites entre a ficção do autor e a presença de elementos tão reais quanto indigestos, porque resultantes de construções ideológicas. O leitor encontrará nas páginas de "Tecido em Ruínas" um texto escrito sob o signo da argúcia e, em igual medida, por uma demonstração do que a investigação literária pode fazer de mais interessante: penetrar a "alma" da obra.

Marcos Vinicius faz parte da nova safra de escritores cataguasenses e traz em sua bagagem, além de um reconhecido talento, a alma da escrita literária como poucos. Ao entrar em contato com sua obra o leitor tem a sensação de estar diante de alguém que domina como poucos as palavras e a técnica de escrever. Cada frase é essencial e compõe - como elos de uma corrente - a trama de sua história, invariavelmente arrebatadora. Assim também o é em "Tecido em Ruínas", já que a obra de Luiz Ruffato é, por si só intensa, real e impactante. Um livro importante para a literatura e significativo para a compreensão de Cataguases, palco escolhido por estes autores para contarem suas histórias.