Em 19/12/2012 às 20h50 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

SONS E TONS: Conheça, agora, os 10 Melhores CD´s de 2012

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Chega o fim de mais um ano e começam as intermináveis listas dos melhores trabalhos lançados nos últimos 12 meses. Nem sempre é facil, principalmente em 2012 que foi um ano prolífico de gravações, onde artistas independentes disputaram espaço de igual para igual com os grandes mestres. Também é difícil escolher apenas 10 cd´s entre estilos tão díspares como o jazz, o rock, a MPB e o progressivo, mas abaixo cito os trabalhos que, além do meu gosto pessoal, foram unanimidade neste ano. 

 

Jack White –  Blunderbuss: É o que eu sempre digo: tocar mil notas não resolve nada se você não for um grande compositor. E é isso que Jack mostra nesse cd, um guitarrista e compositor maduro, que usa sua técnica em favor da música e não o contrário. Esqueça a baboseira do White stripes, sua antiga banda, pois Blundebuss pode ter elevado Jack White ao maior músico de sua geração.

 

 

 

Roberta Lima – Meu Canto:  Escolhi este cd não por Roberta ser de Cataguases, mas por se tratar de uma cantora madura, forjada aos poucos, nos bailes da vida, como se fazia nos bons tempos. Em “Meu Canto”, a cantora passa a MPB à limpo, cantando os grandes compositores de norte a sul do país, e o que é melhor: sem se prender a composições óbvias e ainda embalada pelos excelentes arranjos de seu marido Dudu Vianna.  Roberta ainda será uma das maiores divas de nossa música, não só por sua voz, mas por seu trabalho e sensibilidade.

 

 

 

Rush – Clockwork Angels: De banda de rock dos anos 70, a eletrônico nos 80, passando levemente pelo grunge nos anos 90. Tudo que os canadenses do Rush fizeram possiu e possui a marca do bom gosto e da qualidade musical. O grupo que entrou no limbo no fim dos anos 90, se tornou cult nessa década e lança seu primeiro cd realmente conceitual. Músicas como a faixa-título e “Caravan”, mostram que o grupo continua afiado, e que a linha que separa o exibicionismo da verdadeira técnica pode se tênue, mas esses três canadenses conseguem seguí-la muito bem.

 

 

Van Halen – A Different Kind : Talvez a maior banda de hard rock dos anos 80, é inegável a contribuição que eddie Van Halen deu naquela década à guitarra. Por isso, foi realmente um estardalhaço quando foi anunciada a volta do quarteto com Dave Lee Roth nos vocais quase 25 anos depois de tocarem juntos pela última vez, e ainda trazendo uma novidade: o filho de Eddie, Wolfgang, que estaria cuidando das quatro cordas nessa empreitada. Musicalmente o grupo fez um cd irrepreensível, uma hard festeiro, cheios de guitarras bem na linha dos clássicos de outrora. A locomotiva Van halen continua nos trilhos detonando como nunca!

 

 

Marcelo D2 – Canta Bezerra da Silva: Nunca fui muito fã do D2, mas é inegável que neste cd o cantor conseguiu trazer à tona todo o bom humor e a malandragem carioca que só o Bezerra da Silva sabia cantar. D2 deixou os samplers de lado e mandou ver no samba de raíz, com metais e percussão. Músicas irônicas do velho Bezerra como “pega Eu”, “malandragem Dá Um Tempo” e “Minha sogra parece Um  Sapatão” prestam um tributo sincero e honesto não só ao mestre Bezerra, mas a todo o  samba iconoclasta carioca.

 

 

 

Black Country Communion – Afterglow: Super-grupo que incluí o genial baixista e vocalista Glenn Hughes, o guitarrista de blues Joe Bonamassa, o ex - tecladista do Dream theater Derek Sherinian, e o filho do falecido baterista do Led Zeppelin, John Bonham, o jason Bonham. Com um time desse não tinha como dar errado. Hughes que do alto dos seus quase 70 anos, a frente da banda, canta como um menino de 18, sempre amparado por seus experientes comparsas. A influência dos 4 é misturada em um só caldeirão, trazendo uma bela e explosiva mistura. A banda até corre o risco de encerrar suas atividades, mas seu legado em apenas 3 discos é inegável.

 

 

Djavan – Rua Dos Amores: Quem consegue fazer canções de amor e dor de cotovelo sem soar piegas? Somente Djavan! Em seu novo petardo, o cantor continua afiado, destilando suas canções belíssimas sempre embargadas de tempero jazzístico como só ele sabe fazer. Músicas como “Já não Somos 2”, “Triste é o cara” e “Bangalô”, que tem um excelente solo de trumpete, só confirma que o cantor continua falando de amor com classe, uma mistura para poucos. 

 

 

Spectrum Road – Spectrum Road: Não, não é a banda cataguasense do meu amigo Rafael Nascimento. Spectrum Road é um projeto capitaneado pelo mítico Jack Bruce, o eterno baixista do cream, que nessa empreitada contou Vernon Reid, guitarrista do Living Colour, o virtuoso tecladista Martin Medeski e a baterista de jazz Cindy Blackman santana. Com esse elenco estrelar, Bruce homenageia o falecido baterista Tony Williams e sua banda Lifetime, que o próprio Baixista fez parte na década de 70. Um cd de estréia que apresenta um jazz rock furioso e técnico, e mostra uma empatia quase telepática entre o quarteto.

 

 

Pat Metheny – Unity Band: O guitarrista canadense pat metheny é como o vinho: melhora a cada dia. Essa frase pode soar batida, mas funciona com ele. Quando você pensa que esse músico já fez tudo que poderia em termos de harmonia e composição, eis que ele traz uma nova carta na manga. Seu novo cd é um desfile de bom gosto e harmonia, onde (quase) nunca há espaço para virtuosismo gratuito. Com uma banda impecável, onde se destaca seu velho amigo, o baterista Antonio Sanchez, o músico da´mais uma aula de jazz.

 

 

 

Steve Hackett – Genesis Revisited II: É muito complicado mexer no sagrado. Quando soube que Steve Hackett faria um cd só com regravações de sua época no Genesis, eu logo pensei: Como ele vai conseguir fazer versões melhores que as originais??? Bem, se ficaram melhores eu não sei, mas Hackett injetou um certo frescor em suas novas versões, sem descaracterizá-las totalmente, e com seus convidados fez um verdadeiro quem-é-quem do progressivo atual. Vale conferir a nova versão de “Suppers Read”,  usando  5 vocalistas diferentes, com destaque para Simon Collins (filho de Phil Collins), com o timbre igual o do pai,  e o mastermindo do Opeth Mike Arkefeldt. Steve Wilson do mítico Porcupine Tree ficou completamente à vontade na sua versão para a bela “Can-Utility And The Coastliners”, e Neal Morse, que ao lado do guitarrista Ronie Stolt (The Flower Kings) arrasam na releitura de “The Return Of The Giant Hogweed”. O guitarrista foi ousado em mexer em canções quase veneráveis, mas se deu bem e fez um delicioso cd duplo. Um prato realmente fino, requentado é verdade, mas muito fino!

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