Em 05/03/2013 às 16h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Compositor Sérgio Sá vem a Cataguases exclusivamente para gravar uma música com Grupo Aero

Sérgio Sá, de camisa vinho, com os rapazes do Grup

Sérgio Sá, de camisa vinho, com os rapazes do Grup

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O compositor, cantor, músico, escritor e ator, Sérgio Sá, que tem mais de trezentas canções gravadas por diferentes intérpretes da MPB e que tem sucessos nas vozes de Fábio Júnior (O que é que há), Roberto Carlos (Como é Possível) e Tim Maia (O Vento e as Canções), esteve nesta segunda-feira, 4, em Cataguases para gravar com os rapazes do Grupo Aero. Sérgio Sá e o Grupo Aero se conheceram há cerca de três anos por intermédio do ex-radialista e hoje coordenador de um templo holístico, Francisco Monteiro. A amizade cresceu e hoje Sérgio Sá é um dos maiores incentivadores do trabalho realizado pelo grupo musical cataguasense.

 

O relacionamento com o Grupo Aero surgiu em torno de um projeto musical cujo resultado foi o CD e show comemorativo dos 30 anos de carreira da banda mais famosa de Cataguases. De lá para cá, a amizade se fortaleceu e Sérgio Sá e Aero estão sempre em contato. Além da música que gravaram na cidade nesta segunda-feira, Sérgio disse que há outros projetos que vai realizar com o Grupo Aero. “Certamente, no dia 30 de abril, estaremos aqui para fazer uma apresentação e comemorar juntos o lançamento do mais novo projeto deles, o ‘Acústico’”.

 

Ainda este mês, Sérgio Sá (foto) vai lançar oficialmente seu mais novo livro, “Aos Olhos de um Cego”, que é, segundo explica o próprio autor “é a continuação de reflexões e de posturas que foram colocadas no livro “Fecho os Olhos Para Ver Melhor” (adquirido pelo Ministério da Educação para ser distribuído nas escolas), só que neste caso é um livro mais inclusivo, ele trata especificamente da inclusão da pessoa com deficiência no mundo das pessoas que não teriam nenhum tipo de deficiência palpável, porque no fundo todos nós somos deficientes de alguma maneira”, explicou.

 

Sobre a questão da inclusão das pessoas com deficiência, Sérgio Sá, tem uma opinião bastante crítica a respeito desta realidade no Brasil. “O que nos falta é o reconhecimento do conceito de cidadania. E a gente ainda estaciona em modelos políticos tacanhos, de um socialismo de fachada, antigo, que já não diz mais respeito ao momento contemporâneo que vivemos hoje e que ainda não sabe nem como tratar estas pessoas deficientes. “O cego é cego e pronto. Não há necessidade de toda uma nomenclatura quando ela é vazia de significado. Então, enquanto nós não trabalharmos em nós o conceito de cidadania, nenhum destes problemas relacionados ou com deficiência, ou com analfabetismo, inclusive com doenças sexualmente transmissíveis, enfim, não será devidamente encarado se a gente não trabalhar o conceito de cidadania”, analisa.

 

O cearense, que foi para São Paulo ainda na infância e se tornou um dos maiores compositores brasileiros, tem 44 anos de vida profissional e ainda, quatro livros publicados, falou com exclusividade ao Site do Marcelo Lopes, mas não quis revelar qual música gravou nem deu detalhes a respeito. “É um projeto novo e ainda não estou autorizado a falar sobre ele”, justificou. Simpático, atencioso e muito antenado com o mundo, Sérgio Sá, que é cego de nascença, está completamente engajado na luta pela acessibilidade. No entanto, repele as denominações consideradas por muitos “politicamente correta” para tratar os deficientes. “Não existe pessoa com necessidade especial, existe o cego, o paraplégico, o surdo, e por aí afora”, afirmou.

 

“Eu nasci para fazer música. Tenho em mim, no lugar mais profundo do meu ser, o caminho, a abordagem musical, artística por natureza”, se auto define. E explicou que aprendeu a tocar brincando até ganhar seu primeiro piano aos onze anos de idade. “A Arte, de qualquer maneira, é uma grande brincadeira”, constata Sérgio Sá que, agora, está concluindo seu mais novo CD chamado Sérgio S.A., que tem participações de nomes consagrados da MPB como Gilberto Gil, Elba Ramalho, Jane Duboc, Zeca Baleiro, entre outros, ainda sem data para ser lançado. Este novo CD, bem como o livro que será lançado tem parcerias e sugestões de sua esposa Cristina Reis, que também é escritora, poetisa, compositora e intérprete.

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