Em 12/01/2013 às 12h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Sem tempo para obras, especialistas sugerem investir em abrigos e alarmes para escapar de temporais

Como a recuperação das cidades atingidas avançam l

Como a recuperação das cidades atingidas avançam l

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Agência Brasil

Rio de Janeiro- Em meio ao principal período de chuvas do ano, que já deixou cerca de 700 desabrigados no estado do Rio no primeiro final de semana de 2013, especialistas em desastres naturais e engenheiros concordam que para evitar tragédias como a de 2011, quando morrem 900 pessoas, é preciso investir em abrigos estruturados e em alarmes de alerta para áreas de risco.

Como a recuperação das cidades atingidas avançam lentamente, a preocupação é com desabrigados que estão voltando para áreas de risco. Mesmo famílias que recebem aluguel social de até R$ 500, relatam dificuldade para encontrar imóveis a preços acessíveis. Outro problema é construir, já que as cidades estão encravadas em vales cortados por rios.

“Como não dá mais tempo de construir as barragens, de fazer grandes obras de geotecnia, dá para preparar os estabelecimentos que funcionarão como abrigos, organizar a higiene, a saúde e a alimentação para que as famílias tenham uma convivência digna e menos constrangedora”, disse o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro.

Desde as chuvas de 2011, que deixaram 900 mortos, o órgão monitora as obras na região serrana. Na avaliação do Crea-RJ, o sistema de Defesa Civil melhorou nos dois últimos anos, com as sirenes de alerta e mais organização, porém, problemas ocorrem, como o do alarme de Petrópolis não ter funcionado porque a cidade ficou sem energia elétrica no último temporal.

“É preciso avisar os moradores sobre a chegada de uma tempestade, fazendo com que as sirenes funcionem não apenas com energia elétrica, mas com outros sistemas como bateria”, sugeriu.

Especialista em situações de risco, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Moacyr Duarte concorda com a necessidade de aprimorar abrigo e avisos. “Isso deve ser provisório, mas é o que se pode fazer de mais rápido para proteger as pessoas”, recomenda.

“A gente conseguiu chegar [aos moradores] com sirene, mensagens no celular, e isso é positivo, não tinha [no período de chuvas do ano passado]. Agora, no ritmo que vem sendo feito [as obras necessárias], não vamos reduzir a condição de risco, no melhor cenário, em cinco anos”, disse o professor. “Temos que chegar a um dia que o nível de chuva para causar transtornos sérios seja maior do que é o de hoje”.

Durante encontro com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o governador do Rio, Sérgio Cabral, informou que das mais de 5 mil casas previstas para os desabrigados da região serrana, “três ou quatro centenas devem ser entregues até março”. O atraso se deve pela dificuldade de identificar terrenos adequados, além da desapropriação dos imóveis disponíveis.

A prefeitura de Petrópolis esclareceu que o sistema de alerta não dispõe de fonte alternativa de energia, por isso não funcionou. A Defesa Civil reavaliará o funcionamento da sirene e a eficácia do sistema.

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