Diversos países vêm mudando os seus guias alimentares, que são cartilhas com diretrizes e orientações sobre o consumo alimentar da população. No dia 07 de janeiro os EUA lançaram seu Guia Alimentar para a População Americana para os próximos cinco anos (2015-2020), a novidade é que o país trouxe como recomendação o consumo de no máximo 10% das calorias totais diárias de alimentos com adição de açúcar e gordura saturada. O que isso significa? Os países e seus governantes estão entendendo o quão prejudicial é o consumo excessivo de carboidrato refinado e de gorduras saturadas como a gordura trans, presente em alimentos ultraprocessados.
O açúcar está presente em vários alimentos que nem imaginamos, um estudo publicado em 2015, com base nos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, evidenciou o consumo de alimentos não saudáveis relacionado a doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. Segundo esse estudo, mais de 20% da população brasileira apresentou comportamento de risco segundo as praticas alimentares para desenvolver as doenças crônicas não transmissíveis, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, entre outras.
No Brasil, estudos que comparam a disponibilidade de açúcar de adição nos alimentos, aquele açúcar que, por exemplo, está presente nos refrigerantes, nos alimentos industrializados em geral, demonstram que a população brasileira chega a consumir, em determinadas partes do país, mais de 50% do total de calorias consumidas diariamente de açúcar de adição. Sendo assim, podemos dizer que a base da dieta dessas pessoas é de alimentos industrializados, o que aumentam os riscos de desenvolverem doenças ligadas ao consumo excessivo desse tipo de alimento.
Podemos concluir que o consumo de alimentos com alto teor de carboidrato refinado, gordura saturada, aquele açúcar e gordura adicionado ao alimento, está diretamente ligado ao desenvolvimento de doenças que atingem grande parte da população brasileira. Esse consumo alimentar de risco e o sedentarismo que também vêm crescendo, são fatores que contribuem para o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade, que por si só são situações que aumentam o risco de desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis.
Levar uma vida mais saudável, reduzir o consumo de alimentos industrializados, priorizar o consumo de alimentos naturais e praticar atividades físicas regulares, continuam sendo os principais fatores de proteção contra doenças. Leve uma vida mais saudável, preserve a sua saúde, cuide-se!
Fiquem ligados nas próximas postagens. Um beijo meus amores.
http://health.gov/dietaryguidelines/2015/guidelines/#navigation
CLARO, R.M. et al. Consumo de alimentos não saudáveis relacionados a doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, n. 2, p. 257-265, 2015.
LEVY, R. B. et al. Disponibilidade de "açúcares de adição" no Brasil: distribuição, fontes alimentares e tendência temporal. Revista brasileira de epidemiologia, v. 15, n. 1, p. 3-12, 2012.