Em 08/02/2013 às 14h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Milhares esperam funeral de líder de oposição assassinado na Tunísia

Pessoas em luto carregam caixão do líder da oposiç

Pessoas em luto carregam caixão do líder da oposiç

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Uma greve geral atingiu Túnis nesta sexta-feira, conforme pessoas de luto reuniram-se para o funeral do político de oposição Chokri Belaid, cujo assassinato esta semana mergulhou a Tunísia em uma profunda crise política.

 

Sob um tempo frio e chuvoso, cerca de 3.000 pessoas esperavam do lado de fora do Centro Cultural municipal, onde o corpo de Belaid era velado. "Belaid, descanse em paz, vamos continuar a luta", gritavam, segurando retratos do líder assassinado.

 

Alguns gritavam palavras de ordem contra Rachid Ghannouchi, líder do partido islâmico governante Ennahda. "Ghannouchi, assassino, criminoso", gritavam. "A Tunísia é livre. Terrorismo fora."

 

A Tunísia, berço das revoltas da Primavera Árabe, vive sob a tensão entre os islâmicos dominantes e seus opositores seculares, e pela frustração com a falta de progresso social e econômico desde que o presidente Zine al-Abidine Ben Ali foi deposto em janeiro de 2011.

 

Centenas de policiais foram enviados para a avenida Habib Bourguiba, foco de protestos contra o governo na capital tunisiana. Bancos, fábricas e algumas lojas estavam fechados devido a uma greve convocada pelos sindicatos em protesto contra o assassinato de Belaid, na quarta-feira, mas os ônibus estavam funcionando normalmente.

 

Após o assassinato de Belaid, o primeiro-ministro Hamdi Jebali, um islamista, disse que vai dissolver o governo e formar um gabinete apartidário de tecnocratas para governar até que se possa convocar eleições.

 

Mas seu próprio partido Ennahda e seus parceiros de coalizão seculares reclamaram de não terem sido consultados, lançando dúvidas sobre a situação do governo e aumentando a incerteza política.

 

Ninguém assumiu a responsabilidade pela morte de Belaid, um advogado e figura da oposição secular, morto a tiros diante de sua casa por um pistoleiro que fugiu na garupa de uma motocicleta.

 

"Criminosos assassinaram Chokri, mas não assassinaram sua luta", disse sua viúva, Besma, na quinta-feira. "Minha tristeza terminou quando eu vi milhares indo às ruas... Naquele momento, eu soube que o país está bem e os homens e mulheres do meu país estão defendendo democracia, liberdade e vida."

 

Fonte: Reuters

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