Em 09/02/2013 às 17h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Os Trios Elétricos.. do Rock!

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O rock é composto por vários grupos. Quartetos, quintetos e até sextetos fazem a alegria dos rockeiros de plantão. Mas não há como negar os trios tem uma sonoridade toda especial. Juntar apenas três pessoas e conseguir fazer música de qualidade e muitas vezes parecendo uma orquestra não é para qualquer um. Abaixo listei os 10 maiores e mais influentes trios de todas as vertentes do rock.

 

Cream – Formado por dois músicos ligados ao fusion (o baixista Jack Bruce e o baterista Ginger Baker), e um bluseiro nato (o guitarrista Eric Clapton), o Cream pode ser considerado o primeiro power trio do rock. “Nós nos considerávamos um presente de Deus” disse Eric Clapton a Guitar Player em uma ocasião. A verdade é que com choque de egos o grupo teve um curta carreira, mas lançou vários discos seminais. John Mayall resumiu bem a importância do trio quando disse: “Ao vivo ninguém podia competir com o Cream”.

 

 

 

 

 

Jimi Hendrix Experience– Considerado até os dias de hoje como o melhor guitarrista que já pisou na face da terra, é inegável que o sucesso todo em torno do guitarrista, além de seu enorme talento, se deu pelo perfeito entrosamento com seu trio, que se completava com Noel Redding, um baixista com uma tremenda noção de tempo, e Mitch Mitchell, um baterista que sabia a hora de segurar o tempo ou quebrar tudo ao lado do “chefe”. Embora tenha lançado somente três trabalhos, o Experience, de Jimi Hendrix, revolucionou, ao lado do Cream o conceito de música feita por trios, um legado que permanece inabalável até os dias de hoje.

 

 

 

 

 

 

Beck, Bogert & Appice – Com todo o reboliço ocasionado pela formação de vários trios no final dos anos 60, o guitarrista inglês Jeff Beck resolveu montar sua versão de power trio, e para isto, chamou uma das mais experientes cozinhas dos anos 60: o baixista Tim Bogert e o Baterista Carmine Appice, ambos recém saídos do Vanilla Fudge. Porém, Beck, um maniáco por carros e velocidade, acabou colidindo em um sério acidente, que o deixou de cama por vários meses, fazendo com que a dupla resolvesse integrar o Cactus, outro grande grupo dos anos 70. Com o fim do Cactus anos depois, o guitarrista refez e convite e aí sim, o grupo começou a ensaiar, lançando em 1973 seu único LP. Ao vivo o grupo era dado a altos improvisos, e o fato dos 3 músicos cantarem, deu ainda mais liberdade a Beck.  Mas o gênio difícil de Jeff complicou tudo e ele resolveu encerrar as atividades do grupo pouco antes de começarem as gravações do segundo trabalho. Um disco ao vivo foi lançado no Japão, mas é inegável que o trio tinha bagagem para muito mais.

 

Emerson, Lake & Palmer – Um power trio diferente, pois não tinha um guitarrista a frente da banda, cabendo ao virtuoso tecladista Keith Emerson comandar o som do grupo, recheado de pianos, Hammonds, mellotrons e todo tipo de teclados. Ao lado dele o grande baixista e vocalista Greg Lake, que tinha feito fama vindo do King Crimson, e do super baterista Carl Palmer. Ao vivo, o grupo levava o grau de superlativo às últimas consequências, com egocêntricos solos de seus integrantes, acompanhados de fogos de artifícios e outros efeitos avançados pra época. Musicalmente o trio tentava unir o rock com peças clássicas, e muitas vezes conseguia seu intento com perfeição.

 

 

 

 

Rush – Talvez o trio de mais longevidade de todo o rock, os canadenses do Rush já transitaram por todos os estilos: do pop rock eletrônico (Em Power Windows), ao progressivo intrincado (Farewell To kings), passando pelo rock mais direto (em Counterparts), sempre se dando bem! Geddy Lee (baixo, teclados e vocal), Alex Lifeson (guitarras, violões e teclados) e e Neil Peart  (Bateria e percussão), sabem como ninguém aliar técnica e musicalidade, e tudo que fazem possui a marca da qualidade. Também não seria para menos, pois o grupo está com a mesma formação há quase 40 anos! Seu DVD “Rush In Rio” gravado em nosso país é uma verdadeira celebração à música do grupo, e merece ser visto até mesmo por quem não é fã da banda.

 

 

 

Motörhead – Quando foi chutado do Hawkwind em 1975, o baixista Lemmy não esperava que fundaria com o Motörhead, uma verdadeira instituição da música pesada. O trio formado em 1975 se mantém com a mesma formação desde a entrada do baterista Mikke Dee em 1992. Sendo que Lemmy achou no guitarrista Phil Campbell, o parceiro ideal desde o longínquo ano de 1984, para sua voz rasgada e seu baixo pulsante.

Com mais de 30 anos de existencia, o trio ainda põe o pé na estrada e grava discos regularmente como o grande “The World Is Yours”, lançado em 2010. Muito do sucesso do grupo segundo seu líder, é o fato de nunca ter abandonado seu estilo fiel de fazer música. E pra encerrar vale uma frase dita por vários amantes de rock: “O AC/DC e o Motörhead são as duas únicas bandas que podem gravar o mesmo disco várias vezes sem serem taxados de repetitivos”

 

The Police – O trio surgiu no final dos anos 70 com um proposta pretensiosa: misturar o reagge e ska jamaicano com o pop rock inglês. Um jovem baixista de jazz (Sting) se juntou a um baterista técnico de rock Progressivo (Stewart Copeland) e a um guitarrista limitado mas  muito ciente de suas limitações como músico (Andy Summers). Os três decolaram com “Outlandos D´Amour” de 1978, e solidificaram sua reputação com “Reggata de Blanc”, lançado no ano seguinte. O trio teve uma influência determinante em toda música pop criada pelas bandas da década de 80, inclusive no Brasil. Pessoalmente acho que Copland é o segundo baterista que mais sabe dosar técnica com musicalidade (O primeiro é o Neil Peart), e curioso é que os dois trabalham em formato de trio.

Embora o The Police tenha tido um curta carreira, encerrada em 1983 (o que parece ser um dos maiores dilemas do trio), seu trablho instigante e ainda moderno permanece presente em nossos ouvidos até os dias de hoje. Sting e sua turma conseguiram provar que pode se fazer música pop com qualidade.

 

Gov´t Mule – O trio nasceu no início dos anos 90, e veio da vontade do guitarrista Warren Haynes e do baixista Allen Woody ambos integrantes dos Allman Brothers, de fazer a música despojada e cheia de improvisos, como faziam os grandes trios dos anos 70. Acharam o parceiro ideal em Matt Abts, um baterista que era reconhecido por seu trabalho com
Chuck Leavell, pianista dos Rolling Stones.

O trio ficou famoso não só por suas excelentes composições, mas pela forma como tocava covers de várias bandas famosas no formato power trio. Durante toda a década de 90, o grupo lançous discos e excursionou incessantemente até a morte do baixista Allen Woody em 2000. Woody, grande estudioso do contrabaixo, possuia mais de 300 intrumentos diferentes e com sua morte o Mule perdeu muito em termos de arranjos. O grupo se superou e continuou como um quarteto, com um novo baixista e incorporando um tecladista à formação. Embora continue fazendo música de qualidade é inegável que o Gov’t Mule não tem o mesmo brilho de antes.

 

Muse – Formado em 1994 por Mathew Bellamy (Vocal, guitarra e piano), Christopher Wolstenholme (Baixo, voz e teclado) e Dominic Howard (Bateria e Percussão), o Muse pode ser considerado um dos últimos trios de rock a realmente fazer sucesso e influenciar futuras gerações. O grupo faz uma interessante mistura de progressivo e rock alternativo, com leves pitadas de música eletrônica e clássica. 

Essa mistura levou a banda ao estrelato mundial, ganhando vários Grammys e se tornando os queridinhos da cena alternativa. Exageros a parte, o Muse possui um som diferenciado, e é inegável que esse contraste de estilos flui bem tanto nos palcos quanto fora dele.

 

Nile – O deixei por último de propósito. O Nile é um trio de metal extremo com maior qualidade e originalidade já organizado nos últimos anos. O grupo alia seu som extremo com passagens mais progressivas e fortes influências de música egípicia, incluindo instrumentos e letras retratando a época dos faraós. Tudo construido com muita pesquisa, extremo bom gosto e técnica, cortesia do guitarrista, líder e fundador Karl Sanders, que também toca teclados, baixo e instrumentos exóticos como o saz e o bouzoki. Ao lado dele, completam o trio o vocalista guitarrista e baixista Dallas Taylor Wade e o excelente baterista George Kollias.

Embora o grupo utilize um baixista em suas turnês, é em estúdio e na formação de trio que desde 2005 o Nile vem mostrando que é possivel fazer música pesada com qualidade. Desaconselhável a ouvidos sensíveis.

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