03/01/2017 às 16h58m


A Hora de Começar

Em 6 de janeiro de 1948, "Dia de Reis  Magos", data de alto significado místico-religioso, foi lançada a semente da Legião da Boa Vontade — oficialmente fundada em 1o de janeiro de 1950. O jornalista e radialista Alziro Zarur (1914-1979), na época, um dos maiores nomes da radiodifusão brasileira, ao participar de uma reunião mediúnica na Federação Espírita Brasileira (FEB), na cidade do Rio de Janeiro/RJ, a convite de amigos, recebeu, por intermédio da respeitável sensitiva, dona Emília Ribeiro de Mello, um recado que mudaria o destino dele e, a partir dali, o de milhões de pessoas necessitadas de amparo espiritual e humano: "Meu Irmão, São Francisco de Assis esteve todo o tempo aí ao seu lado e manda dizer-lhe que é hora de começar".

"I Fioretti"

Zarur relata que, naquele tempo, morava com a mãe, Dona Ássima, no Engenho de Dentro, de que guardava grandes recordações. Ele ia de bonde — Piedade, 77 — estilo Bataclan. Então, naquela noite, eram quase 23 horas, depois da sessão, foi refletindo assim: "Meu Deus do Céu! Tenho três mil livros, e falta um de São Francisco de Assis! Como é que pode?! (...) Pois bem, quando cheguei à minha casa, todos já estavam dormindo. Fui à minha biblioteca e comecei a olhar livro por livro. De repente, vejo um volume branco. Disse então: Que livro é este? Quando o puxei, estava escrito I Fioretti, de Francisco de Assis. Mas quando o abri, foi o meu maior espanto, pois lá estava escrito com a minha letra: ‘Alziro Zarur, 1933’. Vejam que coisa espantosa! Eu tinha comprado aquele livro, e ele ficou, durante 15 anos, à espera de que eu fosse [espiritualmente] chamado. Vejam que coisa miraculosa! Como tudo já vem escrito! (...) Às 6 da manhã, terminei a leitura. Foram seis horas de atenção absorvente. Mas quando acabei de ler a obra do nosso Patrono, já me lembrava nitidamente do tratado Lá em Cima. A combinação era a LBV, era a Religião do Novo Mandamento como denominador comum das Religiões Irmanadas. Por isso, comecei a minha pregação exatamente com esta tese: não pode haver Paz para o mundo se as religiões não tiverem Boa Vontade entre si próprias".

Testemunho de Chico Anysio

Uma personalidade brasileira, entre outras, testemunhou a transformação ocorrida com Zarur. O consagrado ator, humorista, escritor e pintor brasileiro Chico Anysio (1931-2012). Em uma entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, revelou: "Faço parte também do seletíssimo grupo de pessoas para quem Alziro Zarur, pela primeira vez, falou na Legião da Boa Vontade. Eu era radioator da Mayrink Veiga; já tinha saído da Guanabara. O nosso diretor no radioteatro era Zarur. Naquele dia, tínhamos ensaio de um capítulo de novela, devia ser umas seis e meia [da tarde] quando ele chegou dizendo que havia recebido uma mensagem divina. (...) E ninguém brincou, ninguém zombou. Todo mundo percebeu que havia uma verdade grande nele, porque era uma pessoa muito séria; muito firme. Ele não pôde realizar o ensaio. Urbano Lóes (1917-1980) assumiu seu lugar no dia. E, depois do ensaio, nós todos fomos lá. Todo mundo gostava dele. Havia um fogo queimando dentro do Zarur. Uma luz brilhava dentro dele, alguma coisa. (...). Dali em diante, ele se transformou. Então, fui o primeiro a saber disso".

Esses fatos nos convidam a refletir sobre a ação da Espiritualidade Ecumênica em nossas vidas. 



Autor: Paiva Netto

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21/12/2016 às 15h09m


Reflexão de Boa Vontade

Dia Nacional da Família

Em 8 de dezembro comemoramos, no Brasil, o Dia Nacional da Família. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 16, podemos ler: "A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado".

Em nossos pensamentos diários, observemos sempre se estamos dando o justo valor à Família. Um país melhor, mais feliz e, por consequência, uma Humanidade equilibrada dependem dos núcleos familiares bem constituídos, devidamente prestigiados por seus integrantes e pela comunidade. A importância da família transcende a compreensão mais comum. Nela, a vida humana encontra o seu refúgio, a exemplo da criança especial, que tem o seu dia celebrado em 9 de dezembro.

Apostemos nas famílias
O ilustre Espírito dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900), que foi prefeito da cidade do Rio de Janeiro no tempo do Império, numa mensagem por intermédio do Sensitivo Legionário Chico Periotto, deu ênfase ao nosso tema de hoje. Peço-lhes a atenção para suas palavras:

"A existência na Terra é de luta — não há outra denominação melhor —, mas a tranquilidade de Alma existe quando vemos que as Forças Benditas envolvem a família e os casais, elevando-os a patamares de compreensão, buscando as sementes que germinaram os frutos da semeadura, por intermédio dos filhos.

"Apostemos na ideia das famílias unidas pelo Cristo de Deus. Apostemos nisso. Que a palavra da Boa Vontade de Deus possa fazer o trabalho preponderante do Bem e ser ouvida e seguida na Terra. (...)

"Falamos sobre a importância da egrégora familiar, assunto recorrente e sempre de necessária abordagem, porque necessitamos oferecer condições de segurança, principalmente às mulheres (na Humanidade), às mulheres esposas e às crianças, com a parede, com a muralha dos bons sentimentos e das boas ações, fazendo descer sobre elas a cachoeira espiritual de bons fluidos que vem do Etéreo.

"Muitos casais e muitas famílias se desfazem porque não se preocupam com o diálogo salutar, com a compreensão mútua, enfim, com a presença do símbolo da unidade familiar, cujos arroubos sempre causam transtornos perigosos, problemáticos e danos irreparáveis aos que postulam a sedimentação da família no planeta Terra.

"Constituímos nossas vidas, também no Etéreo, pelo espírito de família que trazemos dos laços aflorados e traduzidos em harmonia e união advindos da matéria. Somos mais felizes no Espaço quando encontramos o nosso verdadeiro Amor na Terra.

"Se Jesus aproximou, uniu e fez com que frutificasse o Amor por intermédio dos filhos, dos felizes filhos que desabrocham, temos que trabalhar para suprir as deficiências do cotidiano, da convivência, do livre-arbítrio e de raciocínios que, às vezes, fogem do verdadeiro prumo necessário ao desenvolvimento da família. (...)

"Saibam que, na Pátria da Verdade, não nos descuidamos das lutas em que todos estão envolvidos no mundo. Mas queremos ainda maior afinação dos seres terrestres com seus Anjos da Guarda. Não deixem vícios humanos atingir seus Espíritos nem suas famílias, principalmente esses vícios que são fartamente divulgados nas mídias. Desde um simples cigarro, aparentemente inofensivo, às drogas, às bebidas. Blindem, blindem suas Almas. O corpo, o vaso físico que todos recebem na encarnação presente, é instrumento de Deus emprestado, inclusive os órgãos genitais, pois procriam, interagem a energia do homem com a da mulher para a evolução, a continuidade na Terra".

Dr. Bezerra — muito conhecido também como "Médico dos Pobres" — continua vivo no Céu, no Mundo Espiritual, como Espírito, Anjo da Guarda, Nume Tutelar, enfim, há vários nomes que definem a mesma condição de prosseguir existindo. O princípio de tolerância, que deve reger a convivência em sociedade, nos inspira este raciocínio: ainda que nem todos acreditem na possibilidade da vida eterna ou que exista diálogo entre Céu e Terra, hão de levar em consideração o conteúdo da mensagem. É um texto sensato e que merece reflexão. A segurança material e espiritual de nossas famílias significa a boa guarda de nós mesmos.

Autor: Paiva Netto

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16/12/2016 às 16h28m


Direitos Humanos e Deveres Espirituais

Em 10/12, comemora-se oficialmente o 68o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, votada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, no Palácio de Chaillot, no ano de 1948. Ela se tornou uma das principais cartas que regem as nobres iniciativas da ONU, inspirando a elaboração de outros importantes documentos e constituições, a exemplo da Carta brasileira, proclamada em 1988, a "constituição cidadã", na definição do deputado Ulysses Guimarães (1916-1992), que presidiu a Assembleia Nacional Constituinte.

O "Rascunho de Genebra"
Eleanor Roosevelt (1884-1962), viúva do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), comandara desde janeiro de 1947 o Comitê dos Direitos Humanos, reunido pela ONU, até a adoção dos 30 artigos naquele memorável dezembro de 1948. Considerada a força motriz do projeto, dona Eleanor liderou um grupo com 18 integrantes de heterogênea formação cultural, política e religiosa, elaborando o que ficou conhecido como o "Rascunho de Genebra", em setembro de 1948, apresentado e submetido à aprovação dos mais de 50 países membros. É com grande orgulho que recordamos a participação do ilustre jornalista brasileiro, meu dileto amigo, Austregésilo de Athayde (1898-1993), um dos mais destacados colaboradores desse extraordinário trabalho. Ele também ocupou a presidência da Academia Brasileira de Letras (ABL) e do Conselho de Honra para a construção do ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF.

A almejada liberdade
Ao longo das eras, o estudo do Direito foi sendo aperfeiçoado, a fim de dar garantias cada vez mais sólidas à sociedade. O século 20, por exemplo, nos legou um imenso aprendizado por meio de sucessivas conquistas civis.

Em homenagem a tantos ativistas que, ao longo da História, almejaram liberdade e condições dignas de vida, e em contribuição a tão significativo marco, trago-lhes trecho de modesta palestra que proferi, publicada, entre outros, em Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987) e no Manifesto da Boa Vontade (21 de outubro de 1991):

Acreditar que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior prejuízo a causa da liberdade. Importante é esclarecer que, quando aponto os deveres do cidadão acima dos seus próprios direitos, em hipótese alguma defendo uma visão distorcida do trabalho, em que a escravidão é uma de suas facetas mais abomináveis.

Por isso, queremos que todos os seres humanos sejam realmente iguais em direitos e oportunidades, e cujos méritos sociais, intelectuais, culturais e religiosos, por mais louvados e reconhecidos, não se percam dos direitos e liberdades dos demais cidadãos. Porquanto, liberdade sem fraternidade é condenação ao caos. Almejamos ainda uma sociedade em que Deus e Suas Leis de Amor e Justiça inspirem zelo à liberdade individual, para garantir segurança política e jurídica a todos, como nos inspira o Natal do Cristo de Deus. Falo do Criador Supremo, não do errôneo entendimento que procura fazer Dele, que é Amor, instrumento execrável de fanatismo e tirania, preconceito e ódio. Consequentemente, não me refiro ao deus antropomórfico, caricato, criado à imagem e semelhança do homem imperfeito. (...)

As virtudes reais serão aquelas constituídas pela própria criatura na ocupação honesta dos seus dias, na administração dos seus bens e no respeito pelo que é alheio, na bela e instigante aventura da vida. Uma nação que se faça de tais elementos será sempre forte e inviolável.

Desejo que, em pleno século 21, consigamos consolidar esses ideais e expandi-los aos povos da Terra, para que sejam plenamente vivenciados. E jamais repetir o século 20 naquilo em que ele foi um fracasso.

Autor: Paiva Netto

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08/12/2016 às 09h39m


Mobilização solidária da LBV por um Natal mais feliz a milhares de famílias

Campanha da LBV arrecada doações de alimentos não perecíveis

A Legião da Boa Vontade promove anualmente a Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, com o objetivo de oferecer um Natal digno e feliz a milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social.

A iniciativa visa arrecadar mais de 900 toneladas de alimentos não perecíveis a serem entregues, em cestas, no mês de dezembro, a 50 mil famílias atendidas pelos programas socioeducacionais da LBV e as apoiadas por organizações parceiras da Instituição em todo o país.
 
Cada cesta é composta de itens de acordo com os costumes de cada região tais como: arroz, feijão, óleo, açúcar, leite em pó, macarrão, farinha de mandioca e de trigo, fubá, goiabada, massa para bolo, extrato de tomate, milharina, carne de charque, entre outros. As doações para a campanha podem ser feitas pelo site www.lbv.org, pelo telefone 0800 055 50 99 ou em uma das unidades de atendimento da LBV no Brasil (Você pode encontrar o endereço mais próximo de sua casa no site www.lbv.org).

Dezenas de artistas também estão apoiando a campanha em uma grande mobilização por meio da #QueroDoar. Saiba mais acessando os perfis da LBV nas redes sociais: Facebook (LBVBrasil), Twitter (@LBVBrasil) e Instagram (@LBVBrasil).
 
Natal Permanente da LBV
Movida pelo ideal de Fraternidade Ecumênica que a sustenta, sentimento inspirado nos ensinamentos e exemplos do Divino Mestre Jesus, a Legião da Boa Vontade trabalha, desde seus primórdios, para melhorar a qualidade de vida das populações menos favorecidas. Desde a década de 1940, realiza uma campanha diária e ininterrupta contra a fome e a pobreza, instituindo seu Natal Permanente. A partir daí, além do amparo imediato e da constante atuação nos campos da assistência social e da educação, que vêm mudando o destino de milhares de pessoas no Brasil, a LBV tem tradicionalmente mobilizado a população a fim de proporcionar um Natal melhor às famílias em situação de risco social. 


Autor: Paiva Netto

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01/12/2016 às 17h06m


Doe sangue

Estamos na Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, comemorada, desde 2003, sempre no fim do mês de novembro. Um pedido recorrente do Ministério da Saúde é que as pessoas sejam doadoras também durante o período das férias, para que o estoque dos bancos de sangue nos hemocentros esteja assegurado.

Atendamos a essa convocação. Saiba antes se você possui as condições físicas ideais para ser um doador. Seu gesto de Caridade pode salvar muitas vidas.

Deus tem muitos sinônimos

Tudo que do Amor Divino nasce é verdadeiramente sublime. De certo, firmado nessa realidade, o dramaturgo e poeta francês Victor Hugo (1802-1885) ensinava que "o Espírito se enriquece com aquilo que recebe, e o coração, com o que dá". Portanto, sem o Amor, que é Deus, o ser humano vive desgovernado, longe da Verdade, que é a Palavra Dele. (Evangelho de Jesus, segundo João, 17:17: "Pai, Tua Palavra é a Verdade".)

Se você não crê na existência do Pai Celestial, não se sinta excluído pela minha afirmativa. Pense, então, em bom senso, porque quem não o exercita também vive em desgoverno.

Deus tem muitos sinônimos, tais como Amor, Fraternidade, Solidariedade, Compaixão, Clemência, Generosidade, Misericórdia, Altruísmo e tudo o mais que valoriza as criaturas, conduzindo-as à Paz consigo mesmas e com os outros.

Por consequência, o Criador não apoia manifestações de ódio em Seu Santo Nome. Muito apreciada, pois, esta admoestação de Martinho Lutero (1483-1546): "Não desejo que as pessoas lutem em favor do Evangelho pela força e pelo morticínio. O mundo tem de ser conquistado com a palavra de Deus".

De que Deus fala o grande reformador? Evidentemente que a respeito Daquele enunciado por João Evangelista, na sua Primeira Epístola, 4:16: "E nós conhecemos e cremos no Amor que Deus tem por nós. Deus é Amor. E aquele que permanece no Amor permanece em Deus, e Deus, nele".

E tamanha é a compreensão que Lutero tinha do magnânimo Sentimento Divino que o versículo de sua preferência na Bíblia fala por si, a quem tem "olhos de ver e ouvidos de ouvir": "De tal maneira amou Deus ao mundo, que lhe mandou o Seu Filho Unigênito, de forma que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna". (Evangelho do Cristo, segundo João, 3:16.)

O velho pregador alemão sabia que não há outro caminho senão o do Amor, que é sinônimo de Caridade. Outro grande sábio da História, Dante Alighieri (1265-1321), em A Divina Comédia, escreveu: "O Amor é a força que move o Sol e outras estrelas". Por isso, viver afastado Dele é sofrer a orfandade da Alma. Deus não tem bigode nem barba. A Sua Face é o Amor.


www.boavontade.com 

Autor: Paiva Netto

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24/11/2016 às 20h21m


Templo da Paz no Novembro Azul

Em novembro, as sete faces do Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, estarão iluminadas de azul, em apoio às campanhas que alertam os homens para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata e o povo em geral para os cuidados necessários na prevenção do diabetes.

Em 14 e 17 deste mês, foram instituídos, respectivamente, os dias mundiais do Diabetes e de Combate ao Câncer de Próstata. Duas enfermidades que atingiram dados alarmantes.

O dr. Aguinaldo Nardi, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estima que "um a cada seis homens terá câncer de próstata e um a cada 36 morrerá da doença". E a International Diabetes Federation, em 2012, já falava em 371 milhões de pessoas com diabetes no planeta. Portanto, para multiplicar as ações de esclarecimento, juntamo-nos a essa rede de solidariedade, cujo nobre objetivo visa à melhoria da saúde dos cidadãos. O TBV e a Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, imprensa e internet) encontram-se em campo.



Autor: Paiva Netto

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16/11/2016 às 11h12m


Consciência Negra

Numa homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, e à lembrança do valente Zumbi, publico trecho de um artigo que preparei para a Folha de S.Paulo em 15 de maio de 1988. Nele enfatizo a necessária prática do Ecumenismo entre as mais variadas etnias:

Zumbi deu o brado que nenhum Domingos Jorge Velho poderia abafar: Liberdade! Dignidade! Somos seres humanos!

Morreu-lhe o corpo. Mas a Alma — quem conseguirá matá-la? — permanece... e se multiplica nas palavras e atos de um Patrocínio, Joaquim Serra, Luís Gama, Salvador de Mendonça, André Rebouças, Castro Alves, Joaquim Nabuco e de tantos outros negros, brancos e mestiços. Se ainda não há democracia étnica dentro de nossas fronteiras — embora o Brasil seja nação de etnias mescladas, para cuja sobrevivência é essencial estar plenamente legitimada e vivida a sua brilhante mestiçagem —, é porque o espírito de senzala continua grassando. Contudo, é justamente na natureza miscigenada que consiste a sua força. O Brasil é uma grei globalizante.

Ideal Ecumênico
Em É Urgente Reeducar!, campeão de vendas da 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo e destaque na 56a Feira do Livro de Porto Alegre, ambas em 2010, fiz constar extrato de minha publicação Paz para o Milênio, editada para a Conferência de Cúpula da Paz Mundial para o Milênio, realizada em 2000, na sede da ONU em Nova York, EUA. Ali defendo a posição de que todas as animosidades que costumam dividir, segregar os seres humanos em grupos intolerantes, se opõem ao Ideal Ecumênico. Assim sendo, promovem a intransigência, contribuem para a manutenção desse estado de tensões múltiplas que poderão empurrar o mundo na direção de um conflito indescritível que ninguém, em sã consciência, pode desejar.

Vemos o Ecumenismo Irrestrito (entre os mais diversos ramos do saber humano) e o Total (que abrange as esferas espirituais, ainda invisíveis aos nossos parcos sentidos físicos) como expressões máximas do Amor e da Justiça, o eixo de gravidade de uma sociedade sadia. É o estado natural e o querer espontâneo de toda criatura quando espiritualmente integrada ao Criador, ou ao verdadeiro sentido de humanidade, e bandeira dos que, religiosos ou não, labutam por uma convivência planetária melhor. O Ecumenismo proposto pela Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo não impõe nada a ninguém, a não ser suscitar o convite para o entendimento natural entre gente civilizada.

Campo Neutro
Quando o jornalista, radialista e poeta Alziro Zarur (1914-1979) esboçou em sua mente a criação da LBV, isto em 1926, idealizou-a como um campo neutro, um ambiente ecumênico, em que todos pudessem, irmanados, conviver em Paz. Numa palestra que proferi na década de 1990, utilizei-me de um interlocutor fictício para reforçar na mente dos que me prestigiavam com sua atenção o valor do respeito e da tolerância no bem conduzir da sociedade no cotidiano:

Qual a sua religião? O que isso interessa?
Qual o seu partido político? O que isso interessa?
Ah, você é negro! O que isso interessa?
Você é mestiço! O que isso interessa?
Você é branco! O que isso interessa?
Você é ser humano! É isso que interessa!

Somos seres humanos, com direito à liberdade de pensamento. Se aqueles que raciocinam assim como nós não fortalecerem os seus laços, dias piores virão para a Humanidade. Quem tem segurança hoje? Retomo aqui importante conclusão do velho Zarur, muito propícia para o momento em que vivemos: "Não há segurança fora de Deus".

Autor: Paiva Netto

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26/10/2016 às 19h05m


Erigir um Império de Boa Vontade

A Caridade, na sua expressão mais profunda, deveria ser um dos principais estatutos da Política, porque não se restringe ao simples e louvável ato de dar um pão. É o sentimento que — iluminando a Alma do governante, do parlamentar e do magistrado — conduzirá o povo ao regime em que a Solidariedade é a base da Economia, entendida no seu mais amplo significado. Isso exige uma reestruturação da Cultura, por intermédio da Espiritualidade Ecumênica e da Pedagogia do Afeto, no meio popular e como disciplina acadêmica. Contudo, no campo intelectual, que o seja sem qualquer tipo de preconceito que reduza, em determinadas ocasiões, a perspectiva de grandes pensadores analíticos, pelo fato de alguns deles se submeterem a certos dogmatismos ideológicos e científicos, o que é inconcebível partindo de mentes, no supino, lucubradoras.
 
Até porque a Ciência é pródiga em conquistas para o bem comum. Mas também, no seio dela, houve os que muito sofreram incompreensão, por causa do convencionalismo castrador, mesmo de certos pares que apressadamente os prejulgavam. Vítimas deles foram Sócrates, Bias, Baruch Spinoza, Dante Alighieri, Galileu Galilei, Semmelweis, William Harvey, Samuel Hahnemann, Maria Montessori, Luiza Mahin, Dr. Barry J. Marshall, Dr. J. Robin Warren e outros nomes célebres, universalmente acatados.

Em suma, a Caridade, sinônimo de Amor, é uma Ciência especial, a vanguarda de um mundo em que o ser humano será tratado como merece: de forma humana, portanto, civilizada. Estaríamos, assim, erigindo um Império de Boa Vontade neste planeta, o estado excelente para o Capital de Deus, que circula por todos os cantos e não mais pode aceitar especulação criminosa de si mesmo. (...)

Esta ponderação da educadora e escritora brasileira Cinira Riedel de Figueiredo (1893-1987) vem ao encontro do que anteriormente abordamos: "De cada homem e cada mulher depende o aprimoramento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma sobre a Terra, porque, de fato, nada morre. Existe uma contínua transmutação, e devemos ser os guias para que essa transformação se faça uma ascensão constante, tornando-se cada vez mais bela e mais perfeita para representar melhor a vida que a anima".
 


Autor: Paiva Netto

Tags relacionadas: caridade, alma, política, parlamentar


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18/10/2016 às 11h14m


Erigir um Império de Boa Vontade

A Caridade, na sua expressão mais profunda, deveria ser um dos principais estatutos da Política, porque não se restringe ao simples e louvável ato de dar um pão. É o sentimento que — iluminando a Alma do governante, do parlamentar e do magistrado — conduzirá o povo ao regime em que a Solidariedade é a base da Economia, entendida no seu mais amplo significado. Isso exige uma reestruturação da Cultura, por intermédio da Espiritualidade Ecumênica e da Pedagogia do Afeto, no meio popular e como disciplina acadêmica. Contudo, no campo intelectual, que o seja sem qualquer tipo de preconceito que reduza, em determinadas ocasiões, a perspectiva de grandes pensadores analíticos, pelo fato de alguns deles se submeterem a certos dogmatismos ideológicos e científicos, o que é inconcebível partindo de mentes, no supino, lucubradoras. 

Até porque a Ciência é pródiga em conquistas para o bem comum. Mas também, no seio dela, houve os que muito sofreram incompreensão, por causa do convencionalismo castrador, mesmo de certos pares que apressadamente os prejulgavam. Vítimas deles foram Sócrates, Bias, Baruch Spinoza, Dante Alighieri, Galileu Galilei, Semmelweis, William Harvey, Samuel Hahnemann, Maria Montessori, Luiza Mahin, Dr. Barry J. Marshall, Dr. J. Robin Warren e outros nomes célebres, universalmente acatados.

Em suma, a Caridade, sinônimo de Amor, é uma Ciência especial, a vanguarda de um mundo em que o ser humano será tratado como merece: de forma humana, portanto, civilizada. Estaríamos, assim, erigindo um Império de Boa Vontade neste planeta, o estado excelente para o Capital de Deus, que circula por todos os cantos e não mais pode aceitar especulação criminosa de si mesmo. (...)

Esta ponderação da educadora e escritora brasileira Cinira Riedel de Figueiredo (1893-1987) vem ao encontro do que anteriormente abordamos: "De cada homem e cada mulher depende o aprimoramento de tudo quanto nasce, cresce, vive e se transforma sobre a Terra, porque, de fato, nada morre. Existe uma contínua transmutação, e devemos ser os guias para que essa transformação se faça uma ascensão constante, tornando-se cada vez mais bela e mais perfeita para representar melhor a vida que a anima". 


Autor: Paiva Netto

Tags relacionadas: caridade, política, alma, governante


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11/10/2016 às 10h04m


Centro gravitacional

A Caridade é o centro gravitacional da consciência ideológica, portanto, educacional, política, social, filosófica, científica, religiosa, artística, esportiva, doméstica e pública do Cidadão Espiritual, de modo que — se o ser humano não tiver compreensão dela — deve esforçar-se para entendê-la, a fim de que venha a subsistir em sua própria intimidade. Não há céu mais auspicioso do que o coração, quando iluminado pelas forças do Bem. Ela é o divino sentimento que nos mantém vivos. Por toda a existência, mormente na hora da dor, ao invés de lamentações, não nos esqueçamos dela e a pratiquemos com devoção. Trata-se de um grande medicamento para a Alma.

O sempre recordado Alziro Zarur (1914-1979) poetizou, com esta máxima, uma verdade flagrante: "A vibração do ódio destrói o corpo humano, que foi feito para vibrar na Lei do Amor".

A Caridade é a prova do poder do Espírito de construir promissoras épocas para os cidadãos de todo o planeta. Não há maior inspiração para a boa política do que ela. Absurdo?! O tempo mostrará que não. Aliás, já está mostrando.

Essa ignorância acerca de seu abrangente valor, tantas vezes sofisticada, pode mostrar-se arrogante a respeito do significado lato sensu da Caridade e de sua eficiência na vida cotidiana de homens, povos e nações. Esse desconhecimento tem redundado nos tropeços de muita ideologia que intentou — com resultados aquém dos prometidos — corrigir a conjuntura de miséria abjeta, que massacra populações imensas. E, ao me reportar à miséria, não falo apenas de penúria social, mas espiritual, moral, mental, do intelecto. A observação, quando à distância dos padecimentos humanos, pode levar alguém a erigir uma quimera, apesar de sua grande erudição. Isso, por falta daquela sabedoria comum aos mais simples, alcançada na peleja do labor constante, para usufruir de condições mínimas de vida, diante dos embates do dia a dia, a fim de, por exemplo, sustentar a família. A teoria, na prática, nem sempre é a mesma coisa, pois a todo instante se é afrontado por fatos repentinos. A sabedoria que vem dos milênios irá revelando que, ao patrimônio acadêmico, deve juntar-se a instrução suprema nascida do aprendizado do sofrimento das multidões. O homem da rua tem muito a ensinar às suas elites. 



Autor: Paiva Netto

Tags relacionadas: caridade, gravidade, espiritual, divino


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Perfil

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ. É diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.
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