Em 30/04/2013 às 20h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Comissão de Vereadores começa a apurar o "Escândalo do Cemitério"

Venda ilegal e violação de túmulos são alguns dos assuntos a serem investigados

Vista geral do Cemitério que está sendo investigado

Vista geral do Cemitério que está sendo investigado

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Instituída na última sessão da Câmara Municipal de Cataguases, a Comissão de Assuntos Relevantes, uma espécie de CPI mais branda, para levantar possíveis irregularidades ocorridas no Cemitério São José, começou a funcionar no último dia 26 quando seus três membros – Maurício Rufino (presidente); Geraldo Majella (relator) e João Manuelino da Silva Bolina, o Joãozinho de Vista Alegre - realizaram a primeira reunião. Segundo Maurício, o encontro inicial teve como objetivo "traçar uma estratégia de atuação e definir prioridades". Foi determinante para sua criação denúncias feitas pelo advogado Eduardo Barcellos que "teria reunido provas da existência destas irregularidades no Cemitério de Cataguases", contou o vereador.
De acordo com Maurício Rufino, o objetivo da comissão é "apurar se ocorreu venda ilegal de túmulos, violação de cadáver e a consequente venda em duplicidade destes túmulos. A partir daí, restituir o erário público, que segundo estimativas é de duzentos mil reais, e també, confirmadas as irregularidades, encaminhar toda a documentação obtida pela Comissão ao Ministério Público para que possa tomar as providências legais, cessando, definitivamente, a ocorrência deste tipo de problema, que, parece, é bem antigo", explicou. Outra possibilidade, disse o vereador, é o seu desdobramento em uma Comissão Especial de Inquérito, mais conhecida por CPI. 
A Comissão vai se reunir semanalmente às sextas-feiras pela manhã e tem um prazo de sessenta dias para apresentarimage resultados. "Vamos tratar este assunto com muito cuidado porque estamos lidando com sentimento das pessoas que perderam seus entes queridos", disse Maurício. E acrescentou: "Por outro lado é preciso que tenhamos discernimento sobre túmulos que possivelmente foram violados daqueles utilizados de forma legal", salientou o vereador. O primeiro convidado a comparecer perante a Comissão de Assuntos Relevantes será o ex-funcionário do cemitério, Marciano Silva. Seu depoimento, segundo Maurício, "servirá para explicar o funcionamento daquele lugar, qual o procedimento adotado para o sepultamento, enfim, a rotina de trabalho", esclareceu.
"Vamos investigar regressivamente, a partir dos dias atuais, e sem uma data limite porque as provas das irregularidades de agora estão vivas. Também serão ouvidos o advogado Eduardo Barcellos, que se comprometeu de entregar à Comissão documentos que comprovariam a existência de irregularidades e também o ex-administrador do Cemitério, Valdecir Taveira, informou Maurício Rufino. Além deles, outras pessoas serão convidadas, especialmente aquelas que teriam sido vítimas das irregularidades, acrescentou o presidente da Comissão. Maurício acredita que o trabalho vai crescer à medida que os meios de comunicação forem abordando o tema. "Acredito que a partir daí muitas pessoas vão querer falar e contar suas experiências a este respeito, contribuindo significativamente para a solução deste grave problema", completou.

Relembre o caso
Em meados do ano passado veio a público informações de que estariam ocorrendo irregularidades noimage Cemitério municipal. As denúncias davam conta de venda ilegal de túmulo e violação de túmulos. O assunto foi confirmado posteriormente pelo então Procurador Geral do Município, Roosevelt Pires, em entrevista ao Programa Conversa Franca, apresentado pelo radialista Sousa Mendonça. À época, o cemitério era administrado por Valdecir Taveira, que foi demitido pelo prefeito Willian Lobo de Almeida, sob a acusação de ser o responsável pelas irregularidades. 
Valdecir, sentindo-se injustiçado, foi à Câmara Municipal pedir a apuração dos fatos, mas, inexplicavelmente, recuou em seguida. Com a chegada do período eleitoral o assunto foi deixado em segundo plano e retornou logo após as eleições por meio do próprio Valdecir que, voltou à tribuna da Câmara para pedir a reabertura do caso, o que foi recusado pelos vereadores sob a alegação de que não haveria tempo hábil para realizar este trabalho. Único acusado e punido até agora por causa do "Escândalo do Cemitério", Valdecir Taveira já revelou aos membros da Comissão de Assuntos Relevantes estar "ansioso para prestar depoimento".
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Tags: cemitério cataguases túmulo irregularidades





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