Em 09/05/2013 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Reviravolta no caso do assassinato do comerciante em Cataguases

Policiais civis admitem possibilidade de o crime ter sido praticado por causa de herança

A equipe de policiais que realizou a Operação em Caratinga

A equipe de policiais que realizou a Operação em Caratinga

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A prisão na manhã desta quarta-feira, 8, em Caratinga de dois suspeitos de terem assassinado no dia 22 de abril, em Cataguases, o proprietário do supermercado Boa Compra, José Divino Aredes, com cinco tiros à queima roupa, ganhou nova linha de investigação. Ao contrário do que se supunha, Zé Divino, como era chamado, não morreu por causa de envolvimento com mulheres, nem tampouco com dívidas. A Polícia Civil trabalha, agora, com a possibilidade de o crime ter sido praticado por causa de uma divisão de terras deixada em herança. As fotos dos suspeitos não foram divulgadas.

Na operação desta quarta-feira, em Caratinga, foram presos dois suspeitos de terem praticado o crime. O primeiro é o sargento reformado da Polícia Militar, Éber Vieira Soares que negou sua participação. O segundo é o Tenente reformado da Polícia Militar Valdemar de Aredes, parente do comerciante assassinado em Cataguases. Ele, segundo a Polícia Civil, seria o autor do crime, de acordo com as imagens vistas no supermercado onde foram compradas as luvas usadas para matar Zé Divino. Um dos investigadores o definiram como sendo uma pessoa "fria e que respondeu as perguntas sempre com margem para uma outra interpretação".

Depois de capturar os dois suspeitos, a Polícia Civil ainda aguardou a emissão pela Justiça da Comarca de Caratinga, do mandado de prisão temporária que foi lavrado por volta das 17 horas. Os suspeitos, então, foram levados por uma viatura da Polícia Militar até o presídio de Muriaé, onde passaram a noite e nesta manhã foram conduzidos até o Batalhão de Polícia Militar, em Juiz de Fora, onde permanecerão detidos pelos próximos trinta dias. Enquanto isso, o trabalho em buscas de novas provas que incriminem Valdemar continuam, afirmou um dos policiais civis que participou da operação. 

Procurada pela reportagem do Site do Marcelo Lopes para fazer um balanço da operação, a delegada Carolina Cavalcanti, que ao lado do delegado seccional, Gutemberg de Souza Filho, coordenou o trabalho que culminou com a prisão dos dois suspeitos, esteve ocupada durante todo o dia trabalhando no caso, o que a impediu de falar com a imprensa. Ela redigiu relatórios sobre a operação e, por volta das 17 horas foi pessoalmente ao Fórum da Comarca de Cataguases entregar o material ao Juiz da Vara Criminal. Os relatórios vão amparar as ações futuras visando o esclarecimento de todo o caso. 

A OPERAÇÃO - A Polícia Civil chegou aos suspeitos do caso através de uma ação impecável que reuniu esforço, trabalho em equipe e tecnologia. Graças a informações privilegiadas que deram pistas sobre o caminho percorrido pelos supostos assassinos após terem praticado o crime, os investigadores conseguiram encontrar em uma estrada de terra próximo ao distrito de Sereno, um par de luvas, papel adesivo do tipo "contact" (utilizado para mudar a cor da motocicleta Tornado em que estavam na hora do crime) e as armas que teriam sido usadas para matar Zé Divino.

"Foram vários dias revirando mato", lembra Pessanha, um dos investigadores. Depois que encontraram as luvas, o trabalho se concentrou em localizar quais lojas vendiam "exatamente aquele tipo", explicou o detetive João Victor. A partir daí a tecnologia teve participação importante. O código de barras das luvas levaram a um ticket de compra que forneceu a hora da aquisição. Foram então até à loja, requisitaram a gravação das câmeras de segurança do período informado pelo ticket de compra e viram os suspeitos comprando as luvas. "Depois disso organizamos a operação que prendeu Éber e Valdemar", completou o investigador Lezoni. 

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Tags: assassinato, caratinga, supermercado polícia civil





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