Em 26/09/2012 às 09h00 | Atualizado em 27/07/2018 às 17h22

Na ONU, Obama critica intolerância e faz alerta ao Irã

Obama novamente defendeu o fim do regime de Bashar

Obama novamente defendeu o fim do regime de Bashar

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Por Mark Felsenthal e Amena Bakr

NAÇÕES UNIDAS, 25 Set (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira aos líderes mundiais que acabem com a intolerância e a violência que levaram recentemente à morte do embaixador norte-americano na Líbia, e também alertou o Irã de que fará o que for necessário para impedir que o país desenvolva armas nucleares.

Em 30 minutos de discurso à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, Obama novamente defendeu o fim do regime de Bashar al-Assad na Síria, após 18 meses de guerra civil, mas sem dizer como isso poderia acontecer. Tampouco ofereceu novas ideias para solucionar o conflito entre israelenses e palestinos.

O presidente, que disputa um novo mandato dentro de seis semanas, começou e encerrou seu discurso evocando o embaixador Christopher Stevens, morto com três outros funcionários neste mês durante um ataque ao consulado norte-americano em Benghazi, na Líbia, realizado por uma multidão indignada com um filme anti-islâmico feito nos Estados Unidos.

"Hoje, devemos afirmar que nosso futuro será determinado por gente como Chris Stevens, e não por seus assassinos", disse Obama. "Hoje, devemos declarar que essa violência e essa intolerância não têm lugar entre as nossas Nações Unidas".

O filme semiamador, que mostrava o profeta Maomé como mulherengo, tolo e abusador de crianças, provocou protestos contra o Ocidente em dezenas de países islâmicos. Obama voltou a criticar o vídeo, que chamou de "rude e repugnante", mas defendeu o direito à livre expressão.

"A arma mais forte contra o discurso odioso não é a repressão, é mais discurso --as vozes da tolerância que se mobilizam contra a intolerância e a blasfêmia", disse Obama, que citou a necessidade de "tratar honestamente das tensões entre o Ocidente e o mundo árabe" em seu processo de democratização.

Ele disse que não espera a concordância de todos, mas que é "obrigação de todos os líderes em todos os países se manifestar incisivamente contra a violência e o extremismo. Não há discurso que justifique a violência insensata."

"Como presidente do nosso país, e como comandante-em-chefe das nossas forças militares, aceito que as pessoas me chamem de coisas horríveis todos os dias, e sempre defenderei seu direito de que o façam", acrescentou Obama, sendo respondido com aplausos e alguns risos. 

 

A posição de Obama, no entanto, não foi unânime. Susilo Bambang Yudhoyono, presidente da Indonésia --mais populoso país islâmico do mundo--, pediu um tratado internacional, de cumprimento obrigatório, para "impedir a incitação à hostilidade ou à violência baseada em crenças religiosas".

Sobre o Irã --país acusado pelos EUA de tentar desenvolver armas atômicas--, Obama foi duro.

"Deixem-me ser claro: a América deseja resolver essa questão por meio da diplomacia, e acreditamos que ainda haja tempo e espaço para isso. Mas o tempo não é ilimitado", disse Obama.

"Os Estados Unidos farão o que precisam fazer para impedir o Irã de obter uma arma nuclear", disse ele, sem entrar em detalhes.

(Reportagem adicional de Matt Spetalnick, Brian Winter, David Brunnstrom, Louis Charbonneau e Michelle Nichols)

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