Em 04/12/2012 às 16h30 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Governo de Minas planeja estruturação da cadeia produtiva de biodiesel na região Norte

Seminário em Montes Claros, nos dias 5 e 6 de deze

Seminário em Montes Claros, nos dias 5 e 6 de deze

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O biodiesel, combustível renovável produzido a partir de fontes vegetais, tem potencial para envolver 25 mil famílias de agricultores e ocupar uma área plantada de até 250 mil hectares em Minas Gerais. Para impulsionar esta atividade com um foco especial na mamona, um dos produtos mais representativos da agricultura da região, o Governo de Minas Gerais vai promover, em parceria com a Petrobras Biocombustível, o I Workshop – Estruturação das Cadeias Produtivas: A Mamona no Norte de Minas Gerais, nos dias 6 e 7 de dezembro, em Montes Claros.

O evento é organizado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) com participação da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O objetivo é envolver órgãos governamentais, iniciativa privada e entidades ligadas à agricultura familiar em busca da criação de um plano de estruturação da cadeia produtiva de oleaginosas, matéria-prima dos biocombustíveis.

Técnicos do Governo do Estado e da Petrobrás entendem que, pelo fato de Montes Claros sediar uma das três usinas de produção de biodiesel da Petrobras (as outras duas estão localizadas na Bahia e no Ceará), o Norte de Minas pode se beneficiar de forma significativa de um programa bem estruturado de incremento da produção de oleaginosas, o que irá contribuir com a expansão da produção desta usina.

A partir de experiências já vivenciadas por produtores rurais do Nordeste, inicialmente as discussões estarão voltadas para a cadeia produtiva da mamona, podendo contemplar, posteriormente, as culturas do girassol, pinhão manso, soja e coco macaúba, fruto nativo do cerrado.

Atualmente, cerca de 90% de toda a matéria prima necessária para o funcionamento da usina da Petrobrás em Montes Claros é importada de outros estados, sobretudo da região Centro-Oeste.

A usina, que tem processado óleo de soja, de algodão, óleos e gorduras residuais e provenientes de sebo bovino, tem capacidade para produzir, anualmente, 108,6 milhões de litros de biodiesel. Em 2013, com investimentos em obras de expansão da ordem de R$ 28 milhões, a usina terá sua capacidade de produção ampliada para 152 milhões de litros de biodiesel/ano, o que demandará o incremento na produção de matéria prima.

Potencial para o protagonismo

“Pelas potencialidades existentes, Minas Gerais tem condições de se tornar protagonista no desenvolvimento de uma cadeia produtiva de biodiesel referência não só no país, mas também para o mundo. Dirigentes da Organização das Nações Unidas (ONU) ligados à implantação de programas de desenvolvimento sustentável acreditam nas potencialidades do Brasil e, especialmente de Minas. Resta-nos contar com um programa bem estruturado de organização da cadeia produtiva, capaz de produzir energia limpa e renovável”, ressalta a doutora em engenharia ambiental da Sectes, Lênia Ribeiro de Souza Vieira.

Em virtude da preocupação com a sustentabilidade da cadeia produtiva, o plano de ação será concebido a partir de experiências já vivenciadas pelos produtores rurais, por técnicos dos órgãos governamentais atuantes na região, bem como das perspectivas que vem sendo trabalhadas por pesquisadores atuantes no Norte de Minas. Projetos bem sucedidos da agricultura familiar implementados pela Petrobras na Bahia e no Ceará também servirão de parâmetro para a definição das ações a serem colocadas em prática em Minas.

“A mamona tem grande potencial de produção no Norte de Minas. Além disso, os produtores locais tem uma vantagem, que é a tradição no cultivo desta oleaginosa. A estruturação da cadeia produtiva envolvendo o Governo de Minas, universidades, centros de pesquisa, produtores rurais e empresários se constitui num fator primordial para que a região obtenha resultados promissores”, reforça o engenheiro agrônomo da Petrobras Biocombustíveis, Wellington Carvalho.

Segundo ele, em Minas a empresa já desenvolve uma série de pesquisas envolvendo a Unimontes e as universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Viçosa (UFV).

Sobre o workshop

Além da Petrobras, o workshop conta com a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Emater e de universidades, empresas privadas, centros de pesquisas e entidades ligadas à agricultura familiar. O evento será realizado no auditório do Centro de Formação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), sediado em Montes Claros.

No local, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) está concluindo a instalação de um laboratório destinado ao desenvolvimento de processos químicos e à formação de técnicos na área de biocombustíveis. Outro laboratório está em fase de instalação no campus da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), no município de Brasília de Minas.

O workshop terá participação do coordenador de suprimentos da usina da Petrobras sediada em Montes Claros, Eliseu Cerqueira de Brito, além de dirigentes e técnicos dos governos estadual e federal, da Petrobras, de instituições financeiras e de entidades ligadas à agricultura familiar e à iniciativa privada. No último dia do encontro, será elaborado um documento contendo propostas que serão apresentadas ao comitê estadual da cadeia produtiva do biodiesel, coordenado pela Seapa.

 

 

Fonte: Agência Minas

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